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Publicado em 09/10/2023 - 07:50 / Clipado em 09/10/2023 - 07:50

Espera por mamografia pode chegar a 3 meses em Diadema


Amanda Lemos

 

No mês de conscientização e prevenção ao câncer de mama e colo de útero, Outubro Rosa, conseguir um diagnóstico preciso e, consequentemente, aumentar as chances de cura, pode ser desafio para quem mora em Diadema. Isso porque de acordo com a Secretaria de Saúde, o tempo de espera para realização do exame de mamografia pode chegar a três meses. A mamografia e a biópsia são exames fundamentais para diagnóstico precoce do câncer, e segundo profissionais da área, deveriam ser prioridade e feitos o mais rápido possível.

 

O RD questionou a cidade em relação ao número de atendimentos realizados no município, no entanto não teve resposta. O município diz somente não ter fila de espera e oferecer exame de mamografia de rotina, mediante a encaminhamento da Unidade Básica de Saúde (UBS) de referência ou por solicitação da equipe de mastologia do serviço especializado. Para casos prioritários, o agendamento do exame acontece em menos de um mês, segundo a Prefeitura, enquanto para casos de rastreio pode demorar até 90 dias.

Em Santo André, o processo entre marcação e realização do exame pode chegar a 40 dias, mas a administração diz realizar todo mês de outubro mutirões, com oferta de 4 mil exames de mamografia e 3 mil de ultrassom (de mama e transvaginal), inclusive para a população trans, no Hospital da Mulher, a fim de evitar filas de espera. Para reforçar o atendimento, no início de setembro, o hospital recebeu três novos aparelhos de ultrassom, além de um novo equipamento de mamografia e um de densitometria óssea.

 

Quinta causa de morte no mundo

O câncer de mama é o tipo de tumor que mais acomete mulheres no mundo, é a quinta maior causa de mortalidade no mundo, com mais de 627 mil mortes, o que representa 6,6% do total de mortes por todos os tipos de doença. No Brasil, é a primeira causa de morte em mulheres, com mais ocorrências na região Sul, onde cada 100 mil mulheres, há uma taxa de 12,69 óbitos por câncer de mama, de acordo com o relatório anual feito pelo INCA (Instituto Nacional de Câncer).

A mastologista do Hospital São Luiz São Caetano, Anna Lya Menezes Martins, chama atenção das mulheres sobre a importância do autoexame e dos cuidados com a doença. “Em muitos casos a mulher deixa de cuidar da própria saúde por ser muito atarefada com sua rotina, por isso a importância da campanha do Outubro Rosa, que chama atenção para a realização de exames preventivos para evitar problemas futuros”, diz.

 

Fatores de risco

De acordo com a médica, existem alguns hábitos do dia-a-dia que podem ser mudados e outros que podem ser praticados para diminuir as chances de desenvolver o câncer de mama. A atividade física é um dos principais pontos. “A prática regular da atividade física é um dos fatores essenciais para melhorar a saúde como um todo”, diz . Outra recomendação é evitar alimentos gordurosos, ultra processados e bebidas alcoólicas, com consumo somente “de forma moderada”.

 

Sintomas

Os sinais que a mulher pode observar em suspeita de câncer de mama são vermelhidão na região da mama, inchaço e caroço na região da axila. A mastologista ainda comenta que homens também podem adquirir o câncer de mama. “A porcentagem é muito baixa, em torno de 1%, mas é importante que os homens consultem seus médicos em caso de suspeitas”, afirma.

Para diagnóstico, o exame ideal para detectar alguma anomalia é a mamografia, feita anualmente, a partir dos 40 anos. Exames complementares como ultrassonografia e ressonância magnética também são válidos. O autoexame também é importante nesta questão. Segundo a médica, o ideal é realiza-lo a partir dos 20 anos, duas vezes ao mês, sendo uma delas uma semana após menstruação.

Anna revela, ainda, mitos e verdades que pairam sobre a doença, como: implante de silicone e piercing nas mamas, que não têm nenhuma relação com a doença. Já o aleitamento materno, por pelo menos seis meses, tem caráter preventivo.

 

Após o diagnóstico, o que fazer?

Os tratamentos do tumor de mama variam de acordo com o estágio da doença. Existe o tratamento local, que consiste em cirurgia e radioterapia (além da reconstrução da mama), e o tratamento sistêmico, com quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica.

 

Na rede pública

Em Santo André, caso seja necessário tratamento cirúrgico, a Prefeitura encaminha o paciente para o Hospital da Mulher. No caso de radioterapia e regulação municipal, o encaminhamento acontece para estabelecimentos conveniados com a Secretaria de Saúde da cidade. Já em caso de quimioterapia, o caso é inserido no sistema estadual para atendimento pela rede Hebe Camargo, do governo do Estado.

Em São Bernardo, o primeiro atendimento é feito pelas unidades básicas de saúde (UBSs) e pacientes com indicação para mastologista são encaminhados ao Centro de Atenção Integrada à Saúde da Mulher (Caism). Em alusão ao Outubro Rosa, todas as 34 UBSs estão com ações de prevenção à saúde da mulher.

Quando há alteração no exame do paciente de Diadema, após avaliação do mastologista, é feito o processo de inserção na regulação, para encaminhamento para serviço da rede Hebe Camargo. O fechamento do diagnóstico e o tratamento são realizados em rede especializada referenciada pela Secretaria do Estado da Saúde.

Já em São Caetano quando a paciente tem suspeita de câncer de mama é encaminhada da Atenção Básica para o Caism, onde será direcionada para biópsia. Confirmado o diagnóstico, permanece com a equipe da mastologia, que segue com conduta do tratamento local, e oncologia com tratamento sistêmico. A paciente com câncer de mama mantém seguimento com equipe de mastologia e oncologia do município geralmente por cinco anos. Além disso, São Caetano oferece reconstrução imediata mamária, quando for o caso. A equipe conta também com apoio de nutricionista, fisioterapia e psicólogos para suporte das pacientes.

As demais cidades do ABC não retornaram com informações até o fechamento da reportagem.

 

https://www.reporterdiario.com.br/noticia/3327045/espera-por-mamografia-pode-chegar-a-3-meses-em-diadema/

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Seção: Saúde