
Publicado em 04/11/2023 - 06:27 / Clipado em 04/11/2023 - 06:27
Diário do Transporte testa como funciona a tarifa zero em São Caetano do Sul (SP)
É a maior cidade da Grande São Paulo por enquanto a adotar gratuidade irrestrita aos passageiros; Reportagem usou duas linhas das oito do sistema municipal
ADAMO BAZANI
Colaborou Vinícius de Oliveira
Passageiros satisfeitos e motoristas trabalhando com mais tranquilidade.
Essa foi uma das principais impressões que a reportagem do Diário do Transporte teve ao usar duas das oito linhas de ônibus de São Caetano do Sul, no ABC Paulista.
Na quarta-feira, 1º de novembro de 2023, a cidade adotou tarifa zero de forma irrestrita para todos os passageiros que usam os ônibus da concessionária Vipe (Viação Padre Eustáquio).
Não é necessário portar cartão do sistema de transportes da cidade e nem precisa ser morador de São Caetano. Mas todo mundo que embarca, a não ser que tenha alguma limitação física, deve passar pela catraca do coletivo. É para a prefeitura ter controle da quantidade de passageiros, já que a Vipe é remunerada com base nos usuários transportados.
A estimativa é de um custo mensal aos cofres públicos na ordem de R$ 2,9 milhões. (Veja abaixo das fotos todos os detalhes)
Vale ressaltar que a reportagem esteve no sistema fora do horário de pico (o primeiro embarque foi por volta de 9h) e na sexta-feira, 03 de novembro de 2023, “emenda” de feriado de Finados, que foi na quinta-feira (02).
A demanda de passageiros, pelo horário e por ser emenda de feriado, estava considerável. Os dois ônibus usados não levaram ninguém em pé, mas quase todos os assentos estavam ocupados em grande parte das viagens.
Os veículos eram do tipo convencional, ou seja, não eram micros e nem micrões.
Segundo o motorista de um destes coletivos, o movimento estava acima do que era registrado neste horário e em emendas de feriado quando a tarifa era cobrada. Até 31 de outubro de 2023, a tarifa era de R$ 5.
Informalmente, a reportagem conversou com 11 passageiros. Todos aprovaram e cinco deles falaram que não usariam o ônibus na emenda de feriado se fosse cobrada a tarifa. Dois disseram que nem sairiam de casa.
O que foi possível perceber é que alguns passageiros ficavam pouco tempo no ônibus, desembarcando dois ou três pontos depois do embarque.
Foram duas linhas utilizadas:
IDA:
Linha 03 – Circular Barcelona – o embarque foi por volta de 9h00 no terminal central ao lado da estação de trens da linha 10 Turquesa/Serviço 710 da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) – ônibus prefixo 1648 era convencional, com tomadas USB para celulares (que funcionavam nos assentos que a reportagem testou); sem ar-condicionado. Veículo tem elevador central para cadeira de rodas, estava limpo e bem conservado. O desembarque foi no ponto final, cerca de 35 minutos depois do embarque.
VOLTA:
Linha 02 – Circular Gerty (divide o ponto final com a linha 03) – o embarque foi pouco antes de 10h. – o ônibus de prefixo 2053 era convencional com ar-condicionado e tomadas USB para celulares que estavam funcionando nos bancos testados. O coletivo é mais novo que o da ida. Veículo tem elevador central para cadeira de rodas, estava limpo e bem conservado. O desembarque foi na Avenida Goiás, perto do portão central da fábrica da General Motos (GM), cerca de 30 minutos depois do embarque. O único ponto que desagradou no veículo é que foi adesivado de forma extravagante com a propaganda do Tarifa Zero. Externamente, não ficou feio, mas internamente, atrapalha muito a visão porque não é um tipo de adesivo com transparência. Em alguns bancos, a visão era completamente prejudicada. Para ver onde o ônibus estava, era necessário esticar o pescoço para outra janela.
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Seção: Transporte Público