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Publicado em 29/03/2020 - 18:19 / Clipado em 29/03/2020 - 18:19

Para Auricchio, Bolsonaro assume “papel genocida”


Carlos Carvalho

 

O prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSDB), fez duras críticas ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). Em vídeo divulgado neste domingo (29/03), nas redes sociais, o tucano comentou as atitudes do chefe da Nação e considera que o mesmo está “assumindo um papel genocida”. O líder do Palácio da Cerâmica afirmou que vai manter as medidas restritivas de circulação no município.

 


Auricchio não poupou suas críticas (Foto: Reprodução)

 

Querendo ter uma “conversa franca” com os moradores, Auricchio deixou claro que pretende manter as 70 medidas impostas na cidade por entender que “são fundamentais para garantir a vida das pessoas. “Se o presidente da República faz chacota com assunto sério, traz desinformação e desserviço à nação, nós faremos o oposto. Repudio a forma em que o presidente trata o tema, assumindo um papel genocida”, afirmou.

“Se mortes forem evitadas, serão pelas ações dos prefeitos e governadores, pois de maneira omissa, o presidente descumpre o próprio estado de calamidade pública que ele decretou. Caso ele queira estimular as pessoas voltarem à vida normal, que assume a responsabilidade das mortes que virão”, completou Auricchio sobre Bolsonaro.

Médico, o prefeito de São Caetano considera que se houve uma situação de descontrole no País então haverá “uma explosão do número de casos em um curto espaço de tempo que não será suportada nem pelo sistema único de saúde e nem pelo sistema privado de hospitais, principalmente em relação a leitos de UTIs e respiradores mecânicos necessários para a sobrevida de pacientes graves, o que se traduziria no colapso do sistema de saúde. Quando não há vagas disponíveis em hospitais públicos e privados para atender à demanda de pacientes, levando a mortes de pacientes com a Covid-19 e também de pacientes com outras doenças que requeiram atendimento de urgência e emergência, como infartos, acidentes vasculares, acidentes automobilísticos, inclusive com enorme número de mortes nos domicílios por falta de socorro médico”.

O político também foi duro ao falar sobre aqueles que defendem o retorno normal ao trabalho, assim como fez a Itália no início da crise e que hoje vê o seu número de mortos ultrapassar a casa dos 10 mil. “Se for cometer os mesmos erros da Itália, então comece a se despedir das pessoas que você ama, pois, em alguns dias, serão incontáveis os mortos em nosso meio”, disse.

Auricchio também descartou a possibilidade de um isolamento vertical, ou seja, válido apenas para idosos e pessoas que estão no grupo de risco, e aproveitou para criticar adversários que supostamente estão usando o momento para compartilhar notícias falsas.

“Nessa hora aparecem os oportunistas políticos que aparecem de forma obscura nas redes sociais. Espalham fake news (notícias falsas) e confundem a população, com o objetivo claro de poder. Nós, prefeitos, estamos passando pelo pior momento da história contemporânea do Brasil, recebendo toda a pressão e as críticas daqueles que não entendem a responsabilidade que nos cabem. Mesmo assim manterei a minha posição de defender a nossa cidade e a vida das pessoas”, falou.

A Prefeitura prepara o Hospital São Caetano para virar um hospital de campanha e busca aumentar os investimentos para criar leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e na compra de respiradores mecânicos.

 

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Seção: São Caetano