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 Site Diário do Grande ABC - Santo André/SP

Publicado em 08/11/2023 - 18:28 / Clipado em 08/11/2023 - 18:28

São Caetano vai da glória ao ostracismo em duas décadas


Azulão, que tornou-se sensação do futebol brasileiro no início dos anos 2000, atualmente acumula problema

 

O hino do São Caetano diz que o time nasceu ‘predestinado para a glória’. A letra faz sentido quando se analisa apenas a primeira metade da história do clube, vivida entre 1989 (ano de sua fundação) e 2004, espécie de divisor de águas. Época em que o Azulão começou a deixar de ser o terror das equipes tradicionais do País e mergulhou em um inferno astral – pontuado por rebaixamentos e escândalos – que dura até os dias atuais. E, pelos sinais emitidos a partir do Estádio Anacleto Campanella e do Palácio da Cerâmica, não deverá terminar tão cedo.

Fundado no dia 4 de dezembro (como lembra a frase inicial de seu hino), o Azulão nasceu da união de forças de empresários da cidade, liderados pela família do ex-prefeito Luiz Olinto Tortorello (morto em 17 de dezembro de 2004), para reviver o futebol da cidade. Eles se uniram ao União Jabaquara, pois a Federação Paulista exigia que um time estivesse federado pelo menos há três anos para disputar as suas competições. Logo depois, o nome mudou para AD (Associação Desportiva) São Caetano.

Passados 14 anos e 4 meses deste movimento, veio a maior conquista da história do clube. Em 18 de abril de 2004, no Pacaembu, o São Caetano foi campeão paulista. Ganhou na final do Paulista de Jundiaí por 2 a 0. Finalmente o ‘Pequeno Gigante’ faturava um título na elite, depois de ser vice do Brasileirão (2000 e 2001) e da Copa Libertadores (2001).

O ano, que havia começado bem para o Azulão, terminou de forma trágica. No dia 27 de outubro, em um jogo contra o São Paulo, no Morumbi, o zagueiro Serginho, um dos símbolos do elenco, caiu em campo. Foi socorrido, levado de ambulância para um hospital da Capital e, minutos depois, declarado morto. Não bastasse isso, em 17 de dezembro a cidade perdia o prefeito Tortorello, um dos fundadores do Azulão, torcedor – ia a treinos e jogos – e político que não media esforços para auxiliar no crescimento do time.

Com o início da gestão José Auricchio Júnior (2005), o São Caetano perdeu o protagonismo e se apequenando cada vez mais. No Campeonato Brasileiro, foi rebaixado para a Série B (2006), Série C (2013) e Série D (2014). Em 2020, terminou em último na Série D e perdeu definitivamente a vaga na competição nacional. No Campeonato Paulista, sua trajetória alternou brilharecos – como os títulos da Série A-2 em 2017 e 2020 – e quedas vexaminosas. A última delas ocorreu neste ano, quando foi rebaixado para Série A-3 do ano que vem.

Fora de campo, o time foi vendido para Manoel Sabino Neto (em 2021). Um ano após o negócio, o empresário foi preso. O clube voltou a ser notícia em dezembro de 2022, quando foi a leilão, mas não atraiu interessados em comprá-lo.

Uma sequência negativa que fica cada vez mais complicada sem apoio do poder público.

 

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Seção: São Caetano