Publicado em 25/08/2025 - 09:14 / Clipado em 26/08/2025 - 09:14
Adolescente descobre câncer após sintoma estranho ao beber álcool
Foi só depois de tomar uma bolada na cabeça e ser levada ao hospital que Hanna Bordage descobriu a causa para suas dores e cansaço extremo
Por O GLOBO — São Paulo
Hanna Bordage, de 22 anos, nunca imaginou que suas dores crônicas no pescoço fossem sinal de um câncer. Aos 19 anos, assim que terminou o ensino médio, foi para a universidade em New Brunswick, Canadá, onde jogou futebol universitário.
Em entrevista à revista People, ela revela que estava sempre cansada e sentia que não jogava o esporte com todo o seu potencial. No entanto, ela simplesmente atribuiu isso a todas as mudanças recentes em sua vida.
Depois de um tempo, ela começou a sentir dores crônicas no pescoço, mas não conseguia descobrir a causa. Como estudante de medicina com a esperança de se tornar médica um dia, Bordage tentava descobrir a causa de seus problemas.
"Eu tomava uma bebida alcoólica e, em cinco a 10 minutos, sentia dores lancinantes no ombro e no pescoço", diz. Além da dor no pescoço, Bordage estava sentindo suores noturnos, mas supôs que isso se devia à temperatura em seu dormitório ser mais alta do que na casa em que passou a infância.
Foi só depois de tomar uma bolada na cabeça e ser levada ao hospital que seus problemas começaram a ter uma solução. O médico pediu vários exames e notou que a jovem tinha um sopro cardíaco. O médico solicitou um ecocardiograma (ECO) e um eletrocardiograma (ECG). No dia seguinte, a equipe médica revelou a Bordage que ela tinha um tumor de 12 centímetros perto do coração. Inicialmente, os médicos sugeriram que ela poderia ter câncer no sangue.
"Levou dias e semanas, e quando finalmente fiz a biópsia, eles viram que era um linfoma de Hodgkin em estágio avançado. Eles me disseram: 'Você vai precisar fazer quimioterapia. Vai precisar fazer 12 sessões, e, se não funcionar, você vai precisar de radioterapia'", lembra ela.
O linfoma de Hodgkin é um tipo de câncer que se origina no sistema linfático, um conjunto composto por órgãos (linfonodos ou gânglios) e tecidos que produzem as células responsáveis pela imunidade e vasos que conduzem essas células por meio do corpo.
A doença surge quando um linfócito (célula de defesa do corpo), mais frequentemente um do tipo B, se transforma em uma célula maligna, capaz de multiplicar-se descontroladamente e disseminar-se. A célula maligna começa a produzir, nos linfonodos, cópias idênticas, também chamadas de clones. Com o passar do tempo, essas células malignas podem se disseminar para tecidos próximos e, se não tratadas, podem atingir outras partes do corpo.
A doença origina-se com maior frequência na região do pescoço e na região do tórax, denominada mediastino.
Bordage agora usa as redes sociais para falar com o maior número de pessoas sobre sua condição e alertar as pessoas sobre os perigos e riscos do câncer.
"Não esperei muito para postar. Publiquei o vídeo dizendo: 'Oi, pessoal, estou com câncer' no final de janeiro e recebi o diagnóstico no final de dezembro", conta ela. "Queria falar com o máximo de pessoas possível, porque tinha uma nova perspectiva e queria compartilhá-la."
Após seis meses de quimioterapia, Bordage recebeu a notícia de que seu câncer havia entrado em remissão.
"Eu poderia morrer ou viver. Eu queria mostrar às pessoas que você pode passar por coisas que te aterrorizam completamente, que te abalam profundamente e te mudam para sempre, e que você pode continuar sendo a versão positiva e otimista de si mesmo", acrescenta ela.
Agora, com 22 anos, ela comemorou o seu “aniversário” de dois anos sem câncer. A garota continua com os estudos e com a medicina. Ela diz que quer oferecer a outros pacientes o mesmo cuidado e tratamento aos quais teve acesso.
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