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Portal Estadão

Publicado em 08/08/2025 - 09:35 / Clipado em 08/08/2025 - 09:35

Dar um passo à frente do câncer de pulmão é preciso e possível


Informação, escuta ativa e diagnóstico preciso ajudam a transformar cuidado em qualidade de vida



Por Estadão Blue Studio
 

O câncer de pulmão é o segundo tipo mais comum e lidera as estatísticas de mortalidade pela doença no mundo, com cerca de 2,4 milhões de casos e 1,8 milhão de óbitos por ano. No Brasil, são registrados 44.213 diagnósticos e 38.292 mortes anuais. Globalmente, responde por quase 25% das mortes por câncer, de acordo com dados publicados em 2024 pela Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (Iarc), da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Sem informação de qualidade, o paciente nem sabe quais perguntas fazer. Saber o nome do seu tumor dá mais controle, reduz a ansiedade e aproxima médico e paciente.É uma forma de equilibrar essa relação em um sistema que muitas vezes falha na escuta.

Luciana Holtz, Presidente do Instituto Oncoguia

Há dois tipos principais: de pequenas células e de não pequenas células, mais frequente, responsável por 85% dos casos, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Este último grupo é caracterizado por diferentes mutações genéticas, que influenciam diretamente na escolha do tratamento.

Mesmo na era da medicina de precisão, a falta de informação e os estigmas ainda são obstáculos para o diagnóstico e o tratamento adequados. Esse foi o ponto de partida do painel “Um Passo à Frente do Câncer de Pulmão”, oferecido pela Johnson & Johnson no evento Retratos do Câncer. O debate reforçou a importância do diagnóstico preciso, da escuta ativa ao paciente e do acesso ao conhecimento como estratégias para mudar o cenário atual. A sessão também apresentou a campanha “Um passo à frente do Câncer de Pulmão: Mais momentos para viver”, lançada neste Agosto Branco.

Avanços do tratamento

No centro da conversa, esteve Mara Lúcia Rafaeli, que convive com o câncer de pulmão há sete anos. Atleta e não fumante, ela descobriu o tumor por acaso, após uma queda de pressão. “A Mara de antes vivia preocupada com o futuro, queria tudo perfeito. Hoje, eu vivo feliz da vida por andar com o meu cachorrinho e, no final de uma hora de caminhada, ainda dar uma corridinha com ele. Vivo feliz da vida de subir do térreo ao sétimo andar e chegar na farmácia do Inca para buscar meus medicamentos. Essas pequenas coisas da rotina fazem a gente valorizar o presente e aprender muito com tudo que se passou”, contou.

Antes, tínhamos pouquíssimas opções terapêuticas. Hoje, conseguimos atuar com muito mais precisão. A medicina personalizada, a imunoterapia e as novas terapias-alvo têm proporcionado mais tempo e, o mais importante, mais qualidade de vida.

William Nassib William Junior, Líder nacional de oncologia torácica da Oncoclínica

O oncologista William Nassib William Junior, líder nacional de oncologia torácica e colíder nacional de oncologia de cabeça e pescoço da Oncoclínica, explicou que o cenário de tratamento para esse tipo de câncer mudou radicalmente nas últimas décadas. “Antes, tínhamos pouquíssimas opções terapêuticas. Hoje, conseguimos atuar com muito mais precisão. A medicina personalizada, a imunoterapia e as novas terapias-alvo têm proporcionado mais tempo de vida e, o mais importante, mais qualidade de vida.”

A FORÇA DO CONHECIMENTO

Esses avanços, no entanto, só são possíveis quando se conhece o tipo específico de tumor, seu perfil genético e molecular, ou seja, seu “nome e sobrenome”. Esse conhecimento permite a escolha do tratamento mais adequado para cada paciente.

Na prática, isso significa transformar o paciente em protagonista do próprio cuidado. Luciana Holtz, presidente do Instituto Oncoguia, reforça que o acesso à informação é um ato de autocuidado. “Sem informação de qualidade, o paciente nem sabe quais perguntas fazer. Saber o nome do seu tumor dá mais controle, reduz a ansiedade e aproxima médico e paciente. É uma forma de equilibrar essa relação em um sistema que muitas vezes falha na escuta.”

Mara reforça esse ponto com a sensibilidade de quem vive o tratamento na própria pele. “O paciente é sedento por escuta, por atenção. Quando recebe a informação certa, na hora certa, é como se fosse resgatado. Durante uma pesquisa clínica no Inca, o acolhimento que me deram foi um grande diferencial. Me senti respeitada e valorizada.”

Além da tecnologia

William concorda que o cuidado vai além do medicamento. “É sobre estar ao lado, orientar, acolher e ajudar o paciente a encontrar sentido no tratamento. Isso também salva vidas.”

O paciente é sedento por escuta, por atenção. Quando recebe a informação certa, na hora certa, é como se fosse resgatado. Durante uma pesquisa clínica no Inca, o acolhimento que me deram foi um grande diferencial. Me senti respeitada e valorizada.

Mara Lúcia Rafaeli, Paciente em tratamento de câncer de pulmão

Além dos avanços tecnológicos, a transformação no cuidado com o câncer de pulmão exige uma mudança de olhar — menos voltado ao medo e mais à vida possível durante e depois do diagnóstico. A própria campanha da J&J propõe esse deslocamento, ao enfatizar que estar um passo à frente é também garantir mais momentos para viver. “Saber o nome do ‘bichinho’ deixa o monstro menor. É ter expectativa de vida, qualidade, integração e esperança”, finalizou Mara. 

 

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