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 Site Futuro da Saúde

Publicado em 04/08/2025 - 10:25 / Clipado em 05/08/2025 - 10:25

Inovação na saúde digital: dados globais revelam tendências, comportamentos e oportunidades


No Brasil, iniciativas digitais visam modernizar o SUS, tornando o mais acessível e abrangente

Por Giovanni Cerri

O universo da saúde está em plena efervescência, impulsionado por uma onda de inovação digital que redefine o que entendemos por cuidado e acesso. Em 14 de julho, a publicação do relatório global “Digital Health and Wellness” trouxe à luz números que atestam essa transformação. O estudo revelou que cerca de 23,3% da população global já utiliza algum tipo de serviço digital de saúde, e mais de 122 milhões de pessoas realizaram consultas online. No plano dos negócios, o relatório estima que esse mercado alcançou o valor de 349 bilhões de dólares em 2024 e pode quintuplicar até 2033. Não se trata apenas de uma mudança tecnológica, mas de uma redefinição profunda dos sistemas de saúde.

No Brasil, essa revolução também já está em curso, com iniciativas para modernizar nosso Sistema Único de Saúde (SUS) e o setor privado. Em 2020, o Ministério da Saúde apresentou uma “Estratégia de Saúde Digital para o Brasil”, que pretende consolidar, até 2028, uma Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS). Assim como o “open banking” revolucionou o setor financeiro, permitindo a portabilidade dos serviços bancários, a RNDS pretende prover a interoperabilidade entre sistemas de saúde, unificando os dados dos pacientes e tornando-os acessíveis em todo o país.

Imagine não precisar repetir seu histórico médico a cada nova consulta ou emergência, ou ter seus exames disponíveis instantaneamente para qualquer profissional de saúde autorizado. Essa integração evitará colossais desperdícios de tempo e recursos, otimizando o percurso do paciente e qualificando a tomada de decisão pelos médicos. Países como a Estônia e a Finlândia, com prontuários eletrônicos interconectados e serviços digitais amplamente utilizados pela população, já são exemplos notáveis das potencialidades da saúde digital.

A interoperabilidade é apenas uma das muitas facetas da digitalização. A Inteligência Artificial (IA), por exemplo, já auxilia no diagnóstico precoce de doenças, na análise de grandes volumes de dados para identificar padrões epidemiológicos e até mesmo no desenvolvimento de novos medicamentos.

A telemedicina, impulsionada pela necessidade de distanciamento social durante a pandemia de covid-19, consolidou-se como uma ferramenta poderosa, permitindo consultas e monitoramento remoto, derrubando barreiras geográficas e facilitando o acesso a especialistas. A chamada “Internet das Coisas” (IoT) na saúde, por meio de relógios inteligentes e outros tipos de sensores, coleta dados vitais em tempo real, permitindo o monitoramento contínuo de pacientes crônicos e a intervenção preventiva. Esses dados, quando analisados pelo “Big Data”, geram insights valiosos para o aprimoramento de programas de prevenção e promoção da saúde.

A digitalização também facilita o desenvolvimento de aplicativos de saúde personalizados, que ajudam os indivíduos a gerenciarem sua própria saúde, desde o controle de medicamentos até o acompanhamento de metas de bem-estar. Clínicas inteligentes, com fluxos de atendimento otimizados e uso intensivo de tecnologia, prometem uma experiência mais fluida e centrada no paciente. Todo esse ecossistema digital contribui para uma medicina mais preditiva, preventiva, personalizada e participativa, onde o paciente é um ator central em seu próprio cuidado.

A inovação digital, vale lembrar, também impulsiona novos modelos de negócio e permite pensar em políticas públicas mais eficazes, que garantam a segurança dos dados, a equidade no acesso e a capacitação dos profissionais. É uma jornada contínua, mas que promete democratizar a saúde e torná-la verdadeiramente um direito de todos.

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