Publicado em 14/12/2023 - 18:20 / Clipado em 14/12/2023 - 18:20
São Caetano aprova mudança de zoneamento e permite mais prédios altos
George Garcia
As duas sessões extraordinárias da Câmara de São Caetano, nesta quinta-feira (14/12) tiveram ainda vários itens polêmicos, um deles é o projeto que prevê a alteração na lei de zoneamento. Para a oposição o projeto vai permitir empreendimentos residenciais em áreas onde antes não eram permitidos e ainda vai abrir a possibilidade para prédios cada vez mais altos. Para o governo as mudanças abrem espaço para desenvolvimento e geração de empregos na construção civil.
O projeto foi aprovado sem alterações. O prefeito José Auricchio Júnior (PSDB) disse, em sua mensagem ao Legislativo, apenas que a propositura reúne alteração pontual na lei de zoneamento. O projeto de lei tem 29 páginas e alterações em várias áreas da cidade.
“É mais uma oportunidade para o prefeito vender a nossa cidade. De 1988 a 2010 a cidade teve uma quantidade exacerbada de mudanças na lei de zoneamento. É uma legislação com muitas brechas para dar palco à especulação imobiliária. Até hoje não temos um código de obras. Falar sobre zoneamento em São Caetano é falar sobre uma agenda política de expulsão dos mais pobres, uma política higienista, é vender nossa cidade aos interesses das imobiliárias”, criticou a vereadora oposicionista Bruna Biondi (PSol).
A parlamentar disse que uma das alterações propostas no projeto muda o uso do solo no bairro Fundação. Ela lembrou que neste bairro houve muita discussão em relação ao antigo edifício Di Thiene, ocupado por dezenas de famílias e que foi demolido depois que danos na sua estrutura e projetos habitacionais para aqueles ex-moradores não avançaram. “O bairro Fundação muda de alta concentração de imóveis não residenciais para alta concentração de imóveis residenciais. Nesse mesmo bairro a prefeitura usa o terreno onde estava o Di Thiene como estacionamento. Agora lá se quer permitir prédios de até 120 metros, a maior altura já permitida na história da nossa cidade, são prédios de 30 andares, é muita coisa”, aponta.
De outro lado o vereador Gilberto Costa (Avante), que responde pela liderança do governo na Câmara, se apegou na geração de empregos na área da construção civil que viriam com essas mudanças. “São adaptações que precisam ser feitas. Eu vou votar a favor dessas modificações que vão ajudar o bairro Centro, o Cerâmica entre outras ruas e bairros da cidade. A construção civil e todas as empresas que ela envolve merecem muito respeito da gente”, disse o vereador que respondeu a críticas de que a verticalização traria caos aos serviços públicos. “Não podemos levar a ele (empresário da construção civil) a responsabilidade de um problema de transito, de educação ou de saúde. Isso é tirar a nossa responsabilidade, a responsabilidade do poder público. Esse projeto tem sido discutido com a gente há muito tempo, é natural a oposição reclamar que o projeto vem em cima da hora, o governo senta com quem fala a linguagem do governo, eu não sento com quem me xinga”, rebate.
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Seção: Cidades