Publicado em 10/10/2023 - 17:10 / Clipado em 10/10/2023 - 17:10
Consórcio ABC aponta preocupações sobre futuro da Sabesp
Carlos Carvalho
O Consórcio Intermunicipal Grande ABC promoveu nesta terça-feira (10/10) uma nova Assembleia de Prefeitos. Entre os temas debatidos entre os entes consorciados está o futuro da Sabesp. Segundo o prefeito de Mauá e presidente da entidade regional, Marcelo Oliveira (PT), existe uma preocupação sobre a infraestrutura das cidades caso não ocorra um controle público na autarquia estadual.
Oliveira acredita que a proposta de privatização vai ser enviada à Assembleia Legislativa ainda neste ano. Porém, antes que isso aconteça, o petista considera que diversos pontos devem ser debatidos. Inclusive o prefeito mauaense falou isso diretamente ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em reunião que ocorreu na semana passada, no Palácio dos Bandeirantes.
Uma das principais preocupações está sobre as futuras intervenções da Sabesp nos municípios, principalmente sobre os buracos que são feitos nas ruas e avenidas para a instalação de novas ligações de água ou mesmo para a manutenção do sistema existente.
“Nós temos um controle do que está acontecendo na cidade junto ao serviço que a Sabesp tem prestado para cada uma. Com esse controle ainda temos grandes desafios, imagina se a cidade não tiver controle algum? Se não tiver uma gestão compartilhada e só deixar para o Estado tocar vai ficar muito mais difícil”, iniciou.
Marcelo relembrou o processo de criação da Sama, em Mauá. O chefe do Executivo aponta que existiam mais de 3 mil buracos na cidade antes da criação da autarquia municipal. Com a Sama houve uma resolução do caso, porém, outras situações levaram para a sua redução.
“A autarquia, nesse sentido, resolveu o problema (dos buracos). Mas nesse tempo passaram algumas pessoas (superintendentes) por lá, inclusive o ex-prefeito (se referindo a Atila Jacomussi), que não pagaram a água e virou um lixo com uma dívida de R$ 2 bilhões, que teve que negociar e dessa negociação veio a Sabesp para ser a responsável novamente pela água da cidade”, seguiu.
Outro ponto em debate sobre o assunto está no encaminhamento do valor da tarifa. Além do temor sobre a possibilidade de um aumento do valor cobrado pelo saneamento básico, os prefeitos querem debater sobre o futuro da tarifa social, dedicada as famílias de baixa renda.
Marcelo Oliveira afirmou que apesar das diferenças de cenário entre os municípios (Mauá, por exemplo, tem a Sabesp no controle de distribuição de água e a BRK Ambiental na coleta e tratamento de esgoto), existe uma possibilidade de debate maior sobre o assunto tanto no Consórcio ABC quanto no Conselho Metropolitano. Aliás, a entidade regional quer aproveitar a reunião que ocorrerá nesta quarta-feira (11/10) para falar sobre o assunto.
Demais assuntos da reunião
Os prefeitos Marcelo Oliveira, José de Filippi Jr. (PT, Diadema), Paulo Serra (PSDB, Santo André), Guto Volpi (PL, Ribeirão Pires) e Penha Fumagalli (PSD, Rio Grande da Serra) também debateram as propostas que serão protocoladas no Novo PAC (Plano de Aceleração do Crescimento). Duas ideias foram colocadas, a primeira de que ocorra a indicação de que houve um debate no Consórcio ABC sobre cada tema e retomar o Plano Regional de Mobilidade, aprovado em 2013 e que também necessita de verbas federais para que saia do papel.
Também foi batido o martelo para uma licitação para que ocorra a identificação dos locais que são considerados áreas de mananciais. A intensão é criar uma educação ambiental na população para que se evite problemas nestes locais.
Os prefeitos também aprovaram mais um ofício direcionado para o Governo do Estado visando a limpeza dos piscinões. A ideia é evitar um jogo de empurra-empurra sobre o assunto e conseguir antecipar as limpezas antes que as chuvas de verão comecem a surgir com força, assim evitando enchentes e alagamentos nas cidades.
Veículo: Online -> Site -> Site Repórter Diário
Seção: Política