
Publicado em 09/01/2024 - 08:08 / Clipado em 09/01/2024 - 08:08
Estado e cidades do ABC ainda não sabem quando começa vacinação contra a dengue
George Garcia
Apesar de já ter a vacina do laboratório Takeda, a Qdenga, sendo ministrada no país, somente em fevereiro o imunizante fará parte do calendário nacional de vacinação, não se sabe ainda nem quais as faixas etárias serão vacinadas primeiro dada a pequena capacidade de produção do laboratório que deve entregar em fevereiro; 460 mil doses para todo o país. Estratégia de priorizar também áreas mais afetadas também está nos planos, mas nada está decidido ainda, nem o Estado nem os municípios receberam informações ainda, enquanto isso o número de casos explode.
Em Santo André foram 156 casos confirmados em 2022 e no ano passado foram 280, alta de quase 80%. Mauá teve 512 notificações em 2022 e 729 no ano passado, mas os casos confirmados ficaram quase no mesmo patamar; 89 e 82, respectivamente. As demais cidades não informaram o número de casos. Os municípios dizem que aguardam orientações dos governos do Estado e do Ministério da Saúde sobre a vacinação. A Secretaria estadual da Saúde, disse o mesmo, que aguarda orientação federal.
“O PNI (Programa Nacional de Imunizações) trabalhará junto à CTAI (Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização) para definir a melhor estratégia de utilização do quantitativo disponível, com público alvo prioritário e regiões com maior incidência da doença para aplicação das doses”, diz o ministério da Saúde. A pasta federal também informou que conseguiu uma redução no preço por dose, de R$ 170 para R$ 95. Enquanto a vacina deve demorar ainda para atender a maioria da população através do SUS, ela está disponível em farmácias, mas custa mais de R$ 300.
O esquema de vacinação da Qdenga é composto por duas doses, com intervalo de três meses entre uma e outra e a vacina foi aprovada para ser ministrada no público de 4 a 60 anos de idade. Para a médica infectologista, Elaine Matsuda, imunodeprimidos não devem receber a vacina. “Ela é de vírus atenuado e vai e vai ajudar que as pessoas tenham sintomas, ela causa uma infecção controlada e com isso melhora a defesa para que a pessoa quando entrar em contato com a dengue ela conseguir se defender, então alguém que podia ter pouco sintoma, pode não ter nenhum, que quem poderia até morrer, acaba tendo poucos sintomas”.
Segundo a especialista a vacina é segura e eficiente. “A eficácia fica em torno de 80% e protege contra os quatro tipos de dengue”, explica. Como a capacidade do laboratório Takeda não é suficiente para uma grande imunização, há já estudos para produção de vacina por outros laboratórios. “O Butantã está na fase final de uma vacina contra a dengue também e que também seria eficaz em torno de mais de 70% e que é dose única, então sairia mais barato, porque a Qdenga são duas doses”.
Enquanto novos fabricantes não trazem mais vacinas a o foco deve ser vacinar as populações mais vulneráveis que, segundo Elaine Matsuda são os dois estremos das faixas etárias, as crianças e os idosos. “Não tem como vacinar a população toda porque não tem vacina para isso nem que a gente quisesse, então ela tem que ser focada nas populações de maior risco de óbito, crianças e os idosos com comorbidades”, completa a infectologista.
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Seção: Saúde