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Publicado em 31/03/2023 - 07:34 / Clipado em 31/03/2023 - 07:34

ABC precisa de ação colaborativa para alavancar a indústria, aponta especialista


O Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo divulgou a nova edição do Boletim Indústria ABC. O novo levantamento aponta uma série de problemas no setor industrial brasileiro, e por consequência da região. Em entrevista ao RDtv, o economista e coordenador do Observatório, Sandro Maskio, explicou os dados e ressaltou medidas que podem ser realizadas para achar soluções, entre elas, a de que a região precisa ter uma ação mais colaborativa entre os municípios e não competitiva.

Segundo o levantamento, o PIB (Produto Interno Bruto) Nacional cresceu 2,9% em 2022. No caso da indústria o avanço foi de 1,6%. Porém, a indústria da transformação, um dos principais setores do ABC, apresentou uma retração de 0,3%, segundo dados do Sistema de Contas Nacionais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

“Nós enfrentamos dois grandes problemas: a falta de insumos de produção ao redor do mundo. Alguns são mais noticiados como os microchips, e o alto custo, como nós temos um descompasso entre o fluxo de oferta e demanda, a gente também tem uma pressão de preços também em relação a esses insumos. Eu diria que são dois grandes fatores que atrapalham a retomada da atividade industrial, no ponto de vista agregado da economia brasileira”, explicou Maskio.

Outro indicador que aponta problemas é o da Sondagem Industrial, feito pelo Sistema CNI-Fiesp. Foi apontada que a média do uso de capacidade instalada no ABC no ano passado chegou a 67,8% e que até fevereiro deste ano não ultrapassou a marca dos 68%. Um patamar próximo dos números nacionais que apresentam uma baixa de 69,8% para 67%.

Questionado sobre as soluções, Sandro Maskio aponta que o mundo observa a necessidade de mudança do atual processo de globalização. Hoje já se acredita em um modelo de produção que seja mais próximo da demanda e que é necessária uma reorganização produtiva internacional.

No caso do ABC, uma série de dificuldades são apresentadas nos últimos anos como o custo do metro quadrado, a baixa disponibilidade de áreas para a indústria e questões ligadas a logística.

“A curto prazo eu tenho talvez uma informação muito triste, do ponto de vista de grandes ações temos pouco grau de manobra, temos pouquíssimo grau de manobra. A gente tem um grau de manobra maior com os pequenos e médios com relação a algumas ações pontuais de apoio e estímulo, seja com microcrédito, curso de capacitação, um fundo para tentar amenizar um pouco o efeito do incêndio. Claro que são ações importantes, vão ser mais importantes para esses pequenos e para os médios”, comentou.

“Do ponto de vista do desenho, da estratégia produtiva regional, da estratégia produtiva local, acho importante dizer sobre o desenvolvimento que temos que ter de competências produtivas, competências que consigam segurar o setor produtivo localmente”, seguiu o economista que focou nas ações voltadas para a área de tecnologia.

Por ressaltou que pensando a longo prazo, a região precisa debater ações colaborativas e abandonar o modelo de competitividade entre os sete municípios. Algo que já foi tentado algumas vezes, mas que não foi à frente.

https://www.reporterdiario.com.br/noticia/3241289/abc-precisa-de-acao-colaborativa-para-alavancar-a-industria-aponta-especialista/

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Seção: RDtv, Economia