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Publicado em 02/12/2025 - 09:56 / Clipado em 02/12/2025 - 09:56

Saúde do Homem: o câncer mais grave que o de próstata e que o SUS atende em menos de 60 dias


Conforme revelado pelo R7, metade dos pacientes diagnosticados com câncer de próstata demoram mais de dois meses para ter acesso ao tratamento

 

R7 Planalto | Edis Henrique Peres, do R7

 

No novembro azul muito se fala sobre o câncer de próstata, mas há um mais letal para a saúde do homem e que o Ministério da Saúde consegue garantir tratamento para 66% dos casos em menos de 60 dias, conforme o previsto em lei federal de 2012.

De acordo com levantamento exclusivo realizado pelo R7 Planalto com base nos dados do Ministério da Saúde, 66% dos diagnósticos deste ano com câncer de testículos tiveram o começo do tratamento em menos de dois meses. Para 30% deles (256 casos), a intervenção médica começou no mesmo dia da confirmação da doença.

Até novembro, já foram identificados no SUS (Sistema Único de Saúde) 856 casos. O oncologista Rafael Amaral explica que em nível de urgência dos cânceres urogenitais masculinos, o câncer de testículo é o mais grave.

Segundo ele, pode-se classificar a urgência no tratamento desta forma:

  • Câncer de testículo: evolução rápida com risco de morte em dias sem tratamento;
  • Câncer de rim: rápida progressão, sobrevida mediana de meses em estágios avançados, cerca de 80% dos casos metastáticos não sobrevivem cinco anos.
  • Câncer de bexiga: evolução agressiva com prognóstico reservado, principalmente em estágios avançados ou invasivos, a taxa de sobrevida de 5 anos varia de 36% a 74%.
  • Câncer de pênis e próstata: geralmente evolução mais lenta, mas com variantes agressivas. No caso do câncer de pênis há riscos de mutilação peniana.

Na série Saúde do Homem, a coluna mostrou a dificuldade do SUS em garantir o tratamento adequado o mais rápido possível. No caso do câncer de próstata, conforme revelado, metade dos pacientes recebem intervenção médica apenas 60 dias depois do diagnóstico.

O médico uro-oncologista e especialista em Cirurgia Robótica e Câncer de Próstata do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, Carlos Watanabe, explica que no caso do câncer de testículo o desafio é o silêncio da doença.

“Muitas vezes é indolor, surge um nódulo no testículo e a pessoa enfrenta situações muito difíceis. E no caso de pacientes jovens, podem ter uma série de repercussões, como alterações cardiológicas. Não é um tratamento simples. Por isso, se a gente trata na fase precoce, sem metástase, muitas vezes tirando o testículo, a gente consegue a cura”, explicou.

Além do câncer de testículos, o R7 Planalto também levantou dados sobre outros diagnósticos, como o câncer de pênis e em outros órgãos masculinos não identificados no sistema do Ministério. No caso do câncer de pênis, 419 casos já foram diagnosticados este ano. Veja dados:

 

O que diz o ministério da Saúde?

Questionado sobre as ações realizadas relacionadas à saúde masculina e o tempo de espera para tratamento de câncer, o Ministério da Saúde disse que tem expandido a capacidade de diagnóstico e tratamento do câncer.

“Nos últimos dois anos (2023-2024), foram realizados mais de 547 mil diagnósticos de câncer - um crescimento de 20% em relação ao período anterior. Desde 2023, já foram adquiridos 53 aceleradores lineares no âmbito do Programa Radioterapia, desde 2023”, disse.

A pasta acrescentou que o Programa de Expansão da Radioterapia no SUS (Persus II) prevê mais 40 equipamentos de radioterapia e a incorporação gradual de novas tecnologias em saúde.

“Desde 2019, o SUS realizou 285,9 mil procedimentos relacionados ao câncer de próstata. Esse número inclui atendimentos ligados às neoplasias malignas do pênis (CID 60), da próstata (CID 61), dos testículos (CID 62) e de outros órgãos genitais masculinos”, afirmou.

Recentemente, a pasta também lançou o programa Agora Tem Especialistas, iniciativa que pretende agilizar os atendimentos no SUS. O programa funciona com parceria com estados, municípios e hospitais privados, permitindo que os pacientes da rede pública realizem consultas, exames e cirurgias na rede particular.

O atendimento é realizado em troca do abatimento das dívidas tributárias com o governo. O atendimento é realizado em troca do abatimento das dívidas tributárias com o governo.

“O orçamento destinado à oncologia cresceu 48%, passando de R$ 5,1 bilhões para R$ 7,5 bilhões entre 2022 e 2024, com expectativa de alcançar valores ainda maiores neste ano com o programa Agora Tem Especialistas”, diz a pasta.

Segundo o ministério, o programa também vai implementar o Super Centro Brasil de Diagnóstico de Câncer, que terá capacidade para realizar análises de até 1.000 laudos diagnósticos por dia, com prazo máximo de 5 dias para emissão do laudo. “O objetivo é reduzir o tempo de diagnóstico até o tratamento no SUS”, explica.

 

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