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 Site Diário do Grande ABC - Santo André/SP

Publicado em 25/01/2024 - 08:40 / Clipado em 25/01/2024 - 08:40

Contrato para espantar pombos vira alvo no MP


Raphael Rocha

Advogado de São Caetano ingressa com ação para apurar acordo que pode chegar a R$ 80 mi em custo

 

O Ministério Público foi acionado para investigar se há irregularidades no contrato firmado pelo governo do prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSDB), e o Consórcio Guima-Desintec, para desinsetização, controle do mosquito da dengue e desalojamento de pombos. Como mostrou o Diário na semana passada, a Prefeitura vai pagar R$ 16 milhões ao ano – R$ 80 milhões caso o contrato chegue ao teto de cinco anos de vigência – para execução do serviço.

Representação feita pelo advogado e suplente de vereador Getúlio Filho utiliza a reportagem do Diário para questionar os valores envolvidos no acordo.

Getúlio tem utilizado as redes sociais para questionar o contrato. Um de seus vídeos – o primeiro que trata do tema – ultrapassou a marca de 600 mil visualizações, com 33 mil curtidas e 5.700 comentários – inclusive da ativista da causa animal Luisa Mell.

Formado pelas empresas Guima Conseco Construção, Serviços e Comércio Ltda e Desintec – Serviços Técnicos Ltda, o Consórcio foi constituído já com a licitação em curso. Somente para afastar os pombos, esse grupo empregará R$ 6,8 milhões ao ano.

“Tenho outra preocupação, que é o que vai acontecer com esses pombos. Vão prender na jaulinha? Vão informar: ‘O pombo José foi preso hoje e vai ser solto na Mooca’? Esse pombo José não vai voltar ou vão sumir com os pombos? Uma pessoa me falou que, por R$ 80 milhões, leva os pombos para a Europa e de primeira classe. É muito dinheiro”, disse o advogado.

A Prefeitura de São Caetano revelou o planejamento para espantar os pombos ao jornal Folha de S.Paulo - a reportagem também foi anexada à representação feita junto ao MP. “A medida contribui significativamente para a saúde pública, especialmente das crianças, tendo em vista que pombos são vetores de doenças como salmonelose e ornitose, infecciosas provocadas por bactérias; e criptococose, histoplasmose e meningite, provocadas por fungos”, alegou.

A expulsão dos pombos será feita por utilização de um gel repelente, que inibe o pouso e permanência das aves em uma superfície, e a instalação de telas e redes que impeçam a entrada do animal em determinadas áreas. 

Outra representação deve ser formulada pelo vereador Edison Parra (Podemos), que faz oposição a Auricchio dentro da Câmara. “Vamos para cima disso. Quero conhecer detalhes porque são números astronômicos. Estamos falando de R$ 80 milhões, com as prorrogações, um dinheiro absurdo para falar de pragas, de pombos”, comentou Parra, em visita à sede do Diário. “Vou acionar a Promotoria, vou buscar informações via Lei de Acesso à Informação, tudo que estiver a meu alcance. Também vou formular um requerimento na Câmara, mas, neste caso, será só para dizer que respeitei o rito legislativo porque, infelizmente, já sei que não vai passar.”

 

https://www.dgabc.com.br/Noticia/4097649/contrato-para-espantar-pombos-vira-alvo-no-mp

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Seção: São Caetano