
Publicado em 13/02/2023 - 07:32 / Clipado em 13/02/2023 - 07:32
Setor farmacêutico possui 756 lojas e emprega perto de 10 mil só no ABC
George Garcia
Não é difícil encontrar na região ruas com duas, três ou mais farmácias uma perto da outra. Dados do Sincofarma (Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo) mostram que o setor cresceu 7,4% no ano passado em relação a 2021. São 14.848 estabelecimentos em todo o Estado e 210 mil vagas de emprego direto ou indiretos. O ABC participa de 5% do total, com 756 lojas e cerca de 10 mil postos de trabalho. O setor deve crescer, segundo a estimativa do sindicato, de 11% a 13% este ano.
Santo André abriga o maior número de lojas, 226, seguido por São Bernardo, com 223. Mauá tem 96 farmácias, Diadema tem 94, São Caetano, 75; Ribeirão Pires tem 35 e Rio Grande da Serra conta com sete. Comparativamente, a região ainda tem muito a crescer já que a Capital possui 3.328 farmácias, o que corresponde a 23% do Estado. Cerca de 60% das farmácias no Estado são independentes, não estão ligadas a redes e são configuradas como micro e pequenas empresas.
Segundo o diretor jurídico do Sincofarma, Rafael Oliveira Espinhel, o setor tem no ABC uma região muito importante e em crescimento, porém não há indicativos que haja um ritmo maior de avanço do segmento na região. Afirma que o crescimento é linear no Estado, mas o faturamento médio mensal na Capital é maior. Se olhar apenas as farmácias independentes, o faturamento médio é de R$ 90 mil mensais, já no ABC o retorno é menor, entre R$ 65 mil e R$ 75 mil.
Mas a região deve colher os frutos do crescimento do setor em todo o Estado. “Em pontos de venda deve ser expressivo por causa da estratégia de negócios. O setor busca um número maior de farmácias que vão facilitar a logística de entregas, esse é um primeiro fator, o segundo é que se trata de um setor resiliente que tem crescido acima de dois dígitos em faturamento e tem ainda um terceiro fator que é o crescimento dos pequenos estabelecimentos, amparado no associativismo, algo que vemos crescer”, comenta.
O crescimento em termos de faturamento no setor foi de 14% no ano passado em comparação com 2021, sendo que no período anterior a alta foi de 11%. A pandemia da covid-19 pode explicar, em parte, o resultado. Houve um aumento da procura por produtos de autocuidado, pela prevenção, como os polivitamínicos. “Além disso, a venda maior de produtos de higiene e perfumaria, segmento que tem aumentado sua participação no faturamento”, completa.
E-commerce
As vendas pela internet são o foco do setor e os investimentos estão para esse tipo de comercialização, na análise do diretor jurídico do sindicato. “O processo de transformação digital ganha espaço no varejo farmacêutico. Essa parte do negócio cresceu 24% e tende a crescer mais”, analisa.
Além das vendas digitais as farmácias se tornam cada vez mais referência de saúde em auxílio ao poder público também, reunindo também diversos serviços e, novamente, a pandemia trouxe oportunidades de expansão fazendo destes estabelecimentos uma parte cada vez mais importante para a saúde da população. “A proposta do setor é ampliar a atuação da farmácia como um hub de saúde agregando serviços como os testes laboratoriais remotos e vacinas, por exemplo. O setor foi um ponto de apoio importante durante a pandemia”, diz.
Popular
A Farmácia Popular, programa federal de distribuição de medicamentos, é um mercado importante para o setor, isso porque não é apenas um serviço prestado pela farmácia, é um dos componentes significativos do faturamento. “Trata-se de uma política pública importante, porém no último ano o programa sofreu uma redução do orçamento federal, corrigido com a mudança no teto de gastos que redirecionou verbas no orçamento deste ano. As farmácias recebem um percentual do valor de referência destes produtos. Hoje são 33 mil farmácias credenciadas no País que atendem 85 milhões de pessoas”, completa.
Veículo: Online -> Site -> Site Repórter Diário
Seção: Economia