Publicado em 22/12/2023 - 08:27 / Clipado em 22/12/2023 - 08:27
GM promete grande anúncio para acabar com rumores de fechamento de fábricas
POR REDAÇÃO
Em outubro deste ano, a General Motors (GM) esteve no centro de uma controvérsia ao tentar demitir funcionários em suas três plantas no estado de São Paulo, localizadas em São Caetano do Sul, São José dos Campos e Mogi das Cruzes. Essa situação gerou apreensão e levantou especulações sobre o futuro da montadora no país. Mas a marca promete anúncios que vão "reafirmar o compromisso com o Brasil".
Diversos fatores contribuíram para os rumores de que a GM poderia encerrar suas operações no país. Um dos principais motivos foi a falta de atualização de seus dois modelos mais vendidos, o Chevrolet Onix e o Chevrolet Tracker. Além disso, a tentativa frustrada de barrar a prorrogação dos incentivos fiscais concedidos à Stellantis, grupo que detém 30% do mercado brasileiro de automóveis, no Nordeste, aumentou o burburinho.
Para muitos, outro ponto de preocupação é a decisão da GM de vender apenas carros elétricos a partir de 2035. Embora a montadora tenha anunciado planos ambiciosos para a eletrificação de sua frota global, no Brasil ainda não há indícios de investimentos significativos na produção de veículos elétricos.
Diante desses boatos, o vice-presidente de Relações Governamentais, Comunicação e ESG da General Motors América do Sul, Fábio Rua, falou sobre a situação em uma entrevista à coluna. Rua destacou que o compromisso da GM com o Brasil é longevo, e não vai mudar por que uma outra montadora recebe mais incentivos. De acordo com ele, o que pode mudar é o tamanho desse compromisso.
"O Brasil compete com os demais países pelos investimentos das matrizes. Se há uma distorção no mercado que torna a concorrência desleal, pode impactar em uma estratégia comercial ou até mesmo no tempo de implementação da estratégia de eletrificação. Mas posso confirmar que a gente não vai sair do Brasil, e essa especulação não é justificada. Em breve, vamos apresentar mais do que novos produtos [S10 e Spin], mas uma manifestação formal do nosso compromisso com o país, que colocará fim a boatos como esses", disse Rua ao UOL Carros.
Rua não deu pistas sobre o que será anunciado, mas é possível que seja mais detalhes sobre a estratégia de eletrificação da produção de carros no país.
"Mexemos com as placas tectônicas do setor"
A General Motors, junto com a Volkswagen e a Toyota, estão entre as montadoras que se posicionaram mais fortemente contra a renovação dos incentivos fiscais às fabricantes do Nordeste até 2032. Apesar de os incentivos terem sido prolongados, Rua afirma que houve melhorias nos termos do pontos de vista da isonomia entre os estados.
"Por outro lado, mexemos com as placas tectônicas do setor automotivo de forma irreversível. A expectativa era renovar os incentivos de forma ilimitada, como acontece agora. Mas não foi isso que aconteceu."
O executivo demonstrou preocupações quanto à insegurança política e ao ambiente de negócios no Brasil. Ele argumentou que a falta de compromisso com a descarbonização, ao conceder subsídios para carros a combustão, envia uma mensagem contraditória à população. No entanto, também há ganhos futuros do novo texto.
"A expectativa era renovar os incentivos sem limites, mas a realidade foi diferente, com uma redução de 20% ao ano entre 2025 e 2032 e a impossibilidade de usar o benefício em outras operações da Stellantis. Além disso, o grupo precisará continuar investindo na planta depois do fim dos benefícios", argumenta.
Outro cenário que pode trazer melhorias para o ambiente de negócios automotivos, incluindo para a Chevrolet, é que o texto-base da reforma, com criação do IVA - que pode chegar a 27%, de acordo com especialistas - reduzirá a carga tributária da indústria.
Expectativa para o Mover
Nas próximas semanas, o Rota 2030 - programa destinado ao setor automotivo que apoia o desenvolvimento tecnológico, a inovação, a eficiência energética e a qualidade dos automóveis - entra em sua segunda fase. É o Mover (Mobilidade Verde), que trará as novas diretrizes para o setor e, na visão da Chevrolet, pode fortalecer a indústria, principalmente na transição para a descarbonização.
"Uma vez passada a reforma, não vejo sentido de as coisas permanecerem como estão. Acredito que o governo vai ter sensibilidade de reconhecer que não foi a melhor decisão para o país e para o compromisso com a descarbonização e tomar ações para reduzir distorções. A expectativa é que o Mover passe a sensação de que o Brasil vai incentivar carros híbridos e elétricos", finaliza.
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Seção: Notícias