- De acordo com o estudo, 74% das mulheres cisgêneras e heterossexuais relataram ter realizado pelo menos uma mamografia na vida, o número despenca em pessoas LGBTs: 40%.
- O número de pessoas LGBTs que realizaram triagem preventiva para câncer de colo de útero também foi menor: 73% das mulheres cis hétero afirmaram ter realizado exames de rastreamento para câncer de colo de útero e apenas 39% das pessoas LGBTs fizeram tais procedimentos.
Luís Baron, 62, presidente de ONG EternamenteSou, espaço de convivência para idosos LGBTs, acredita na importância de "cuidar do terreno" para uma velhice adequada. "É um direito da pessoa LGBTs estarem no espaço de tratamento e ser respeitada em sua integridade."
Baron lembra que, a população LGBT+ idosa no Brasil, tem um "histórico de existência muito mais complexo do que se pode imaginar" e por isso não pode ser comparada com pessoas cis héteros.
As velhices LGBTs passaram pela epidemia do HIV/Aids, por ditaduras militares, deixaram seus núcleos familiares para existir."
Luís Baron, presidente da EternamenteSou
Medicina sem preconceitos
Para o médico Milton Crenitte, geriatra do Einstein e um dos autores da pesquisa, a produção de dados é importante para conhecer a realidade desse público.
"A população idosa é que mais vai precisar de cuidados de saúde, seja pra fazer a promoção da saúde ou cuidar das doenças crônicas", afirmou.
Segundo Crenitte, a medicina precisa refletir sobre os preconceitos. "O ódio à diversidade é aprendido. Somos fruto dessa cultura que é machista, transfóbica, LGBTfóbica, racista e capacitista", apontou.
Para todo mundo envelhecer é preciso ter perspectiva de futuro. Envelhecer no Brasil não é um direito, é um privilégio. Temos que garantir que envelhecer seja um direito."
Milton Crenitte, médico geriatra