
Publicado em 02/05/2023 - 07:34 / Clipado em 02/05/2023 - 07:34
SAMU atende cerca de 700 chamados por dia no ABC e espera chega a 23 minutos
George Garcia
As equipes do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) que atuam no ABC são numerosas, mas a quantidade de chamados é elevada. Apenas Diadema, Santo André, São Bernardo e São Caetano respondem por quase 600 atendimentos todos os dias. A base avançada em Mauá atende também Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires, mas o paço mauaense não informou sobre os atendimentos, porém dados de 2021 dão conta de uma média de 93 atendimentos diários nas três cidades.
Os municípios contam com o SAMU por meio de repasses do Ministério da Saúde, porém os serviços de urgência e emergência acabam complementados com recursos das administrações municipais. Exemplo é São Caetano onde o SAMU tem três ambulâncias, sendo uma delas de suporte avançado, mas a cidade complementa o serviço com o SOS Cidadão 156 que tem mais três ambulâncias, um veículo de intervenção rápida, duas motos, duas bicicletas e um carro de apoio. Diariamente atuam no serviço quatro médicos, 16 atendentes, dois operadores de frota, 16 condutores socorristas, 16 técnicos de enfermagem, seis enfermeiros além de pessoal de apoio. Eles atendem cerca de 70 chamados por dia.
O tempo médio de resposta foi de quatro minutos em março, sendo o menor do ABC. Quem coordena o trabalho é a médica Alessandra Masiukewycz, que conhece bem a estrutura de cada cidade porque já trabalhou em praticamente toda a região. Alessandra conta que a cidade tem uma demanda muito grande de atendimentos e por isso a Prefeitura precisou complementar. “Temos uma população muito específica, a maioria é idosa, portanto atendemos a muitas quedas, algumas com fraturas de fêmur. Só as ambulâncias do SAMU seriam poucas, então a Prefeitura fez questão de custear. Trabalhei em muitas unidades e posso dizer que não se encontra uma frota como a nossa em outro lugar”, destaca.
Alessandra conta que cada minuto importa quando em atendimentos de emergência e numa cidade pequena como São Caetano, mas que tem muito trânsito, o deslocamento de uma ambulância nem sempre é fácil, porém diz que o serviço é bem estruturado, por isso o melhor tempo de resposta da região. Mas afirma que nada adianta se a população não souber o que fazer numa emergência. “A gente faz muitos treinamentos. Tivemos um caso na Fatec de uma aluna que teve uma parada, alguém reconheceu que o coração dela parou e começou a fazer a massagem cardíaca até a nossa equipe chegar, esse caso teve um desfecho clínico positivo graças as pessoas que estavam lá, eles salvaram a vida dela. A direção da Fatec ficou tão sensibilizada que resolveu fazer do curso uma rotina, um curso permanente para alunos, professores e funcionários”, relata.
Outro tipo de treinamento envolve as próprias equipes do SAMU e do SOS Cidadão através de simulados de acidentes com múltiplas vítimas. Esses exercícios são feitos com frequência e, em geral, equipes de várias cidades se organizam para participar, além das equipes dos Bombeiros e das forças de segurança como a Polícia Militar e a Guarda Civil Municipal. “Esse entrosamento regional acontece muito. Quando têm ocorrências muito graves em cidades vizinhas a gente se comunica, tenta disponibilizar algum recurso. Quando precisamos também contamos com essa ajuda. Todos os chefes de SAMU se conhecem e participamos de simulados deles e eles dos nossos. É preciso essa parceria porque se eu tiver aqui uma situação com 30 vítimas, não conseguimos atender sozinhos”, explica.
A pressão é grande para quem trabalha contando os minutos para salvar vidas. A pandemia da covid-19 foi um dos momentos mais difíceis pelos quais o atendimento de urgência já passou. “Foi o pior período que passamos aqui. Nós atendemos muitos casos, nós é que colocávamos os mortos nas mortalhas e a falta de despedida dos familiares foi a parte mais difícil. Também tivemos que nos organizar porque a pressão foi muito maior, tínhamos que nos paramentar mais para não ficarmos doentes e tinha que fazer a limpeza mais frequente das ambulâncias para que ela não fosse um veículo de transmissão. Mas ficaram lições positivas, como a sala de ginástica que montamos para o nosso pessoal. A atividade física melhora muito a nossa atividade mental, o pessoal gostou muito, agora todos cuidam mais da própria saúde”, completa a médica de São Caetano.
Diadema
Diadema atende uma média de 70 chamados por dia no SAMU. A Prefeitura diz que a frota está acima da diretriz do Ministério da Saúde. São duas ambulâncias de Suporte Avançado (USA) e 10 Ambulâncias de Suporte Básico. O Ministério recomenda uma ambulância de suporte básica para cada 100 mil habitantes e uma de suporte avançado para cada 500 mil. Ainda de acordo com a administração nos períodos de inverno, férias escolares, festas e finais de semana a média pode chegar a 100 atendimentos em 24 horas. O tempo médio de resposta é de 23 minutos e a Prefeitura diz que de acordo com a classificação de risco há prioridade para os casos mais graves. Os veículos contam com rastreadores que o que otimiza o atendimento para deslocamentos mais rápidos.
Santo André
Em Santo André o processo de modernização do SAMU permitiu a prestação dos serviços de atendimento pré-hospitalar móvel, regulação médica e transferência de pacientes graves com mais agilidade e segurança por meio do COI (Centro de Operações Integradas), com tempo médio de resposta de 19 minutos. O município tem 15 ambulâncias, sendo três com suporte UTI, e quatro motolâncias para atender diariamente cerca de 340 chamados. A equipe é composta por cinco médicos reguladores, seis médicos intervencionistas, 30 condutores, 11 timer, quatro rádio operador, 24 técnicos de enfermagem e oito enfermeiros.
São Bernardo
São Bernardo tem 14 ambulâncias em operação, sendo 12 básicas e duas avançadas, duas reservas técnicas e três motolâncias. Atualmente, a equipe é composta por 45 médicos, 32 atendentes de regulação, 65 condutores socorristas, 30 enfermeiros e 114 técnicos de enfermagem. A média é de 110 atendimentos diários, mas a Prefeitura não informou o tempo médio de resposta. Diz que o tempo varia conforme a classificação de risco.
Para reduzir o tempo de resposta, o município possui, além da base central, localizada próxima da rodovia Anchieta, outras 13 bases descentralizadas. A comunicação entre as equipes das viaturas é realizada em duas vias (tablets e radiofonia) e integração multiagências.
Microrregião
A microrregião de Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra conta com apenas um serviço do SAMU, que fica baseado em Mauá. A Prefeitura não informou como está o atendimento atualmente, mas dados de 2021 apontavam que a base contava naquela época com 190 profissionais e realizava, em média, 2.800 atendimentos mensais, uma média de 93,3 por dia. Na ocasião o serviço dispunha de duas motolâncias, duas ambulâncias UTI e mais quatro com auxiliar de enfermagem.
Veículo: Online -> Site -> Site Repórter Diário - Santo André/SP
Seção: Saúde