
Publicado em 13/01/2023 - 07:26 / Clipado em 13/01/2023 - 07:26
Preço da cesta básica no ABC sobe 17,7% em 2022 e fica acima dos R$ 1 mil, aponta Craisa
Carlos Carvalho
A Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André (Craisa) finalizou a pesquisa de preço dos produtos da cesta básica em relação ao ano passado. Os dados divulgados em primeira mão ao Repórter Diário apontam que o valor da cesta composta por 35 produtos subiu 17,77% em 2022 no comparativo com 2021, e chegou aos R$ 1.088,38. Resquícios da pandemia da covid-19, consequência da Guerra na Ucrânia, a inflação mundial e a influência das mudanças climáticas são apontadas como justificativas para o resultado desta pesquisa.
Da lista pesquisada apenas dois produtos apontaram uma queda. O quilo da laranja caiu 2,27$, saiu dos R$ 3,68 para R$ 3,59 em média. A outra redução ocorreu com o pacote de 5 kg de arroz que caiu 13,12%, saindo dos R$ 24,13 para R$ 20,96. “É uma grande notícia, pois sabemos que o arroz é um produto de uso diário do brasileiro, principalmente do mais pobre. Uma queda superior aos 10% realmente foi muito boa”, reforçou o engenheiro agronômico Fábio Vezzá De Benedetto em entrevista ao RDtv nesta quinta-feira (12/01).
A maior alta ocorreu com um produto de limpeza. O preço do quilo do sabão em pó subiu 95,29% em um ano, saiu dos R$ 5,26 e alcançou R$ 10,27 na média do ano passado. O pacote de molho de tomate com 370g subiu 84,57%, saindo dos R$ 0,89 para R$ 1,65. O pacote de café com 500g subiu 55,8% e alcançou os R$ 18,69. A mesma quantidade de fubá subiu 50,16% e custa em média na região R$ 4,23. Para fechar o ranking do que ficou mais caro na lista, o litro do leite longa vida subiu 37,86% e chegou aos R$ 4,97.
Em relação a “área do açougue”, a pesquisa também aponta aumentos no preço do coxão mole (9,5%) e do acém (7,69%). Chama a atenção a alta no valor do quilo do frango resfriado que subiu 21,71%. Vezzá aponta que o principal fator é a mudança na forma de compra. O consumidor está optando por comprar pedaços do franco (coxa, asa ou peito) ao invés do frango completo.
Em relação as carnes bovinas, a principal dúvida é se houve ou não a redução do consumo. Independente do motivo, o engenheiro agrônomo aponta a carne suína como uma alternativa barata para o consumidor.
Justificativas
Mesmo com o ano de 2022 considerado como o “menos problemático” desde o início da pandemia da covid-19, o pesquisador aponta que os resquícios da pandemia, principalmente, na influência na inflação ajudaram na subida de preços. Outro ponto é a Guerra na Ucrânia que tem impactado no preço de alguns produtos, como pães e hortaliças, principalmente por causa da importação de trigo e dos fertilizantes, exatamente oriundos dos países que estão neste conflito.
O clima virou tema central nesse estudo, principalmente se levado em conta as fortes chuvas que têm caído na área de plantio e o próprio clima neste verão com um final de 2022 e início de 2023 com temperaturas mais baixas em alguns locais.
Em relação ao novo ano, a expectativa de Vezzá é que investimentos na indústria, melhora no preço do frete e outras ações do Estado possam melhorar os preços ao longo dos próximos meses. Mas o pesquisador pondera ao afirmar que parte dos investimentos vai dar resultado no médio e longo prazo.
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Seção: RDtv, Economia