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Publicado em 24/01/2024 - 17:02 / Clipado em 24/01/2024 - 17:02
ABC precisa se organizar para os próximos passos do pacote industrial, diz Aroaldo
Carlos Carvalho
O debate sobre o programa Nova Indústria Brasil, do Governo Federal, segue. Muitos ainda buscam entender se a nova estratégia dará certo. Integrante do grupo que debateu o assunto, o presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, da IndustriALL e diretor executivo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Aroaldo Silva, considera que a medida é inteligente. Ao RDtv desta quarta-feira (24/01), o sindicalista aponta que a região precisa se preparar para dar os próximos passos dentro desta iniciativa da União.
“Nós precisamos nos organizar, pois o próximo passo do Governo (Federal) na aplicação e implementação dessa política industrial é pegar os instrumentos e conectar com a ponta, conectar com os territórios, com as empresas. E a nossa tarefa agora é colocar o ABC, com esses potenciais, na conversa e na aproximação do Governo Federal”, diz Aroaldo.
A medida que visa investir R$ 300 bilhões na indústria, boa parte por intermédio do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), conta com seis “missões” estabelecidas pelo Governo: Segurança alimentar; Complexo Econômico e Industrial da Saúde; Melhoria de vida nas cidades; Digitalização; Descarbonização; e Tecnologia de Soberania e Defesa Nacional.
Aroaldo aponta que em algumas medidas o ABC pode utilizar os debates realizados nos últimos anos para conseguir alavancar novos investimentos na indústria. O sindicalista aponta que o debate sobre a indústria da Saúde na região pode ser um caminho, principalmente levando em conta um possível processo de reconversão industrial, ou seja, empresas que produziam um tipo de produto e passam para outro. A Agência, junto com a UFABC (Universidade Federal do ABC), está realizando um estudo sobre esse tema.
Outro ponto é a Digitalização. Com uma série de reclamações sobre o parque industrial da região ser antigo e que não está nem perto da nova revolução industrial, Aroaldo considera que a busca por financiamentos e novos investimentos para essa renovação seja outro ponto que a região pode apostar.
Por fim, o presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico considera que as iniciativas para a construção de um caça a partir de fábricas no ABC também coloca as sete cidades à frente no debate sobre a soberania e a defesa nacional.
Outros pontos
Aroaldo ressalta a necessidade de aproveitar os debates já existentes na região para avançar junto ao novo programa do Governo Federal (Foto: Reprodução/RDtv)
Aroaldo Silva também foi questionado sobre as ressalvas feitas pelos presidentes dos Ciesps na região sobre a dificuldade para conseguir financiamento junto ao BNDES. O sindicalista considera que é necessária uma melhora no diálogo, principalmente levando em conta todo o processo de reestruturação que o Banco de fomento passou em 2023.
“O que precisamos é dialogar neste momento com o BNDES e onde eles não conseguem chegar, como podemos reestruturar dentro do BNDES. Eu acho que o BNDES está bem aberto para discutir. Estamos tentando reaproximar as empresas da região, até conseguimos a aproximação de algumas empresas com o BNDES. Tem toda uma nova lógica e estamos mantendo conversas para conectar”, diz Aroaldo.
Falando em “lógica”, o presidente da IndustriALL ainda considera que a mudança de lógica sobre o debate da industrialização mostra que o novo programa federal é “mais inteligente” do que outras iniciativas debatidas nos últimos anos.
“Eu acho muito importante essa política, pois ela muda a lógica. Eu acho muito inteligente essa política, pois você deixa o debate setorial. É lógico que em algum momento temos que fazer o debate setorial, porque vocês têm que organizar a cadeia produtiva, mas você não coloca isso como prioridade. Você olha o problema da sociedade brasileira, você olha a demanda social que existe e a partir dali você organiza a cadeia, portanto, isso é muito inteligente”, concluiu.
Veículo: Online -> Site -> Site Repórter Diário
Seção: São Caetano