Clipclap

Aguarde ...

 Site Futuro da Saúde

Publicado em 11/06/2025 - 10:02 / Clipado em 12/06/2025 - 10:02

Construção da saúde do futuro passa por conexão entre elos da cadeia


Caminhos do futuro da saúde foram tema de debate na primeira edição do evento “Horizontes da Saúde: conectando o amanhã”, da Novartis

 

Conteúdo oferecido por Novartis

 


A saúde vive um momento de grandes transformações. Os desafios já mapeados de sustentabilidade do sistema de saúde, acesso, envelhecimento populacional e aumento de doenças crônicas – apenas para citar alguns – levantam cada vez mais o debate sobre o papel de cada player do setor. Em meio a esse cenário, a consolidação de parcerias, novos modelos de atuação e a importância da conexão entre os diversos elos da cadeia têm sido apontadas como soluções na busca de equilíbrio para a equação complexa da saúde.

Se, por um lado, o sistema de saúde brasileiro tem robustez e confiança dos atores, por outro, ainda existem desafios a serem superados, como a jornada de inovação no país. “Há desafios de liquidez, de tornar a tecnologia mais acessível e viabilizar a assistência a um número cada vez maior de pacientes”, avalia Sylvester Feddes, presidente da Novartis.

Ele foi um dos participantes do evento “Horizontes da Saúde: conectando o amanhã”, realizado pela farmacêutica, em São Paulo. O encontro abordou temas como inovação, longevidade, reação do mercado à mudança de lógica no cuidado e por onde começar a trilhar a jornada rumo ao futuro da saúde.

Na sua fala, o executivo também provocou o público a refletir sobre o papel das empresas de saúde nessa dinâmica de acesso: “Como empresa, falamos sempre sobre reinventar a medicina, mas precisamos ir além. Precisamos reimaginar como geramos acesso, como criamos parcerias e confiança para iniciar os diálogos necessários.”

Para Bruno Pina, CEO da Synapse, o “ambiente caótico” da saúde, assim como em outros momentos de crise, exige respostas a partir de cocriações e colaborações. “Já temos solução para muita coisa: telemedicina, prontuário eletrônico, medicina de precisão, algoritmos de detecção precoce de doenças. Se temos tudo em mãos, o que falta? Além de superar as barreiras invisíveis já conhecidas, falta iniciar a comunicação entre os diferentes elos dessa cadeia”, reflete.
 

Foco no cuidado, não na doença

Um dos pontos tratados no evento foi justamente a reflexão de como o mercado está se preparando para tratar das doenças do futuro. Isso acontece porque o fenômeno da pirâmide demográfica invertida traz uma necessidade de adotar uma nova lógica de cuidado. Se o olhar para a prevenção já vinha ganhando destaque nas estratégias dos diferentes níveis de atenção, agora ele passa a ser regra.

Adotar uma postura focada em previsibilidade pode beneficiar não apenas a sustentabilidade do sistema, mas ter um impacto relevante em toda a sociedade. “A tecnologia avança, mas o problema continua o mesmo”, destaca Jacson Barros, gerente de desenvolvimento de negócios em saúde na Amazon Web Service (AWS). “É só olhar para as notícias sobre saúde. Há quanto tempo se fala de fila, de acesso, de dados? Olhamos muito para tecnologia, mas ela, sem propósito, não serve para absolutamente nada.”

Hoje, ferramentas como prontuário eletrônico, biossensores e vestíveis geram um volume de dados muito maior do que no passado. Entretanto, ainda há o desafio em aproveitar plenamente esse material. Embora tenha seu valor reconhecido, os dados de saúde ainda retornam pouco benefício tanto para o paciente quanto para as instituições.

Uma aplicação promissora dos dados é na antecipação de eventos de saúde, como salientou Pedro Batista, fundador e CEO da Horuss, ao compartilhar sua experiência na construção de modelos assistenciais. “O foco era justamente na estruturação de uma grande base de dados, para conseguir aprimorar a assistência e a efetividade terapêutica”, conta. “São modelos de antecipação de eventos, previsibilidade, além de coibição de abuso, fraudes e desperdícios.”

Além disso, os especialistas ressaltaram que, para avançar nas potencialidades oferecidas pelos dados, é preciso garantir a interoperabilidade, um gargalo atual. Isso porque se faz essencial ter sistemas que conversem entre si, que conectem todo o histórico do paciente, seja na rede pública ou privada.

Outros países já avançam nesse sentido. A Suécia desenvolveu uma plataforma nacional com interoperabilidade total de dados. Ela permite o compartilhamento de dados entre hospitais e atenção primária e possibilitou a redução da readmissão de idosos nos serviços de saúde. Mas não é preciso olhar para a Europa para encontrar inspiração. Na América Latina, a cidade colombiana de Medelin observou queda nos gastos hospitalares a partir da implementação de um hub digital de atenção primária comunitária.
 

Acesso é principal barreira

Nas últimas décadas a sociedade presenciou de fato a chegada dessas tecnologias e outros grandes avanços, como terapias gênicas, identificação de biomarcadores e intervenções menos invasivas. Mas o acesso permanece como o maior desafio. A efetiva chegada dessas novidades ao público final demanda esforços de diversas formas.

Uma delas é por meio de pesquisas clínicas. Para isso, é necessário fomentar o ecossistema de inovação e de desenvolvimento científico e industrial do país. “Entendemos que a pesquisa é a essência de tudo, que não temos como pensar nesse amanhã se não olharmos para o que precisamos mudar hoje. É uma frente muito complementar na acessibilidade”, aponta Natália Gonçalves, head de Reprodução Humana e Pesquisa e Desenvolvimento na Dasa.

Outra maneira envolve novos modelos de negócios e parcerias. Feddes destacou o acordo de compartilhamento de risco firmado recentemente com o Ministério da Saúde para tratamento da Atrofia Medular Espinhal (AME). Segundo ele, o modelo pode servir de base para outros acordos de terapias avançadas, com foco no paciente e uso de evidências científicas para medir eficácia da terapia.

Além do acesso propriamente dito, há espaço também para a mudança do cuidado. Lasse Koivisto, membro da Health Longevity Medicine Society, compartilhou no evento dados de uma pesquisa com beneficiários da saúde suplementar que mostrou que 83% das pessoas não se sentem cuidadas. “São pacientes que têm os melhores hospitais, os melhores laboratórios, mas não se sentem cuidados”, completou.

Em sua visão, o empreendedor não precisa fazer grandes investimentos para começar a aprimorar a conexão entre os elos do sistema. Ele cita o exemplo de uma operadora que tem como hábito ligar mensalmente para os beneficiários. “O paciente vai confiar em quem está dialogando com ele”, aponta.

Nessa mesma linha, especialistas destacaram a importância de trazer o time assistencial para a discussão. É a perspectiva compartilhada por Ricardo Moraes, CMO da Afya. Para ampliar o entendimento da complexidade do sistema e o senso de pertencimento, ele aponta a necessidade de treinar os profissionais de saúde para entender o impacto da linha de cuidado na instituição. “Temos uma geração muito focada em soft skills, em gestão de saúde, em pesquisa de bancada. Mas temos também outras gerações que ainda precisam compreender os aspectos de gestão e operação de uma instituição de saúde”, explica o CMO.
 

Preparação do sistema de saúde

Para que todos esses avanços se tornem cada vez mais realidade, a construção da saúde do futuro exige uma reavaliação da estrutura dos sistemas. Isso inclui revisitar a regulamentação atual, que ainda traz entraves em diferentes pontos do ecossistema de saúde. Em alguns casos, ela dialoga muito pouco com o cenário atual e novas demandas.

“As regulações atuais não foram pensadas para a realidade que estamos vivendo e para o caminho que queremos trilhar. O nosso desejo é ter mais inovação, mais liberdade e modelos de negociação, de precificação de medicamentos e terapias. Há sim muita coisa que pode ser melhorada, e é o nosso papel puxar essas conversas e dialogar com os órgãos reguladores”, explica Renata Rothbarth, advogada e Life Sciences, Digital Health e Healthcare partner da Machado Meyer.

O estímulo à cultura de inovação, a partir da estruturação de políticas públicas que incentivem, inclusive, parcerias entre o setor público e privado, também é um passo importante. É o que aponta Giovanni Cerri, presidente do InovaHC, núcleo de inovação tecnológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFM/USP). Ele conta que a instituição tem estimulado a cultura de inovação, principalmente nos jovens, e que há uma visão clara de que startups podem ajudar nesse gargalo.

Para o presidente da Novartis, toda essa discussão envolve reimaginar o sistema de saúde para o futuro: “Temos uma grande oportunidade de recriar e ajudar o sistema de saúde, tanto privado quanto público. É preciso ter essa visão de futuro, sempre com o paciente no centro do debate.”

 

https://futurodasaude.com.br/saude-do-futuro-brd-novartis/

 

Veículo: Online -> Site -> Site Futuro da Saúde