
Publicado em 08/03/2023 - 17:02 / Clipado em 08/03/2023 - 17:02
Instituto de saúde, com atuação no ABC, testa terapia contra câncer de pele
Mais um importante passo foi dado em direção ao tratamento contra o câncer de pele. Pesquisadores da Universidade do Chile, em parceira com o Instituto São Lucas Cell Therapy Group, com unidades no ABC, estudam retirar células do paciente com câncer tipo Melanoma Metástático Estágio 4, prepará-las em laboratório e reintroduzi-las para que o sistema imunológico identifique o tumor e passe a agredi-lo.
Normalmente, o que acontece é que o sistema imune reconhece o câncer como uma célula normal, e permite que ela se multiplique e cause malefícios. O tratamento envolve imunoterapia, terapia gênica e celular. “Não tínhamos quase nenhuma arma contra esse tipo de câncer (de pele), essa tecnologia surge como uma luz no final do túnel e nos dá esperança de maior sobrevida para esses pacientes”, revela o médico hematologista Adelson Alves, presidente do São Lucas Cell Therapy Group, representado na pesquisa pelo laboratório celular Techlife.
No Chile, as pesquisas já ultrapassaram as fases 1, 2 e 3 e agora precisam ser replicadas em outros centros para que processo seja validado. Porém, o instituto São Lucas aguarda autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para iniciar os testes em pacientes brasileiros. “Estamos muito empenhados em mostrar à Anvisa o que já foi feito, para que possamos estender esses benefícios para pacientes brasileiros”, enfatiza o hematologista. Alves revela, ainda que, com esse novo tratamento, é possível que a expectativa de vida desses pacientes salte de seis meses para quatro anos. “Nessa especialidade temos de usar o tempo a nosso favor, e não como nosso algoz”, afirma.
Se aprovada, a nova terapia estará disponível tanto aos pacientes do SUS quanto da rede privada. “Este tipo de câncer não escolhe sexo, idade, cor, nem nível social”, comenta. Por enquanto, as pesquisas foram financiadas exclusivamente por esta parceria público privada (entre Universidade do Chile e Instituto São Lucas), mas o médico alerta para a necessidade de parcerias privadas. “Estamos em tratativa com empresas que podem financiar o restante das pesquisas, a partir daqui”, comenta.
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Seção: Saúde