
Publicado em 11/06/2025 - 10:30 / Clipado em 12/06/2025 - 10:30
Ressonância de ponta e uso de robótica: Hospital Cora terá equipamentos de última geração para tratar câncer em crianças
Goianos com idade entre 2 e 13 anos são os primeiros pacientes da unidade. Internações já foram realizadas, e a inauguração oficial será no próximo mês
Ildeu Iussef
O Complexo Oncológico de Referência do Estado de Goiás (Cora) conta com aparelhos de alta tecnologia na capacidade de diagnóstico, tratamento e reabilitação de pacientes. De acordo com o governo de Goiás, foi realizado um investimento de R$ 63,2 milhões nestes itens de soluções tecnológicas inéditas.
Dentre os aparelhos adquiridos pelo governo um dos destaques é a ressonância magnética que está instalada em uma das salas de cirurgia da unidade. O equipamento, que custou R$ 6,9 milhões aos cofres públicos, permitirá aos cirurgiões obter imagens do paciente durante a cirurgia, otimizando as intervenções realizadas em cirurgias a fim de orientar a remoção de tumores de forma precisa. Entretanto, o aparelho ainda não está em operação. A expectativa é de que ele comece a funcionar em até duas semanas.
Outro investimento tecnológico foi a compra de dispositivos de robótica instalados na ala de fisioterapia para o trabalho de reabilitação neurológica e motora dos pacientes do Cora. Um dos equipamentos é o Lokomat, um exoesqueleto robótico avançado projetado para reabilitação da marcha em pacientes com comprometimentos neurológicos e musculoesqueléticos.
O recurso da realidade virtual e aumentada também é aplicado com a C-Mill, uma esteira sensorizada que usa gamificação e torna a reabilitação mais lúdica, especialmente para pacientes pediátricos. Outros sistemas de robôs como Andago, Armeo Power e Armeo Spring completam o conjunto da ala fisioterapêutica do Cora que recebeu R$ 7,6 milhões em verbas.
Além disso, toda a área de transplante de medula óssea do Cora, que ainda não está em funcionamento, dispõe de camas hospitalares vinculadas a colchões terapêuticos de alta tecnologia. As camas são equipadas com balança integrada para o monitoramento contínuo do peso dos pacientes acamados, sem necessidade de deslocamento.
O POPULAR mostrou que a ala de transplante de medula óssea do Cora, contará com uma espécie de "bolha" para proteger os pacientes infanto-juvenis que ficam com o sistema imunológico fragilizado por conta do procedimento. Para isso, a ventilação do local contará com filtros Hepa (sigla para "high efficiency particulate air", ou "alta eficiência na retenção de partículas", em português), que são utilizados para minimizar o risco de infecções em pacientes submetidos a esse tipo de transplante.
O Cora também conta com um microscópio que permite o uso simultâneo, sendo compartilhado por 10 profissionais. O uso desse aparelho permite a realização de diagnósticos colaborativos em tempo real e discussão de casos complexos. Além disso, duas unidades de cicloergômetro de leito, aparelhagem similar a bicicleta ergométrica, foram adquiridas para atender pacientes acamados ou em cuidados intensivos, a fim de promover estímulo à circulação sanguínea e prevenção de atrofias musculares. Por meio de nota, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) explicou como cada equipamento irá auxiliar nos atendimentos. (veja abaixo).
Cora
Após dois anos em construção, o Cora recebeu oficialmente seus primeiros pacientes na última segunda-feira (9), trata-se de doze crianças goianas com idade entre 2 e 13 anos. A unidade, neste primeiro momento, prestará o atendimento ao público infanto-juvenil. Segundo o governo estadual, todos os pacientes terão acesso aos serviços na unidade via regulação pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Conforme o governo, o Cora funcionará 24h por dia, todos os dias da semana, sendo que o atendimento ambulatorial deverá funcionar das 07h às 19h, de segunda-feira a sexta-feira. A unidade vai atender a pacientes de 0 a 17 anos 11 meses e 29 dias para: suspeita de neoplasia infanto-juvenil, neoplasia maligna de origem hematológica ou tumores sólidos. Já os pacientes da faixa etária de 18 anos a 23 anos 11 meses e 29 dias serão atendidos para: diagnóstico de neoplasia maligna de osso.
Neste início de atendimento ao público, o Cora já dispõe do atendimento das seguintes especialidades médicas: oncologia pediátrica, ortopedia pediátrica, cirurgia pediátrica e neuro-oncologia pediátrica.
O Cora começou a funcionar com 24 leitos pediátricos, sendo 10 em enfermaria clínica, 8 em enfermaria cirúrgica e 6 em unidade de terapia intensiva (UTI). A expectativa é de que o serviço de transplante de medula óssea, que conta com 5 leitos de UTI e 5 leitos de enfermaria específicos, consiga o credenciamento junto ao Ministério da Saúde em até 60 dias. A previsão é de que todos os 48 leitos da ala pediátrica estejam em operação em até 13 meses. A unidade conta ainda com 12 leitos de observação e com 115 espaços de cuidado. Um exemplo é o pronto socorro, que possui leitos para procedimentos, isolamento e emergência.
A inauguração oficial está prevista para o próximo mês.
Funcionamento dos aparelhos, segundo a SES-GO:
- Lokomat: exoesqueleto robótico para reabilitação da marcha, com sensores que monitoram em tempo real os movimentos e ajustam o tratamento conforme a evolução do paciente;
- C-Mill: esteira sensorizada com realidade virtual e gamificação, ideal para o treinamento de marcha e equilíbrio, especialmente no público infantil;
- Andago: sistema robótico móvel com suporte dinâmico de peso, permitindo treinos em ambiente amplo, com segurança e incentivo à autonomia;
- Armeo Power e Armeo Spring: robôs voltados à recuperação de membros superiores, com tarefas interativas e registro preciso da evolução funcional.
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