
Publicado em 25/06/2025 - 10:40 / Clipado em 26/06/2025 - 10:40
Programa do HC-USP pode permitir, no futuro próximo, integração de dados entre os setores público e privado
por CBDL Diagnóstico para a Vida |
Um modelo de compartilhamento de dados médicos entre diferentes instituições começará a ser testado nos próximos meses. Liderada pelo InovaHC, núcleo de inovação tecnológica do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HC-USP), a proposta inclui hospitais privados, laboratórios e operadoras de planos de saúde. O objetivo é permitir que, com autorização do paciente, os médicos possam ter acesso a prontuários completos.
“Queremos que os hospitais tenham acesso às informações para oferecer um atendimento melhor. Você vai a um pronto-socorro hoje e os médicos não sabem quem você é”, comenta Marco Bego, diretor executivo do InovaHC.
Entre os hospitais estão: Sírio-Libanês, Beneficência Portuguesa de São Paulo e Oswaldo Cruz, além das redes diagnósticas Dasa, Fleury e Sabin, além das farmácias RD (Raia Drogasil) e a Bradesco Saúde. A ideia deve ser colocada em prática em até 120 dias.
Segundo Antônio Britto, diretor executivo da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), “toda vez que alguém vai ao médico, tudo começa de novo. Isso faz o paciente e o profissional perderem tempo e o hospital e a operadora de plano de saúde desperdiçarem recursos.”
SUS e proteção de dados
Esse projeto é acompanhado pelo Ministério da Saúde. A secretária de Informação e Saúde Digital, Ana Estela Haddad, relata que o SUS já conta com uma plataforma própria de interoperabilidade, a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), com padrões da Organização Mundial da Saúde (OMS). De acordo com ela, essa proposta servirá como uma integração entre os setores público e privado.
No entanto é preciso ter cuidado com a proteção de dados. Ana Maria Malik, professora da FGVSaúde, destaca a importância de impedir usos indevidos, “o ponto de atenção é o cuidado para que os dados das pessoas não sejam usados para bloquear o acesso aos convênios nem que sejam acessados pelas empresas empregadoras.”.
O sistema ideal, para a professoram é usar o Cartão Nacional de Saúde (CNS) como fonte identificadora, e não o CPF. Mas, é preciso ressaltar que a regulamentação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) sobre o uso de dados na saúde ainda está pendente.
(Com informações de O Globo – 24.06.2025
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