
Publicado em 30/11/2022 - 07:22 / Clipado em 30/11/2022 - 07:22
Prefeituras iniciam limpeza de córregos para evitar enchentes
Gabriel Negri
Em razão das intensas e fortes chuvas registradas nos últimos dias no ABC, algumas cidades, a exemplo de Ribeirão Pires, são castigadas com ruas e avenidas alagadas. Um dos motivos se dá pela atual situação dos córregos, sem manutenção e limpeza, o que ocasiona entupimentos e acúmulo de lixo e sedimentos.
Apesar do período chuvoso, somente quatro das sete prefeituras dizem realizar limpezas periódicas e preventivas dos acessos. Ribeirão Pires informa que realiza “permanentemente os serviços de limpeza e desassoreamento dos córregos e rios”. Desde o começo do ano, mais de 25 pontos já receberam o serviço.
Para driblar os problemas de enchente, a Prefeitura informa que a cidade foi beneficiada pelo programa estadual Água é Vida, responsável pelo desassoreamento do Rio Grande, na região do bairro Santana. Os trabalhos foram feitos em parceria entre o DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) e a Secretaria de Meio Ambiente, Habitação e Desenvolvimento Urbano do Estado.
Em Santo André, a manutenção dos rios e córregos estão com atividades intensificadas, em razão das chuvas. Em nota, a administração informa que mantém as atividades ao longo de todo o ano, a fim de reduzir e/ou minimizar os efeitos de possíveis enchentes.
Já em Diadema, o Departamento de Vias Públicas conta que realiza, continuamente, a limpeza de bocas de lobo/leão (sarjeta da calçada) e de córregos na cidade. “A limpeza é feita de forma mecânica ou manual, consoante à necessidade e conforme as condições de acesso, e ocorre dentro da programação normal dos serviços de manutenção, reforçada sempre que necessário”, diz a Prefeitura.
Em São Caetano, a maioria dos córregos que passam pela cidade está canalizada. O Saesa (Sistema de Água, Esgoto e Saneamento Ambiental), responsável pela manutenção nos trechos ao ar livre, diz que realiza serviços pontuais, ou quando necessários, de limpeza e capinagem. Relata que, desde setembro, as equipes realizam análises nos acessos, e se necessário, efetuam a limpeza das redes de drenagem urbana.
Mauá, São Bernardo e Rio Grande da Serra não se manifestaram.
Impacto na saúde humana
Eriane Savoia, professora dos cursos de Gestão Ambiental e Biomedicina da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), lembra que a limpeza de córregos é imprescindível para evitar o acúmulo de resíduos e proliferação de animais vetores de doenças. “Além disto, o desassoreamento dos córregos é um procedimento fundamental para evitar enchentes e manter a vazão dos acessos, para evitar assim transbordamentos, alagamentos e maiores transtornos na região em que estão inseridos”, reforça.
A professora conta ainda que as águas que transbordam dos córregos carregam uma série de elementos passíveis de provocar agravos à saúde, como lixo, entulho, esgoto e lama. Neste caso, a população está sujeita ao contato de microrganismos patológicos, como bactérias, vírus, protozoários e vermes.
As doenças mais comuns, associadas ao contato com água contaminada, são a leptospirose (bactéria presente na urina de ratos), cólera, hepatites, diarreias e verminoses.
Eriane Savoia conta que a manutenção por parte das administrações públicas é fundamental para evitar dor de cabeça, mas a população também tem um papel importante na questão. “O descarte inadequado de resíduos, seja por falta de conhecimento ou propositalmente, provoca danos gigantescos nestes casos”, completa.
Veículo: Online -> Site -> Site Repórter Diário - Santo André/SP
Seção: Meio Ambiente