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Publicado em 09/01/2024 - 08:09 / Clipado em 09/01/2024 - 08:09

Miaguti diz que 2024 será melhor e que o ABC tem que achar sua nova vocação


George Garcia

 

O ano de 2023 foi de expectativa e 2024 vai ser um ano em que o ABC vai ter que definir sua nova vocação para a sua indústria. Essa é a análise do presidente do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de São Bernardo, Mauro Miaguti. Ao RDTv o empresário diz que uma das vocações pode ser o de destaque na área de motores elétricos, ele se embasa da fixação da base da Eletra, a primeira indústria brasileira de ônibus elétricos, em São Bernardo.

“Avalio que 2023 foi ano positivo, conseguimos realizar alguns programas com foco no apoio às indústrias e também à população, criando oportunidades de emprego. Temos aí o Programa Mais Empregabilidade com o objetivo é fazer com que a indústria e as empresas associadas tenham mais facilidade na contratação de pessoas e para o cidadão traz facilidade para que ele consiga ver as necessidades das nossas empresas”, diz Miaguti em entrevista ao RDTv.

Miaguti diz que os empresários estão mais confiantes. “Existia uma expectativa grande em relação ao novo governo, umas otimistas e outras pessimistas. 2023 foi um ano de acomodação; no primeiro semestre todo mundo ficou de stand-by, eu não tenho grandes reclamações. Existe uma inflação e o governo tem que se adequar ainda, no segundo semestre a Selic (Taxa Básica de Juros) começou a cair e isso assinalou que os empresários devem investir mais na produção, esse é o caminho. Temos que ser mais ousados no sentido de baixar a taxa de juros. No fim eu acredito que, pelo que converso com os associados, que tenha sido um bom ano”.

 

Automobilística

As indústrias que eram praticamente fornecedoras da indústria de veículos tiveram que se adequar e hoje a região está numa transição, mas de acordo com o presidente do Ciesp é necessária união de todos os atores e a busca da nova vocação do ABC. “As empresas perceberam que não dava para depender 100% da indústria automobilística e acabaram procurando outros nichos de mercado. Estive com um empresário que disse que a sua produção era 100% voltada ao setor automobilístico e hoje está com 50%. Ele procurou alternativas de outros setores. Então seja na questão dos equipamentos médicos, seja na questão da linha branca, de eletroeletrônico, uma estamparia ou uma usinagem, não precisa ficar só num segmento, ela pode ampliar o leque. Logicamente que isso depende muito da quebra de paradigma do setor empresarial para aproveitar essas oportunidades que estão aparecendo”.

Para o dirigente do Ciesp de São Bernardo ao passo que as empresas procuraram atender a outros mercados a tecnologia e a inovação andaram junto à essa tendência. “Não dá para falar de uma empresa pujante e atualizada hoje sem falar da adequação tecnológica que essa empresa precisa fazer. Um dos pontos que a gente pode melhorar muito é a questão da produtividade. Temos uma empresa de ônibus elétricos aqui, a primeira do Brasil (Eletra) que merece destaque, mas merece também um plano para que a gente atraia não só fornecedoras desse segmento como outras empresas desse segmento, de carros eletricos, por exemplo. Perdemos uma fábrica da China para outro estado, então porque não atrair as empresas para a nossa região?”, indaga Miaguti. “Tem a questão do ambiente propício para ela se instalar, que ofereça uma mão de obra não apenas qualificada, mas atualizada. Existem universidades, escolas técnicas e centros de pesquisas que podem oferecer esse tipo de serviço para quem está chegando além do ambiente amigável para o empreendedor. Tudo isso faz com que o investidor escolha sua região ou não”.

 

Vocação

Para Miaguti a nova vocação do ABC ainda não está definida e isso atrasa sua reindustrialização. “Uma coisa que falta para nós é definir qual tipo de segmento nós queremos ter. Ainda temos um patrimônio extremamente rico que é o setor automotivo, ainda temos uma Mercedes Benz, ainda temos Volkswagen, Scania e temos uma cadeia produtiva do setor de autopeças extremamente eficiente, o que precisamos saber é o que faz com que essas empresas continuem aqui e como fazer para atrair mais. Podemos ser reconhecidos no mundo, por exemplo, como a região que mais investe no mundo na área de motores elétricos, mas precisamos definir isso porque as universidades e centros de pesquisa toda a região vão ter essa consciência porque estamos buscando ser uma regiao reconhecida. É isso que nós precisamos, dar um foco e ações para que isso aconteça, senão a gente fica procurando fornecedores de todos os segumentos, porém não somos bons em nada. Em todas as regiões que deram certo isso aconteceu depois que identificaram aquilo que eles têm de melhor”, aponta.

 

Sinergia

Miaguti elogiou o trabalho feito pela Agência de Desenvolvimento Econômico do ABC e particularmente a atuação do diretor Aroaldo Silva. Ele diz que na parte dos empresários iniciou conversa com o Ciesp da cidade vizinha Santo André na tentativa de equacionar problemas comuns ao empresariado das duas cidades e esse pode ser o embrião para a união de toda a região. “Fizemos um grande evento em conjunto com o Ciesp de Santo André, para ações conjuntas. A gente fala muito na questão de regionalidade e pouca coisa a gente consegue. O Aroaldo que faz um trabalho enorme, é extremamente persistente, arrojado, faz um trabalho fantástico no objetivo de unir as sete cidades, mas não é fácil. Conversei com o Norberto (Perrella, presidente do Ciesp de Santo André), para a gente começar um trabalho regional, para interagir, tem temas que são os mesmos então devem ser tratados de forma conjunta. A região ganha a partir do momento em que deixa de lado as vaidades do cargo e começa a ver as oportunidades de aparecem para beneficiar os nossos associados. Em 2023 o Ciesp São Bernardo teve como guarda chuva a questão da inovação, neste 2024 a primeira coisa que vamos focar é a união. Trabalho compartilhado é isso que a gente pretende fazer”, adianta.

Ainda para 2024, Mauro Miaguti diz que acredita no atual governo e no novo ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, que está nas mãos do ex-governador Márcio França (PSB). “Estou muito confiante em 2024 de que ele seja um ano muito melhor que 23. Os programas que o governo federal venha a lançar vão ajudar principalmente as micro e pequenas empresas e acredito muito muito nesse novo ministério que Márcio França está pilotando. Ele esteve algumas vezes na região. Uma das coisas mais necessárias é o crédito. A reforma tributária, apesar de ser resultado mais a médio e longo prazo, tem que trazer desburocratização para que a gente tenha mais capital de giro. Precisamos de mais crédito para que as empresas possam investir mais e contratar mais gente, aí é uma roda positiva que começa acontecer”, completou o empresário.

 

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Seção: Economia