
Publicado em 01/12/2023 - 08:05 / Clipado em 01/12/2023 - 08:05
Desemprego cai novamente e quem consegue trabalho relata alívio no ABC
George Garcia
O nível de emprego no Brasil caiu 0,3 ponto percentual no trimestre terminado em outubro, revela PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) divulgada nesta quinta-feira (30/11) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Com o resultado o índice de desemprego no País ficou em 7,6%, um avanço se comparado ao trimestre anterior que estava em 7,9%. Apesar da PNAD não ter informações por municípios, a pesquisa confere com o apurado pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho, divulgado um dia antes.
Segundo o Ministério do Trabalho o emprego na região uma variação positiva de 0,52% somente entre setembro e outubro e de 2,61% no ano. O Caged mostrou que o saldo do emprego no ABC, que é a diferença entre os admitidos e os demitidos, para o mês de outubro ficou em 3.994 vagas. Esse foi o segundo melhor resultado do ano.
Para quem conquistou uma vaga, nenhum número ou estatística consegue refletir a alegria e o alívio. É o caso do motorista de ônibus, Diego Machado de Oliveira que viveu dois momentos bem distintos neste ano. Ele começou 2023 na empresa onde já trabalhava havia 16 anos, mas acabou demitido. “A cabeça fica a milhão”, descreve o profissional relatando a ansiedade durante o período em que ficou desempregado.
Com dois filhos e dois enteados em casa, as despesas continuaram chegando, e a contagem regressiva até a última parcela do seguro desemprego chegar foi elevando a preocupação do pai de família. “A gente fica muito preocupado. O emprego veio logo quando já estava vencendo a última parcela do seguro. O desespero não foi maior porque a esposa trabalha”, conta Oliveira. O motorista disse ainda que no meio da trajetória em busca do emprego surgiram algumas vagas para dirigir caminhão, mas ele preferiu esperar para voltar a trabalhar na sua área específica. “Eu escolhi esperar porque os salários que apareceram eram muito baixos, esperei e deu certo consegui trabalho como motorista de ônibus”, completa.
Os números do Caged mostram que de julho de 2021, quando a região bateu a marca de 700 mil pessoas empregadas, até janeiro de 2023 foram gerados mais de 47 mil vagas aumentando o estoque de vagas só no ABC. Nos seis meses anteriores (de janeiro de 2020 a julho de 2021) foram acrescentadas ao estoque de vagas 2.718, ou seja, o número de vagas ocupadas cresceu 17 vezes.
Acostumado com o vai e vem do mercado de trabalho o serralheiro industrial Evandro Leal, de 49 anos, começou 2023 sem trabalho, realidade que mudou em meados de março, e há uma semana ele está novamente em busca de colocação no mercado de trabalho. Com quase 30 anos de experiência ele diz que, mesmo quando está sem carteira assinada, consegue alguma renda fazendo trabalhos como autônomo.
“Na nossa área só fica parado quem quer, serviço tem todo dia, mas registrado é complicado porque não querem pagar o piso. Consegui emprego em março e fiquei até semana passada. Deu uma fracassada e o dono da firma falou que estava complicado, que não dava para manter um serralheiro se não tinha soldador”, conta Leal.
O serralheiro mora com a esposa e o filho em Diadema. Ele conta que apenas ela está trabalhado e o filho também está em busca de trabalho. “A gente faz um serviço aqui e outro ali e aperta um pouco o orçamento e vamos pagando as contas. Graças a Deus não tem faltado nada em casa”, diz o trabalhador que não acredita que consiga uma vaga ainda este ano por causa do Natal e do Ano Novo quando muitas empresas param. “Eu acredito que só no ano que vem, fechamento de ano é complicado porque as empresas entram em recesso. Esse mês eu faço uns serviços, faço um portão aqui, arrumo uma grade ali e vamos pagando as contas”, completa.
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Seção: Trabalho