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Publicado em 21/11/2022 - 07:28 / Clipado em 21/11/2022 - 07:28

Prometidos para 2021, hospitais veterinários no ABC ficam para 2023




Amanda Lemos


Na última eleição municipal, em 2020, uma das principais bandeiras levantadas pelos candidatos do ABC foi a causa animal. Tanto é que a promessa de hospitais veterinários gratuitos foi feita em pelo menos três cidades da região (Santo André, São Bernardo e São Caetano), mas até o momento nenhuma conseguiu realizar o feito. A cidade mais avançada é São Caetano, que tem previsão de inaugurar o Hospital Universitário da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), em janeiro de 2023.

Este será o primeiro equipamento gratuito da região. Com verba de R$ 3 milhões, advinda da USCS, o Hospital Universitário contará com atendimento clínico e cirúrgico agendado, de cães, gatos e pets não convencionais, além de grandes animais. Nem todos os serviços terão gratuidade, mas segundo a USCS haverá “uma cota social”, que não pagará pelos procedimentos – ainda a ser definida pela instituição. A projeção é que o hospital atenda 500 pets ao mês, com serviços que variam entre exames de imagem (USG e RX) e procedimentos laboratoriais.

São Bernardo, que tinha previsão de entregar o 1º Hospital Veterinário Público da cidade em 2020, atrasou o lançamento do equipamento em razão da pandemia da covid-19, e agora projeta “finalizar o processo” no fim deste ano, para inaugurar o equipamento em 2023 – ainda sem data definida. Em nota, a Prefeitura diz analisar os documentos da organização social que apresentou melhor proposta para o chamamento público para gerir o equipamento.

O projeto prevê que o novo hospital, instalado nas dependências do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) – avenida Dr. Rudge Ramos, 1.740- atenda mil animais por mês e faça cerca de 400 castrações gratuitas neste período, com custeio mensal de, aproximadamente, R$ 300 mil. Os serviços serão ofertados de forma gratuita aos pets da população de baixa renda.

Já em Santo André, o Hospital Veterinário Municipal estava prometido para o fim de 2022, mas agora a previsão de inauguração é o primeiro semestre de 2023. Para isso, a administração investe R$ 2,8 milhões em obras, com recursos advindos do Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano (FMDU), gerido pelo Conselho Municipal de Política Urbana.

O equipamento contará, em um espaço de 710 metros quadrados, com seis salas de internação, três consultórios, duas salas de pré-cirurgia e cirurgia, 13 gatis e canis com solarium, espaço para adoção de pets, banho e tosa, além de abrigo de ração e depósito. Haverá, ainda, espaço para ultrassonografia, raio-x, esterilização, expurgo, ambulatório e farmácia.

Assim que aberto, serão oferecidos gratuitamente os serviços de atendimento médico veterinário clínico, cirúrgico, internação e campanhas de castração. Para organização, serão entregues 30 senhas ao dia, além de atendimentos emergenciais e online – este último de baixa complexidade. E a previsão é de que circulem 200 animais/dia com retornos e demais tratamentos previstos.


Animais de rua desamparados

Maria Agatha Siqueira, 42, protetora animal da Vila Valparaíso, em Santo André, comemora a abertura do equipamento público na cidade, mas defende que as prefeituras deveriam investir mais no cuidado com os animais, uma vez que a questão reflete na saúde pública de forma geral. “Deveriam apresentar um projeto a nível regional que cuidasse dos animais de rua. Cada vez mais vemos os bichinhos sem lar e não há uma política voltada a isso. Fico feliz que finalmente vão abrir um hospital em Santo André, mas isso é só o primeiro passo”, diz.

O estudante de medicina veterinária de São Caetano, Felipe Duarte, 25, avalia que apesar da criação dos hospitais veterinários, ainda falta um serviço mais amplo, que englobe também serviços de maior complexidade. Santo André, por exemplo, encaminha casos oncológicos, dermatológicos e de endocrinologia para tratamento externo, sendo a critério, preferências e custos do tutor. “Mas como que os protetores, que têm por exemplo 10 animais, vão dar conta disso?”, questiona Duarte.

Segundo o estudante, um protetor animal gasta, em média, R$ 500 a R$ 700 por animal para realizar exames de rotina e vacinação e, em casos de procedimentos de maior complexidade, o preço pode triplicar. “Se falarmos de internação, medicação e outros procedimentos mais complexos, o valor fica muito mais alto. Por isso, precisamos de um serviço que englobe aquilo que as pessoas não conseguem pagar, para aí sim falarmos sobre causa animal”, diz o estudante de veterinária.


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Seção: Cidades