
Publicado em 22/11/2023 - 19:30 / Clipado em 22/11/2023 - 19:30
PF e Receita miram esquema de doleiros, ‘fantasmas’ e ‘laranjas’ e apreendem R$ 1,2 milhão
Agentes da Operação Recidere fazem buscas nesta quarta, 22, em 21 endereços de investigados, inclusive cinco empresas de fachada, ligados a operações dólar-cabo, importações simuladas ou superfaturadas e uso de criptoativos; segundo investigadores, um alvo é o lobista Leonardo Meirelles, que foi sócio do doleiro Alberto Youssef, delator da Lava Jato
Blog do Fausto Macedo
Por Redação
A Polícia Federal e a Receita abriram nesta quarta-feira, 22, a Operação Recidere na mira de um grupo de doleiros que teriam movimentado mais de R$ 4 bilhões em dezenas de contas bancárias em nomes de empresas ‘fantasmas’. Durante a ofensiva, foram apreendidos R$ 1.246.000,00.
Investigadores informaram que um alvo de buscas é o lobista Leonardo Meirelles, que foi sócio do doleiro Alberto Youssef, delator da Operação Lava Jato. Em 2016, Meirelles fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República e revelou que, a pedido de Youssef, realizou cerca de 4 mil transações financeiras no exterior, por meio das quais movimentou US$ 120 milhões,
Agentes foram às ruas nesta manhã para cumprir 21 mandados de busca e apreensão em endereços de 16 investigados. Cinco empresas também são alvo de buscas. As diligências são realizadas em quatro cidades paulistas - Barueri, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e Mogi Guaçu - e em Florianópolis.
O inquérito mira doleiros que, segundo a PF, ‘se dedicaram, por anos, a operar esquema financeiro paralelo, atendendo clientes que buscam mover, no anonimato, grandes volumes de recursos’.
A apuração constatou o uso de empresas de fachada, com sócios laranja, para a abertura de contas bancárias.
De acordo com os investigadores, essas empresas eram usadas para movimentar recursos de clientes do esquema criminoso, muitas vezes com a remessa dos valores ao exterior.
As remessas se davam por meio de operações dólar-cabo, importações simuladas ou superfaturadas e a utilização de criptoativos.
Ao se debruçarem sobre supostas operações fraudulentas de comércio exterior, os investigadores ainda encontraram indícios de participação de um intermediador cambial e um despachante aduaneiro.
A ofensiva apura supostos crimes de: gestão fraudulenta de instituição financeira; operação sem autorização de instituição financeira, inclusive de câmbio; uso de falsa identidade para realização de operação de câmbio; e evasão de divisas.
De acordo com a PF, o nome da operação, Recidere, significa reincidência. “Foi adotado em razão da insistência de alguns dos investigados em continuar praticando os mesmos delitos, mesmo após serem objeto de outras investigações policiais e um deles inclusive firmar acordo de colaboração premiada perante o Supremo Tribunal Federal”, indicou a corporação.
COM A PALAVRA, A DEFESA
A reportagem do Estadão busca contato com a defesa de Leonardo Meirelles. O espaço está aberto para manifestação.
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