Publicado em 15/11/2022 - 08:39 / Clipado em 15/11/2022 - 08:39

Mais de 50% dos inadimplentes do ABC são mulheres

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Beatriz Gomes 

As mulheres são maioria no que se trata da questão de inadimplência no ABC. Dados da CDL (Confederação de Dirigentes Lojistas) São Caetano, SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) Brasil e Credits Brasil, mostram que, do total, 50,30% dos consumidores são pessoas do sexo feminino, na faixa etária de 30 a 49 anos.

Ao RD, o advogado Alexandre Damasio, presidente da CDL de São Caetano, explica que o ingresso da mulher no mercado de trabalho organizou grande parte do acesso ao crédito – como cartões e linhas especiais – o que contribuiu para a grande inadimplência deste público.

“Não existe uma razão especifica para as mulheres serem maior número de consumidores inadimplentes na região, mas entendemos que seja pela disponibilidade de acesso ao mercado consumidor e, muitas vezes, as mulheres são as que compram mais”, diz. Para se ter ideia, nos últimos 12 meses – período considerado de resgate econômico pós-pandemia, as mulheres somaram maior inadimplência.

Santo André responde por 24% dos inadimplentes

Da região, a maior porcentagem de aumento de inadimplentes está concentrada em Santo André, que responde por mais de 24% de crescimento no número de endividados no último ano. “As demais cidades, em uma panorama geral, tem cerca de 11% de aumento, então Santo André acaba destoando se compararmos com as outras cidades e até ao mesmo período do ano passado”, frisa.

A pesquisa do CDL mostra que cada consumidor negativado da região devia, em média, somando todas as dívidas, o montante de R$ 4.744,40. Dados revelam que 27,89% dos consumidores do ABC tinham dívidas de até R$ 500, percentual que chega a 40,64% quando as dívidas são de até R$ 1.000. E 31,36% das dívidas tem entre um e três anos de vencimento, enquanto as dívidas com vencimento de menos de um ano somam 35,96%. Além disso, no décimo mês de 2022, cada consumidor inadimplente residente do ABC tinha, em média, 1.988 dívidas em atraso.

Damasio analisa os dados e revela que o número ficou abaixo da média da região Sudeste, que teve 2.009 dívidas por pessoas inadimplentes e, acima da média nacional registrada no mês, que registrou 1.980 dívidas para cada pessoa endividada.

O presidente da CDL São Caetano ressalta que o consumidor da região trabalha de forma ativa com crédito e que o ABC não possui uma economia de poupança. “Qualquer abalo ou diminuição de concessão de crédito impacta no número de inadimplentes na nossa região”, analisa. “Temos conversado sobre o investimento em educação financeira no ABC, mas não como é ensinado em escolas, e sim a criação de uma política pública de educação nas finanças para capacitar os moradores para que os mesmos não se tornem inadimplentes”, acrescenta.

https://www.reporterdiario.com.br/noticia/3182301/mais-de-50-dos-inadimplentes-do-abc-sao-mulheres/