
Publicado em 19/05/2023 - 08:10 / Clipado em 19/05/2023 - 08:10
Alunas de São Caetano desenvolvem apps para solucionar problemas sociais
Beatriz Gomes
Solucionar problemas sociais não algo simples, ainda mais para crianças e jovens. Mas em São Caetano, da dificuldade nasceu a solução. Alunas da rede municipal desenvolveram aplicativos para solucionar problemas como alimentação, mobilidade para cadeirantes, desmatamento e até poluição. Sob mentoria da professora Cássia Fiorelli da Silva Marques, as alunas participam do Technovation Girls, uma competição norte-americana que desafia meninas entre oito e 18 anos a criar, desenvolver e lançar um app de celular que utiliza Inteligência Artificial para resolver problemas em suas comunidades.
Durante 12 semanas, as alunas trabalham em times que desenvolvem um plano de negócios e também o aplicativo. A ação permite que as meninas passem por todo o processo de criação: desde a identificação do problema e geração de ideias para solucioná-lo, até a elaboração do plano de negócios, desenvolvimento para lançamento do produto digital no mercado e apresentação para investidores. Cada equipe pode se conectar e receber o suporte de um(a) mentor(a) que realiza a orientação e oferece insights de como é trabalhar na área de tecnologia e Ciências da Computação servindo, assim, de modelo para as meninas.
Em entrevista ao RDtv, três representantes dos “times” de São Caetano comentam sobre os aplicativos e o que as incentivou na criação do projeto. Beatriz Angélica Alves da Cunha é aluna da EMEF Ângelo Pellegrino e conta que o aplicativo criado por ela e seu grupo chama-se Nutrition Education, com objetivo de solucionar problemas relacionados a comida, como a bulimia. “Tivemos essa ideia já que muitas pessoas deixam esse tipo de problema e/ou pessoas que sofrem com esse distúrbio de lado. No nosso aplicativo, colocamos dicas para as pessoas se cuidarem, terem um apoio e as informações fundamentais que elas precisam entender pra não se sentirem sozinhas e saberem mais da doença”, diz a estudante.
Já o aplicativo da aluna da EMEF Sylvio Romero, Luisa Singer, é voltado para os cadeirantes, isto porque, segundo a estudante, não é possível encontrar programas para PCDs (Pessoas com Deficiência) na região. “Demos o nome de On Wheels para o aplicativo e, nele, colocamos oficinas para conserto de cadeiras de rodas, parques e restaurantes que são acessíveis para aqueles que precisam dessa acessibilidade”, conta.
Já Beatriz Marcelino de Rosa, também aluna da EMEF Sylvio Romero, é a responsável pela programação do aplicativo Killer Fruits, que traz uma nova conscientização para a reciclagem. “Minha equipe e eu decidimos pensar no planeta Terra, que não anda muito fácil de viver por conta de toda a poluição e desmatamento. Assim, queríamos mostrar que não é certo jogar lixo no lugar errado e que uma das maneiras de evitar isso é com a reciclagem”, expõe a jovem.
Ao ser questionada sobre o motivo para inserir as alunas na competição, a professora Cássia Fiorelli da Silva destaca a importância do uso das novas tecnologias de ensino e como utilizá-la como ferramenta dentro de sala de aula. “Desde 2014 abraçamos a ideia de promover essa aprendizagem através da participação na competição. As meninas aprendem durante o desenvolvimento do aplicativo, na solução do problema e criam diversas competências durante todo o processo”, explica a mentora.
Cássia ressalta, ainda, que a área de tecnologia se tornou predominantemente masculina, mas com competições como a Technovation Girls, jovens mulheres já pensam em ingressar em uma graduação que envolva este mundo tecnológico. “Nos últimos 17 anos da competição, houve mudança no comportamento destas meninas em relação à tecnologia, fez com que 76% daquelas que já participaram do concurso buscassem um diploma na área de ciências, tecnologia, engenharia ou matemática, e 60% destas meninas ainda passaram a trabalhar neste mundo de alguma maneira”, finaliza.
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Seção: Educação