
Publicado em 25/05/2023 - 07:30 / Clipado em 25/05/2023 - 07:30
S.André e S.Caetano têm mais de 2,3 mil pacientes na espera por cirurgia
Da Redação
Por conta da pandemia da covid-19, cirurgias eletivas foram deixadas de lado durante mais de dois anos, o que resultou em enorme fila de espera em todo o País. No ABC, a situação não foi diferente, a espera por procedimentos administrados pelo Estado, via Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross) continua longa, são mais de 2,3 mil pacientes na fila entre as cidades de Santo André e São Caetano.
Santo André adota mutirões como forma de zerar as filas, que são gerenciadas por meio da Regulação Municipal. Há procedimentos classificados como média complexidade (feitos pelo município) e alta complexidade (referência é Estadual, via sistema Cross).
No momento, há um total de 2.026 cirurgias de alta complexidade cadastradas no Cross. “A pandemia trouxe alguns fatores que contribuíram para esta demanda, como a não procura por serviços de saúde e, até mesmo, o cancelamento de procedimentos eletivos em razão do déficit de leitos e a priorização no atendimento aos casos de covid-19, assim como as medidas sanitárias de restrição”, afirma a adminsitração.
Já São Caetano adota estratégias para otimizar vagas de internação, como a implantação do NIR (Núcleo Interno de Regulação), contratação de mais anestesistas para o centro cirúrgico e, está em fase de implantação o aumento de vagas na UTI. Hoje, o município conta com 518 pessoas que aguardam cirurgias, entre elas: 177 facoemulsificação com implante de lente intraocular dobrável, 150 para cirurgias urológicas, 129 cirurgias ortopédicas, 50 cirurgias ginecológicas e 12 cirurgias infantis. A administração revelou, ainda, que 149 pessoas aguardam por uma cirurgia de implantação de prótese no joelho e 164 esperam pela colocação de uma prótese de quadril, ambas realizadas pelo Governo do Estado.
Critérios para cirurgia
Por ser um serviço descentralizado, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informa que são seguidos critérios médicos de urgência e emergência e ordem cronológica. Atualmente, a SES promove mutirões de cirurgias para garantir maior agilidade e atendimento integral a todos.
Os mutirões foram iniciados pelos procedimentos oncológicos, mas também vão contemplar cirurgias das demais especialidades. “Somente nos primeiros 100 dias deste ano, mais de 20,9 mil pacientes oncológicos já foram atendidos no Estado”, garante a SES.
No dia 1º de janeiro, 1.536 pacientes oncológicos aguardavam na fila há até oito meses e, em menos de 90 dias, todos foram regulados e tiveram seus atendimentos realizados. Atualmente não há nenhum paciente com diagnóstico de câncer aguardando atendimento há mais de 60 dias, como preconiza a lei, conforme afirma o Estado.
11,6 milhões de cirurgias represadas
O Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) informou que no início deste ano, o País tinha cerca de 11,6 milhões de cirurgias represadas pelos dois primeiros anos da pandemia. “Tivemos 1,6 milhão de internações a menos vinculadas a cirurgias eletivas em 2020 e 2021 e cerca de 10 milhões de cirurgias ambulatoriais a menos”.
Para que essa demanda reprimida seja atendida, é preciso fazer 75% a mais cirurgias eletivas (hospitalares) e 105% cirurgias ambulatoriais em relação à média histórica, conforme explica Nésio Fernandes, presidente do Conass. Ainda de acordo com o gestor, o levantamento foi feito com base na análise do número de procedimentos que deveriam ter sido feitos no período, se a média histórica de atendimentos tivesse sido mantida.
Questionadas sobre o assunto, as prefeituras de São Bernardo, Rio Grande da Serra e Diadema não informaram o número de pacientes na fila de espera por cirurgias de alta complexidade. Já as prefeituras de Ribeirão Pires e Mauá não se manifestaram até o fechamento da reportagem.
Veículo: Online -> Site -> Site Repórter Diário
Seção: São Caetano