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 Site Repórter Diário - Santo André/SP

Publicado em 17/11/2022 - 07:26 / Clipado em 17/11/2022 - 07:26

Região vive falta de antibióticos e outros medicamentos em farmácias




George Garcia


A falta de medicamentos antibióticos está afetando a vida dos moradores da região que precisam percorrer diversas farmácias para tentar conseguir os medicamentos receitados pelos médicos. A Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias) informa que não há falta de produtos nas redes de farmácias. O RD consultou também a ABCFarma (Associação Brasileira do Comércio Farmacêutico) que representa as farmácias que não fazem parte de grandes redes, mas até o fechamento desta edição a entidade não se pronunciou.

Uma pesquisa realizada pelo CFF (Conselho Federal de Farmácia)  entre 20 de julho e 6 de setembro com 671 farmacêuticos de todo o país mostrou que em todas as regiões há falta de remédios. A falta de antibióticos foi relatada por 95% dos farmacêuticos, os mucolíticos, categoria onde estão os xaropes, foi relatada por 81% dos profissionais, 76% falaram da falta de histamínicos, e 70% relataram falta de analgésicos.

A moradora de Diadema, Rubenita Maria de Sousa de Jesus, disse que passou pelo problema por duas vezes com dois tipos de medicamentos diferentes. “Meu bebê ficou ruim da garganta na semana passada e o médico passou amoxicilina de 250mg e eu rodei todas as farmácias do bairro Serraria e do Centro de Diadema e não achava. Só encontrei em uma caixa em uma farmácia do Centro, era a única que tinha. Está difícil encontrar antibiótico e não é só de agora. Há uns 15 dias precisei também a amoxicilina com clavulanato, e também não estava achando”, explica.

A moradora de Santo André, Silvia Sayuri Assanome, relata que tem problema renal e quando em crise precisa tomar o Ciprofloxacino, remédio que ela também tem encontrado dificuldade para achar nas farmácias. Ela mora no Parque das Nações e no bairro não encontra o medicamento, tampouco no Jardim Oratório, bairro próximo. “Só tenho encontrado em algumas farmácias do Centro”, comenta a andreense. Silvia disse que outro medicamento que poderia substituir seria a amoxicilina, mas ela diz que já ter tomado muito deste medicamento. “Eu tomei tanto para o meu problema renal, como para sinusite,  então tomei tanto que hoje o médico evita receitar. A amoxicilina com clavulanato, tinha no posto, mas não tem mais, e também tem faltado na rede de farmácias. O mais preocupante e que esse problema meu evolui muito rápido, uma das doenças que mais mata mulheres é esse tipo de infecção urinária e dos rins que e pode se espalhar para o sangue e pode levar a uma infecção generalizada se o antibiótico não funcionar. Já fiquei internada várias vezes e se evolui rápido assim, é uma questão de vida ou morte, porque é o antibiótico que vai curar, nada substitui o antibiótico”, diz preocupada a moradora de Santo André.

Outro morador da região que procurou pela amoxicilina tri-hidratada com clavulanato de potássio, disse que passou por diversas farmácias e acabou encontrando apenas em uma, onde comprou as duas últimas caixas do remédio que é para a filha. O morador, que preferiu não ser identificado, conta que percorreu cinco farmácias diferentes, sendo duas em São Caetano e três em São Bernardo. “Eu fui ontem (15/11) à noite no Hospital São Luiz, em São Caetano, porque minha filha estava com muita tosse e febre. A médica disse que ia passar um antibiótico porque ela está com uma gripe forte, mas já vou avisar para o senhor que não está fácil achar, é o que os pacientes estão relatando. Saí do hospital passando em cinco farmácias diferentes e achei na sexta e comprei as últimas unidades que tinham na farmácia”, relatou.

Outra moradora de Santo André, Erika de Lazari, disse que tem usado a pesquisa pela internet para fazer as compras de medicamentos. “Eu pesquiso em redes de farmácia e localizo onde tem, e depois quando faço o pedido peço para enviarem para a unidade que fica mais perto de casa. Eu vi que tinha em unidade em São Bernardo comprei lá e pedi para enviar para enviar para a Santa Terezinha. Algumas farmácias dá para fazer isso”, explica.

A moradora de São Bernardo, Natalia Sanchez de Souza, disse que a filha precisou também de antibióticos para a filha e encontrou dificuldade. “Em agosto minha filha teve a primeira crise de bronquite ficou internada seis dias na UTI. Na alta foi receitado antibiótico e a própria médica disse que seria difícil encontrar o medicamento mas era para tentar. Demorei para achar. Ontem (15/11) ela teve novamente crise diagnóstico broncopneumonia e novamente foi receitado antibiótico Clavulin como principal só que na receita ele colocou mais duas marcas para facilitar, sai achando que encontraria fácil por ter três opções, mas não foi. Em todas as farmácias que entrava os atendentes diziam que seria quase impossível encontrar, rodei no Centro de São Bernardo por quase duas horas e no caminho ligava em outras mais distantes e nada até que vi indicações de farmácia online e consegui encontrar o genérico do Clavulin graças a Deus”, relatou a mãe.

Há seis meses o RD já destacava a falta de medicamentos antibióticos. Veja em https://www.reporterdiario.com.br/noticia/3106968/abc-enfrenta-falta-de-antibioticos-e-maes-relatam-saga-para-conseguir-produto/.


Medicamentos em falta, segundo a pesquisa feita pelo CFF

Antimicrobianos: Amicacina, Ceftriaxona, Levofloxacino, Amoxicilina, Cefuroxima, Meropeném, Amoxicilina + clavulanato, Ciprofloxacino, Metronidazol, Axetilcefuroxima, Claritromicina, Nitrofurantoína, Azitromicina, Doxiciclina, Piperacilina + tazobactam, Cefaclor, Imipeném, Sulfametoxazol + trimetoprima e Cefalexina.

Mucolíticos: Acebrofilina, Cloridrato de ambroxol, Guaifenesina, Acetilcisteína, Cloridrato de bromexina, Hedera Helix, Carbocisteína, Dropropizina, Levodropropizina e Cloperastina. Nesta categoria, farmacêuticos citaram mucolíticos ou antitussígenos.

Anti-histamínicos: Bilastina, Dexclorfeniramina + betametasona, Loratadina, Cetirizina, Difenidramina, Prednisolona, Desloratadina, Fexofenadina, Prednisona, Dexametasona, Hidroxizina, Prometazina, Dexclorfeniramina, Levocetirizina.

Analgésicos: Ácido acetilsalicílico, Ibuprofeno, Paracetamol, Dipirona, Morfina e Trometamol cetorolaco.


https://www.reporterdiario.com.br/noticia/3183107/regiao-vive-falta-de-antibioticos-e-outros-medicamentos-em-farmacias/

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Seção: Saúde