Publicado em 11/12/2025 - 09:54 / Clipado em 12/12/2025 - 09:54
Pílula para tratamento do câncer de mama reduz em 30% o risco de retorno da doença, diz estudo
- Resultados de medicamento experimental da Roche foram apresentados em congresso nos EUA
- Remédio parece funcionar melhor em pacientes tratados precocemente
Fabienne Kinzelmann
Bloomberg
Uma pílula experimental da farmacêutica Roche reduziu o risco de retorno invasivo de uma forma de câncer de mama, comforme um estudo apresentado nesta quarta-feira (10) no Simpósio de Câncer de Mama de San Antonio (EUA).
Pacientes que passaram a usar diariamente o medicamento, chamado Giredestrant, após a cirurgia, tiveram 30% mais probabilidade de viver sem a recorrência da doença, em comparação com pacientes que recorreram a tratamentos já existentes, anunciou a farmacêutica.
Os dados surgiram de uma análise intermediária de um ensaio clínico de fase final, complementando resultados que a empresa havia divulgado no mês passado.
As ações da Roche subiram até 3,8% com o relatório, revertendo perdas anteriores, em meio ao otimismo sobre a promessa do tratamento.
"O que esses dados sugerem é que o Giredestrant pode se tornar um novo padrão de tratamento", disse o diretor médico da Roche, Levi Garraway, em entrevista antes da apresentação dos resultados.
As ações da Roche subiram cerca de 26% neste ano, menos do que as ações da Astrazeneca, que deve anunciar no próximo ano as descobertas para o seu medicamento para tratamento do câncer de mama.
No ensaio da Roche, 92% dos pacientes tratados com Giredestrant estavam vivos e livres da doença após três anos, em comparação com pouco menos de 90% do grupo de controle.
O Giredestrant, que pertence a uma classe de medicamentos conhecidos como degradadores seletivos do receptor de estrogênio, parece funcionar melhor em pacientes tratados precocemente, quando os tumores ainda dependem do estrogênio para crescer, de acordo com Garraway.
Isso é diferente da doença avançada, ele diz, em que anos de terapia podem mudar o comportamento dos tumores. Como a pílula não apresenta alguns dos efeitos colaterais visuais observados com alguns medicamentos rivais, a Roche disse que o medicamento pode ser mais fácil de usar por longos períodos.
A farmacêutica também está testando o Giredestrant em combinação com outros medicamentos amplamente usados para câncer de mama.
A empresa planeja levar os novos resultados a reguladores nos EUA, na Europa e em outros grandes mercados o mais rápido possível, afirma Garraway.
Nos últimos meses, o presidente dos EUA, Donald Trump, tem pressionado as principais empresas farmacêuticas para reduzir os preços dos medicamentos nos EUA. Ao contrário da Pfizer ou da Astrazeneca, a Roche ainda não anunciou um acordo com a Casa Branca.
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