
Publicado em 14/12/2022 - 08:40 / Clipado em 14/12/2022 - 08:40
Hospital de S.Caetano cria centro exclusivo para tratar pacientes com câncer de bexiga
Da Redação
O Hospital e Maternidade São Luiz São Caetano, da Rede D’Or São Luiz, acaba de criar o primeiro centro privado dedicado exclusivamente ao atendimento do câncer de bexiga. Trata-se de uma parceria entre a Rede D’Or São Luiz e a Faculdade de Medicina do ABC (FMABC). A coordenação é do urologista Fernando Korkes, professor assistente de Urologia da FMABC e um dos principais especialistas em câncer de bexiga do país.
O serviço conta com uma equipe multidisciplinar de cerca de 15 profissionais – entre oncologistas, urologistas, fisioterapeutas, nutricionistas e enfermeiros – e está apto a atender todos os tipos de câncer de bexiga em diferentes estágios.
A ideia surgiu por conta da experiência prévia de Fernando Korkes com o projeto Cabem Mais Vidas, uma parceria da Faculdade Medicina do ABC com hospitais públicos do ABC Paulista como o Hospital Estadual Mário Covas.
O projeto foi implementado em 2018 com o objetivo de reduzir o índice de mortalidade por esse tipo de câncer na região, criar protocolos unificados de tratamento e estabelecer uma abordagem multidisciplinar em relação aos pacientes.
Os dados da época demonstravam uma alta mortalidade nos hospitais públicos não só no Grande ABC, mas em todo o território nacional.
“O câncer de bexiga é uma doença de diagnóstico e tratamento complexos”, afirma Korkes. “O índice de mortalidade no ABC, em até 90 dias após a intervenção cirúrgica, chegava a 37%, algo inaceitável. Nos EUA, o índice é 5%.”
Atualmente, em decorrência do Cabem Mais Vidas, o índice de mortalidade na região é de 1.9%. Além disso, houve uma melhora de 10% na taxa de cura e o tempo de internação pós cirurgia caiu significativamente: passou de 15 dias para cinco dias. “O cenário hoje em dia é de desfechos muito mais favoráveis”, diz Korkes.
Os pacientes puderam ter acesso aos mais diversos tipos de tratamento, respeitando premissas como gravidade da doença e comorbidades associadas. O atendimento multiprofissional integral e a navegação assistida dos pacientes também foram essenciais para o sucesso do projeto.
Um dos pontos de destaque dos protocolos estabelecidos foi a criação de um score que avalia diferentes fatores relacionados à condição clínica do paciente e ajuda a equipe médica na tomada de decisões a respeito do procedimento cirúrgico e da abordagem terapêutica. “Foi algo inédito para pacientes de câncer de bexiga”, conta o urologista. “O impacto na melhora dos prognósticos foi significativo.”
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Seção: Saúde