
Publicado em 26/06/2023 - 07:41 / Clipado em 26/06/2023 - 07:41
ABC adota medidas de segurança para evitar ataques em escolas
Beatriz Gomes
Nos últimos meses, as escolas de todo o País convivem com medo de serem alvo de ataques, normalmente feitos por ex-alunos. Por conta do aumento no número de casos, instituições procuram alternativas para evitar possíveis ataques, como câmeras de segurança e até botões de pânico e no ABC não foi diferente.
Santo André aumentou nos últimos meses as rondas nas escolas da cidade, realizadas pela GCM (Guarda Civil Municipal) em parceria com a Polícia Militar. Além disso, a cidade ampliou o monitoramento por imagens nas escolas da rede municipal, que contam com 1,5 mil câmeras, instaladas em toda a rede. As imagens são acompanhadas em tempo real no COI (Centro de Operações Integradas) por GCMs e policiais.
O município também criou grupos permanentes de monitoramento e diálogo entre diretores, professores, funcionários e conselho de escola com a participação de pais e mães. Outra medida foi a ampliação do Con_Viver Bem, programa já existente na cidade que disponibiliza psicólogos e apoio emocional para professores, alunos, equipes gestoras e a comunidade escolar.
A Secretaria de Educação de Santo André também realiza campanhas constantes para que não sejam divulgadas ameaças e ataques nas redes sociais ou pelo WhatsApp. A recomendação é encaminhar todas as informações apenas para forças de segurança e autoridades.
São Bernardo
Em São Bernardo, desde o dia 10 de abril todas as 218 unidades escolares municipais contam com a presença física de um guarda civil municipal durante o seu período de funcionamento, como forma de reforçar a segurança dos alunos e comunidade escolar. A ação não tem prazo para acabar e é desenvolvida por meio do pagamento de Diária Especial de Segurança Escolar (Dese) aos profissionais da GCM. A Dese garante rendimento líquido de até R$ 3.165 por mês aos guardas. A Administração também solicita mensalmente reforço das forças de segurança estadual no município.
São Caetano
São Caetano, por meio de uma ação conjunta entre as secretarias de Educação e Segurança, realizou a reorganização das equipes de segurança, garantindo que cada Unidade Escolar recebesse a presença de um guarda da GCM, o que tem contribuído para a segurança de todas as crianças e funcionários nas escolas. Desta forma não foi necessário um aumento nos investimentos específicos para este propósito, uma vez que os profissionais alocados para a segurança são servidores da prefeitura.
Felizmente, a cidade não teve nenhum ataque às escolas este ano. No entanto, em casos pontuais de incidentes, como a identificação de objetos trazidos pelos alunos em seu material escolar, as crianças foram reorientadas e suas famílias foram chamadas para um diálogo com a equipe escolar.
Além disso, como medida preventiva, existe o programa Cuca Legal, que envolve visitas periódicas de psicólogos do sistema de saúde do município às escolas, com o objetivo de capacitar os profissionais das unidades escolares para lidar com diferentes situações em sala de aula. As equipes de saúde mental também estão preparadas para intervir, se necessário, tanto com os alunos como com seus familiares em casos específicos.
Diadema
Desde 2021, a Secretaria de Educação conta com o programa Escola Que Protege, série de ações que visa identificar possíveis situações de violência e violações de direitos envolvendo os estudantes, bem como combate ao bullying. Também desde o ano passado, todas as escolas da rede municipal contam com câmeras de videomonitoramento que são acompanhadas por uma central 24 horas por dia.
Em abril, frente à escalada do pânico social devido aos ataques em escolas, Diadema lançou o Observatório de Segurança Escolar, que tem as Secretarias de Educação, Segurança Cidadã, Saúde, Esporte e Lazer, Cultura e Assistência Social e Cidadania atuando em conjunto. Quatro escolas, nas quatro regiões da cidade, são os pontos focais das reuniões do Observatório, uma política que será permanente e vai criar nas quatro escolas polos grupos para identificar possíveis situações de violência no entorno das unidades escolares e discutir ações, tanto para evitar que essa violência chegue à escola, quanto medidas para promover a cultura de paz.
Outras iniciativas foram: formações para as famílias dos estudantes sobre comunicação não violenta e grupos de escuta para os professores da rede.
Mauá
Desde o final de abril, Mauá mantém ativa a campanha “Mauá Pela Paz nas Escolas” , mobilização que visa unir a sociedade em busca de soluções para prevenir casos de violência no ambiente escolar.
Foi destacado um número de telefone, para que a comunidade escolar possa acionar a GCM em caso de necessidade. As ligações podem ser feitas para o telefone 4512-7675.
Atualmente, as 44 escolas municipais contam com câmeras de segurança e também com o dispositivo “botão do pânico”, que permite, em situações de emergência, contato imediato com a central de videomonitoramento.
A gestão Mauá Para Todos vai aumentar o efetivo da GCM (Guarda Civil Municipal). 100 selecionados no último concurso realizado em 2022, iniciaram o curso preparatório, com duração de três meses, agora em junho. Outros 116 deverão ser chamados no início de 2024.
Além disso, o efetivo da GCM intensificou o patrulhamento comunitário e preventivo próximo das unidades de ensino, colaborando com o governo estadual na segurança na cidade. E contou com o reforço de três novas viaturas que entraram em operação.
Ribeirão Pires
O município investiu em rondas reforçadas com equipes da GCM, monitoramento nas escolas, criação do botão de pânico, acolhimento permanente de alunos e profissionais pelo APSE (Apoio Psicossocial Escolar), rodas de conversa e suporte às famílias dos estudantes.
Rio Grande da Serra
A cidade reforçou o patrulhamento preventivo e as rondas específicas nas unidades escolares e realiza palestras e acompanhamento direto com as famílias dos estudantes.
Em relação as escolas estaduais, o RD questionou a Secretaria Estadual da Educação, que não se manifestou até o fechamento desta reportagem.
Que outras medidas a escolas devem tomar?
Para o docente do curso de direito e coordenador do Observatório de Segurança Pública da USCS (Universidade de São Caetano do Sul), David Siena, é importante que as escolas criem um grupo que avalie as possíveis ameaças que a unidade pode sofrer. “Esta equipe deve incluir membros de diferentes disciplinas dentro da comunidade escolar, como professores, orientadores, profissionais de saúde mental, administradores escolares e treinadores. O objetivo desta equipe é coletar informações sobre alunos ou situações preocupantes, avaliar riscos que eles podem representar para a escola e criar estratégias para reduzir danos”, afirma.
Siena diz ainda que grande parte dos ataques é realizada por alunos ou ex-alunos que sofreram ou sofrem bullying, por isso, é importante que as escolas criem ações e medidas para evitar casos graves de bullying. “Professores e funcionários devem apoiar a diversidade, incentivar a comunicação entre a equipe docente e os alunos, intervir em conflitos e trabalhar para prevenir o bullying. Em um ambiente escolar seguro, os alunos se sentem à vontade para compartilhar suas preocupações com adultos sem se sentir envergonhados ou rotulados como ‘dedos-duros’”, destaca.
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Seção: Educação