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 Site Diário do Grande ABC - Santo André/SP

Publicado em 06/11/2023 - 17:28 / Clipado em 06/11/2023 - 17:28

Começo da semana tem árvores caídas e moradores ainda sem luz


Por Renan Soares

Em São Caetano, grávida quase é acertada após ventaria derrubar tronco; já em Sto.André, munícipes tiveram energia retomada apenas nesta segunda
 

No primeiro dia útil após as intensas rajadas de vento no Grande ABC, seguem as dificuldades para os moradores. Desde sexta-feira (3), por volta das 16h, diversas árvores caíram na região, atingindo fios de eletricidade e cortando o fornecimento de energia aos munícipes. Em Santo André, moradores do Parque Jaçatuba tiveram de suportar quase três dias em luz, enquanto em São Caetano, no Bairro Nova Gerti, na EMI (Escola Municipal Integrada) Angela Massei, uma árvore caiu para fora do local, acertando casas ao redor, incluindo a de uma grávida de oito meses.

Segundo a Enel, concessionária responsável pela distribuição de energia na região, 83% dos clientes em São Paulo já tiveram o serviço retomado.

Marcos Aquino, 32 anos, é agente de segurança e trabalhava na Avenida Paulista, a mais de 13 km de sua casa, na Rua Dr. Afranio Peixoto, no Bairro Cerâmica, em São Caetano, quando recebeu um telefonema de sua esposa, grávida de oito meses, com uma notícia desesperadora: uma das árvores da EMI (Escola Municipal Integrada) Angela Massei havia caído sobre a residência do casal. O Diário esteve no local e viu de perto o estrago causado pelos fortes ventos, com o telhado parcialmente destruído, com escombros em cima dos pertences do casal, como a cama, cômoda e o espaço onde eram guardados os itens comprados para o futuro bebê.

“Desde às 16h da última sexta-feira estamos nessa. Minha esposa estava sozinha em casa e ela tem uma gestação de alto risco. Fui ao Atende Fácil e não tive suporte nenhum e o CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) está fechado, por falta de energia”, diz o morador, que aguardava visita da Defesa Civil para a análise das perdas, fato que ocorreu no fim da tarde. “Estamos nos sentindo prejudicados, porque eu não tenho para onde levar minha família, sendo que está para nascer minha filha”, desabafa.

O imóvel é alugado e pertence a Leandro Arenas, 32, administrador que vive no local, na parte do fundo, junto à mãe, que enfrenta problemas de saúde. Segundo explica Leandro, o problema não é novo, e foram feitos alertas para a gestão municipal. “Eu e os vizinhos já cansamos de pedir a retirada ou poda das árvores”, afirma o administrador, que também denuncia o risco de uma jaqueira plantada na escola, alertando para a possibilidade da queda de uma das frutas sobre as crianças.

No município, a Secretaria de Educação havia informado a suspensão de aulas em diversas unidades escolares, que passarão por intervenções em decorrência do vendaval. A equipe de reportagem encontrou a secretária de Educação de São Caetano, Minéa Paschoaleto Fratelli, em uma delas (Emei Helena Musumeci), enquanto a mesma vistoriava o local. A gestora não quis falar e pediu para que as questões fossem encaminhadas para funcionários do setor de comunicação do Paço, que seriam “muito solícitos”. O Diário entrou com o setor, mas não recebeu retorno.

Segundo o apurado, Minéa estaria vistoriando as escolas para identificar os danos, além de decidir quais delas poderiam retomar as aulas já nesta terça-feira. No local, foi possível observar galhos caídos. Havia ainda um funcionário isolando a área do parquinho, onde estão a maioria das árvores do espaço.

 

72 HORAS

No Parque Jaçatuba, em Santo André, os moradores tiveram de conviver por quase três dias com a falta de luz. Uma delas é Sueli Aparecida de Moraes, 55, perdeu muitos itens que estavam na geladeira, como carnes, ovos, leite e frutas, e ainda tem uma preocupação, já que o eletrodoméstico não apresenta o mesmo funcionamento de anteriormente. A mãe de Sueli, que tem 81 anos, faz uso de insulina devido à diabete, sendo que o item também é guardado na geladeira.

“Nos meus 55 anos, nunca passei por algo parecido. Muitas pessoas foram amplamente prejudicadas pelo descaso da Enel”, diz Sueli, que trabalha na área da medicina. Com pelo menos R$ 1.250 de prejuízo, a moradora diz que vai buscar ressarcimento junto a Enel.

Já em São Bernardo, comerciantes do Rudge Ramos relataram à equipe de reportagem que houve a queda de energia, mas que durou poucas horas, sem prejuízos consideráveis.


Cabos impedem retirada de árvore

Desde o temporal de sexta-feira (3), o aposentado Luis Antônio Mozardo, morador no Bairro Jardim do Mar, segue como o único da rua Continental, sem energia. Com a fiação afetada pela queda de árvore em frente à sua residência, o morador já coleciona dois protocolos em aberto com a Enel. E, sem resposta da companhia até então, se preocupa com os fios soltos ainda energizados no local, fato que, inclusive, impediu a remoção da árvore, que continua caída no endereço.

A retirada dos galhos que sobrepõem calçada e parte da via atrapalhando a circulação de veículos e pedestres, estava prestes a ser feita por uma equipe da Prefeitura de São Bernardo, quando moradores alertaram sobre os perigos de eletrocutamento. “Foram embora e só vão retornar quando a Enel retirar os fios para que os trabalhadores não corram risco de vida. O que me preocupa, não são apenas os perrengues que tenho passado em casa por estar sem luz, mas o fato de ter escolas aqui perto e várias pessoas circulando na rua, porque é uma região próxima ao Centro. Se chover de novo, o estrago será maior”, adverte o aposentado.

Até o fechamento desta reportagem, a Prefeitura de São Bernardo não havia informado se pretende adotar alguma medida em relação ao caso, assim como a Enel também não havia se pronunciado sobre uma previsão para desenergizar a árvore.  

 

 

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Seção: São Caetano