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Publicado em 27/10/2023 - 08:37 / Clipado em 27/10/2023 - 08:37

Pré-candidatos admitem importância da GM, mas apelam para novas matrizes econômicas


George Garcia

 

O RD procurou os pré-candidatos à Prefeitura de São Caetano para comentarem a decisão da General Motors em demitir parte dos trabalhadores da fábrica de São Caetano e também das fábricas de São José dos Campos e Mogi das Cruzes. Só na unidade do ABC pelo menos 300 trabalhadores receberam telegramas e e-mails durante o fim de semana sobre a demissão. As demissões trarão impacto importante na economia da cidade. A Prefeitura e a Câmara lembram que a montadora está sob pacote de incentivos fiscais oferecido em 2019 para a permanência da fábrica na cidade. O pacote envolve R$ 100 milhões em renúncia de receita por parte do município.

 

Tite Campanella (Cidadania), Regina Maura Zetone (PSDB), Daniel Córdoba (PSDB) e Fabio Palacio (União Brasil) e Leandro Prearo (PSD) foram consultados. Regina e Tite não retornaram aos pedidos de entrevista.
 

General Motors não é tratado com a seriedade que merece, diz Palácio

O candidato que contrapõe o grupo governista, Palacio, considera que o assunto General Motors não é tratado com a seriedade que merece. “A montadora é extremamente importante para a economia da cidade, é a que mais gera empregos e a que mais gera arrecadação e tem que ter um tratamento diferenciado. Quando ela anunciou que ia sair da cidade ela foi bem contemplada com um pacote de benefícios fiscais, mas a prefeitura não dá transparência  sobre como esse acordo vem sendo cumprido. A análise deveria ser feita a cada dois anos, ou seja, já passou 2021 devia ter sido apresentada novo relatório agora neste ano, mas não foi feito então ninguém sabe se as metas colocadas estão sendo cumpridas”, aponta o pré-candidato.

Ainda de acordo com Palacio, a Prefeitura também não se mobiliza para fomentar outras matrizes econômicas e fica esperando que setores em queda se recuperem sozinhos. “A cidade tem tamanha dependência de uma empresa que produz veículos a combustão e de uma empresa de transporte de combustíveis fósseis, duas áreas em declínio e a Prefeitura não se movimenta para gerar tributos e empregos fomentando outras matrizes econômicas. Eu temo que aconteça em São Caetano, o que aconteceu em São Bernardo com a saída da Ford (em 2021) e Toyota (neste ano). A GM goza do benefício de R$ 100 milhões e sequer comunicou a Prefeitura ou o sindicato das demissões. O secretário de Desenvolvimento Econômico que deveria ser o principal interlocutor nada fez. Penso que seria um grande absurdo surgir um novo pacote de benesses para a montadora quando não se tem a dimensão dos resultados do primeiro pacote”, completa.

 

Matriz econômica em São Caetano deve ser repensada, avalia Prearo

O reitor da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), Leandro Prearo, presidente local do PSD e colocado como pré-candidato, também considera que a matriz econômica deve ser repensada. “As demissões na GM exigem que a região tenha clareza da necessidade de, por um lado se mobilizar em defesa da proteção da indústria automobilística; e de outro, da necessidade premente de uma maior diversificação de sua matriz econômica. O ABC perde com essas demissões. São Caetano perde com essas demissões. As famílias perdem muito com essas demissões”, disse, em nota.

 

Córdoba diz que houve uma disputa de sustentações

O secretário de Desenvolvimento Econômico de São Caetano e que também colocou seu nome à disposição do PSDB para a disputa majoritária de 2024, Daniel Córdoba, disse que houve uma disputa de sustentações quando a GM comunicou à Prefeitura as demissões. “A empresa demonstrou toda a sua situação de queda nas vendas argumentou com a PEC 45 que trata da isenção de impostos e que beneficia as montadoras que estão no Nordeste. Ela também disse que usou formas de negociação para essas dispensas, como o lay-off, o que não foi aceito pelos trabalhadores. Por outro lado a Prefeitura forneceu um acordo por 10 anos, para que a empresa de mantivesse, isso nós colocamos e pedimos o equilíbrio, mas a montadora argumentou com uma questão jurídica de que não há compromisso de contrapartida de empregos naquele acordo, apenas investimento na planta o que a GM fez, mesmo assim isso não justifica demitir trabalhadores por telegrama”, aponta Córdoba.

O secretário e pré-candidato diz que a Prefeitura está atenta às mudanças de matrizes econômicas e conta que entre janeiro e fevereiro a Prefeitura de São Caetano vai lançar o Parque Tecnológico, numa área de 1,5 mil metros quadrados, onde vão se instalar empresas de tecnologia. “Essa transformação energética e tecnológica vai ser uma parte da campanha eleitoral de 2024, ao lado dos temas importantes como saúde, educação e emprego. Essa transformação está em curso e visa preparar a cidade para os próximos 10 anos. Temos um orçamento previsto de mais de R$ 2 bilhões e uma arrecadação crescente como a volta do Grupo CB, a Gocil Segurança, Sonda Supermercados, entre outras empresas que estão se instalando na cidade que demonstra pujança econômica”, completa.

 

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Seção: Política