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Portal O Globo - Rio de Janeiro/RJ

Publicado em 16/06/2025 - 10:44 / Clipado em 17/06/2025 - 10:44

Neuralink, de Elon Musk, usa implante cerebral para fazer macaco 'ver' imagens que não existem; entenda


Tecnologia estimula áreas visuais do cérebro e avança na promessa de restaurar a visão e ampliar capacidades sensoriais no futuro

Por Ike Swetlitz , Em Bloomberg 

 

A Neuralink, de Elon Musk, usou um implante cerebral para permitir que um macaco "enxergasse" algo que não estava fisicamente presente, segundo disse o engenheiro da empresa Joseph O’Doherty durante a conferência Neural Interfaces, nos Estados Unidos, na última sexta-feira. A iniciativa faz parte do objetivo da companhia de, no futuro, ajudar pessoas cegas a enxergarem.

O dispositivo, chamado Blindsight, estimulou áreas do cérebro do macaco associadas à visão. Pelo menos dois terços das vezes, o macaco moveu os olhos na direção de algo que os pesquisadores tentavam fazer o cérebro visualizar.

Os resultados foram os primeiros que a Neuralink divulgou sobre os testes do Blindsight, um chip cerebral que imita a função do olho. Este é um campo de fronteira bastante acompanhado no desenvolvimento de dispositivos cerebrais, uma área científica que testa os limites de como a tecnologia pode ser usada para potencialmente tratar condições hoje sem opções de tratamento.

Além de serem resultados muito iniciais, como em todos os estudos com animais não se sabe se será possível replicar os achados aos humanos. O dispositivo ainda está em fase preliminar de desenvolvimento, longe de estar aprovado para uso em humanos.

O objetivo do Blindsight, no futuro, é ajudar as pessoas a enxergarem. A mais longo prazo, a empresa quer criar uma visão sobre-humana — como a visão infravermelha — já disse Musk. A Neuralink tem testado o Blindsight em macacos nos últimos anos e espera testá-lo em humanos em 2025, afirmou o bilionário em março.

Nos bastidores da conferência, no entanto, O’Doherty recusou-se a comentar mais detalhes sobre o trabalho.

A Neuralink também está implantando dispositivos em pessoas paralisadas que permitem a comunicação direta com computadores, sendo uma das várias empresas atuantes nesse campo tecnológico em expansão.

Cinco pessoas receberam implantes até agora, disse Musk. Três receberam em 2024, e duas em 2025, segundo a apresentação de O’Doherty na conferência. Em alguns casos, pacientes usam seu dispositivo Neuralink cerca de 60 horas por semana. No futuro, dispositivos cerebrais com tecnologia semelhante poderiam permitir que pessoas paralisadas se movam ou andem, defende Musk.

O’Doherty foi coautor de um pôster com pesquisadores acadêmicos, apresentado no evento, que descreve um experimento que usou o implante Neuralink para estimular a medula espinhal de um macaco, fazendo seus músculos se moverem. Outros pesquisadores vêm trabalhando na estimulação da medula para restaurar o movimento muscular há vários anos.

As aspirações médicas de Musk são um passo rumo ao objetivo de aumentar a velocidade da comunicação humana para todos, permitindo que as pessoas “mitiguem o risco da superinteligência digital”, disse Musk em 2024. Ele também está construindo inteligência artificial por meio de sua empresa xAI Corp.

Eventualmente, a empresa quer que o sistema Blindsight inclua um par de óculos para ajudar a fazer o chip funcionar, disse O’Doherty em sua fala.

Testes em macacos têm vantagens. O córtex visual de um macaco fica mais próximo da superfície do cérebro do que no ser humano, tornando o acesso mais fácil, disse O’Doherty na apresentação. A Neuralink poderia usar seu robô cirúrgico para inserir o implante em regiões mais profundas do cérebro de uma pessoa, acrescentou.

https://oglobo.globo.com/saude/noticia/2025/06/16/neuralink-do-elon-musk-usa-implante-cerebral-para-fazer-macaco-ver-imagens-que-nao-existem-entenda.ghtml

 

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