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 Site Diário do Grande ABC - Santo André/SP

Publicado em 13/02/2024 - 08:42 / Clipado em 13/02/2024 - 08:42

Maquiar problemas de São Caetano é o projeto de Auricchio, diz Bruna Biondi


Artur Rodrigues

Maquiar problemas de São Caetano é o projeto de Auricchio, diz Bruna Biondi

 

 

Terceira vereadora mais bem votada na eleição de 2020 em São Caetano, Bruna Biondi, que encabeça o mandato coletivo Mulheres Por + Direitos (Psol), tem sido uma das principais figuras de oposição à gestão do prefeito José Auricchio Júnior (PSDB). Em entrevista concedida ao Diário na semana passada, a vereadora criticou os gastos excessivos do governo tucano e disse que servem apenas para maquiar os problemas do município.

“O marco dessa gestão é a concentração de obras que muitas vezes não estão ligadas às necessidades da população. É uma tentativa que o Auricchio faz de uma reforma de fachada na cidade, um projeto de maquiar os problemas da cidade, fingir que está tudo bem em São Caetano a partir de uma organização de cidade bonita. Então, reformar calçadas, reformar a Praça Cardeal Arcoverde é tudo com base nisso”, declarou Bruna.

A vereadora citou a recente contratação de empresa para espantar pombos como exemplo de gasto excessivo por parte da gestão tucana, além de outras situações. Recentemente, a Prefeitura fechou contrato de R$ 16 milhões com o Consórcio Guima Conseco para fazer o controle de pragas e pombos. Também houve licitação para reformar o terminal rodoviário na mesma semana em que a Câmara aprovou a concessão do espaço à iniciativa privada – a votação aconteceu a toque de caixa, no apagar das luzes de 2023.

“A gente sempre fala que orçamento é uma escolha política. Mas quando a gente chama a atual administração de irresponsável, a gente exemplifica com a contratação de uma empresa para tirar os pombos da cidade, as aberturas de crédito que o próprio Tribunal de Contas faz os apontamentos. O Ministério Público também aponta para a gente a quantidade de recursos que o prefeito realoca mais do que o permitido”, disse a vereadora.

Diante dos gastos do atual governo, Bruna projeta que o próximo prefeito do município terá dificuldades com o orçamento. Para a vereadora, as contratações de Auricchio serão prejudiciais aos cofres do município.

“Fica evidente para nós que um sucessor, seja da base do governo ou não, vai encontrar dificuldades orçamentárias. E a gente entende que São Caetano é uma cidade que tem orçamento suficiente para fazer várias políticas públicas que não são feitas”.

Bruna foi eleita com 2.101 votos para a Câmara na eleição de 2020. Foi a vereadora mais jovem a ser eleita na atual legislatura em todo o Grande ABC, com 21 anos à época. Durante todo seu mandato, ela tem travado uma forte oposição à gestão Auricchio e enfrentado o grupo que dominou a política de São Caetano nos últimos anos.

“Infelizmente, ainda tem na cidade uma política muito clientelista e coronelista. A gente é a cidade que saiu nas mídias pelo fura-fila na Fundação ABC (em 2021, oito funcionários de setores administrativos da FUABC foram vacinados contra a Covid-19 em São Caetano sem estarem na lista de prioridade), a gente não pode se esquecer disso. Há uma política muito clientelista com o aumento das empresas terceirizadas na cidade. Por que não fazem concurso? Porque assim têm mais controle das pessoas que estão lá com apoio político e há mais facilidade do grupo se manter no poder”, comentou.

‘Psol não vai abrir mão de ter candidato a prefeito’

Bruna Biondi informou ao Diário que o Psol não vai abrir mão de uma candidatura própria para disputar as eleições à Prefeitura neste ano, mesmo com o PT definindo o nome de Jair Meneguelli como pré-candidato. A vereadora, no entanto, não descartou uma aliança entre os partidos, desde que o Psol seja cabeça da chapa.

“É possível uma aliança, mas, no caso de o Psol ter a candidatura a prefeito, aí a gente pode debater como é que vai funcionar. Mas no caso de o PT dizer que eles também vão ter candidato a prefeito e não abrirem mão, aí acredito que essa aliança não vai existir. O Psol não vai abrir mão de ter candidato a prefeito. A gente entende que esse é um espaço muito importante a ser ocupado e entende que o Psol significa o avanço da esquerda em São Caetano”, comentou.

Levantamento feito pelo instituto Paraná Pesquisas, em setembro do ano passado, apontou que Bruna possui 4,2% das intenções de voto para o Paço. Essa sondagem é vista com bons olhos pela vereadora, que não descarta ser o nome da legenda. No entanto, ela também ressalta a importância de fortalecer a bancada na Câmara e acredita que a decisão de quem será o candidato à Prefeitura cabe à direção do partido.

“É o partido que trouxe a esquerda de volta à Câmara de São Caetano depois de muitos anos. Que siga nesse projeto e tenha uma representação no Executivo. E estamos debatendo qual é a minha posição dentro dessas eleições e qual vai ser a nossa estratégia. Porque a reeleição é muito importante, é um marco de continuidade do nosso trabalho e de consolidação de algo muito novo que chegou em 2021 com o pé na porta, rompendo as expectativas de muita gente. A gente até imaginava uma possibilidade de eleição do Psol (em 2020), mas não que o partido estaria na terceira candidatura mais votada da cidade. Então, consolidar isso é muito importante, assim como ampliar a bancada na Câmara”, declarou Bruna, que ainda disse que o partido projeta eleger pelo menos dois vereadores para a próxima legislatura.

 

 

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Seção: São Caetano