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Portal Estadão

Publicado em 02/06/2025 - 10:14 / Clipado em 03/06/2025 - 10:14

O que a USP planeja para terreno de R$ 281 milhões no interior de São Paulo


Por José Maria Tomazela

 

O complexo do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, pode ser ampliado com a construção de um novo hospital. A Universidade de São Paulo (USP) propõe a compra de uma área de 795 mil m² no valor de R$ 281 milhões para a obra. A proposta será votada na terça-feira, 3, pelo Conselho Universitário, órgão máximo da instituição. 

Conforme o plano, o terreno a ser adquirido em Ribeirão Preto fica próximo ao anel rodoviário de Ribeirão Preto e tem acesso por outras vias e avenidas.

O núcleo do projeto é construir uma nova Unidade de Emergência (UE) com 400 leitos. Hoje, o HC tem 815 leitos gerais e 110 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Após a aquisição do terreno, a universidade o cederá para a Secretaria de Saúde do Estado, sendo o custeio da nova unidade de responsabilidade da pasta.

A USP informou que só se manifestará publicamente sobre os investimentos após a reunião do conselho. Procurada pela reportagem, a secretaria não se manifestou.

O hospital, que faz cerca de 29 mil internações e 22,6 mil cirurgias por ano, atende uma região com 3,5 milhões de habitantes.

Pela proposta, a USP assumirá ainda a construção da unidade odontológica, a clinica de enfermagem, o prédio do museu da biodiversidade e o centro de educação física.
O que prevê o projeto:

  •     Hospital com foco em atendimento emergencial
  •     400 leitos
  •     Unidade terá escritório jurídico com foco no atendimento de vítimas de violência, especialmente mulheres e crianças
  •     Setor de planejamento em gestão hospitalar
  •     80 escritórios odontológicos
  •     Farmácia universitária
  •     Laboratório de análises clínicas
  •     Espaço destinado ao Museu da Biodiversidade. 

 

A nova Unidade de Emergência (UE) já está autorizada pelo governo do Estado e será independente da USP, mas usada para suporte acadêmico dos alunos da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. A obra vai custar R$ 526 milhões e já teve o lançamento oficial realizado em fevereiro. 

“A gente dá um grande passo. Esse hospital vai fazer a diferença e vai beneficiar não só a região de Ribeirão Preto, mas o Brasil inteiro”, disse o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) na ocasião.

A unidade contará com duas inovações: um escritório jurídico da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto, com foco no atendimento a vítimas de violência, especialmente mulheres e crianças, e um setor de planejamento e gestão hospitalar, vinculado à Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da cidade.

Ribeirão Preto tem um dos seis câmpus da USP no interior e abriga cerca de 11,3 mil estudantes na graduação e na pós. O atual reitor, Carlos Gilberto Carlotti Junior, é oriundo da Faculdade de Medicina da cidade.

Para 2025, o orçamento previsto para a USP é de R$ 10,164 bilhões, sendo a maior parte repassada pelo Tesouro Estadual. As universidades estaduais paulistas se mantêm, principalmente, com uma cota de 9,57% da arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em São Paulo.

A USP sofreu com uma crise orçamentária a partir de 2014, devido à alta de gastos com a folha salarial, mas se recuperou após congelar obras e promover um plano de demissão voluntária de técnicos.

Mudanças na estrutura atual

Duas estruturas existentes no terreno, atualmente sob gestão direta do Estado, serão incorporadas à autarquia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão. Uma delas é o Hospital Santa Tereza, que será transformado em Unidade de Saúde Mental para atendimento interdisciplinar.

A outra é o Hospital Estadual de Ribeirão Preto, que será incorporado ao HC, tornando-se campo de atividades acadêmicas e treinamento dos alunos da Faculdade de Medicina e da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto.

Todas as estruturas relacionadas à saúde atenderão pelo SUS. A nova estrutura incluirá ainda uma área dedicada à Faculdade de Odontologia, com 80 escritórios odontológicos, uma farmácia universitária e laboratório de análises clínicas, além de um espaço destinado ao Museu da Biodiversidade.

Ainda haverá equipamentos complementares, que serão construídos pela USP e depois repassados à prefeitura. “O projeto contempla quatro edifícios, que abrigarão um Centro de Saúde Mental, um Centro Odontológico, uma Farmácia e um Centro de Educação Física voltado à população idosa”, diz a gestão municipal.

A prefeitura afirma que a proposta tornará a estrutura atual em um dos maiores complexos de saúde da América Latina.

A Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo (Adusp) questiona a ampliação, por causa do alto valor a ser desembolsado pelo terreno e o fato de a prefeitura ficar responsável por muitos equipamentos.

“A descrição das finalidades e do funcionamento esperado de tais equipamentos permite antever um protagonismo excessivo da Prefeitura Municipal, ao invés de uma ‘parceria’ equilibrada”, afirma a entidade. 

 

Conselho também discutirá ampliação de outro câmpus

O Conselho Universitário vai avaliar também uma proposta de recompra de uma área doada originalmente pela prefeitura para a instalação do câmpus de São Carlos e que, posteriormente, foi vendida a um particular.

O imóvel está avaliado em cerca de R$ 14 milhões. A reitoria da USP considera a obtenção do imóvel fundamental para a expansão do câmpus, que tem aproximadamente 7,8 mil estudantes na graduação e na pós. Os projetos para a área ainda serão anunciados.

 

https://www.estadao.com.br/educacao/o-que-a-usp-planeja-para-terreno-de-r-281-milhoes-no-interior-de-sao-paulo/

 

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