
Publicado em 25/10/2021 - 10:25 / Clipado em 09/11/2021 - 10:25
Polícia e Defesa Civil fazem vistoria em imóveis em rua de Nilópolis onde prédio desabou
Isabela Aleixo
Agentes da 57ª DP realizaram nesta segunda-feira uma perícia complementar de engenharia nos escombros do prédio que desabou na manhã de domingo na Rua Coronel José Muniz 808, no bairro Olinda, em Nilópolis, na Baixada Fluminense. A Prefeitura de Nilópolis informou que o prédio que desabou existe há 22 anos e estava legalizado na Secretaria de Obras.
Gustavo Loureiro Amorim, de 26 anos, morreu no desabamento. Três outras pessoas ficaram feridas. Nirceia Souza, de 62 anos, Giovana Amorim, de 19, e Jorge Brandão, de 54, foram socorridos e levados para o Hospital Geral de Nova Iguaçu. Todos receberam alta na tarde de domingo.
Segundo informações da TV Globo, em 2019 uma obra para instalação de um telhado de metal foi realizada no terraço do prédio que desabou. Em um vídeo, o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ), Luiz Antonio Cosenza, disse que não foi encontrado nenhuma Anotação de Reponsabilidade Técnica (ART) de nenhum engenheiro para essa obra no local.
— O que não quer dizer que não tenha um profissional no local. Pode ter um profissional de outro conselho. Se tem um profissional engenheiro que fez essa obra, ele não fez a Anotação de Responsabilidade Técnica, descumprindo uma legislação federal — explicou.
Cinco pessoas já prestaram depoimento na 57ª DP. Entre elas, as vítimas Nirceia Souza e o marido dela, Jorge Brandão. Os outros três eram vizinhos da rua.
O laudo da perícia da polícia civil deve demorar, pelo menos, 30 dias para ser concluído. A Defesa Civil de Nilópolis está na rua realizando vistoria em outros imóveis da região.
Há três dias, moradores e vizinhos perceberam a exposição de uma das colunas da construção após uma fissura. Ao lado do prédio havia um estacionamento. Jorge acredita que algum carro bateu em uma das colunas, causando o problema. De acordo com uma vizinha, que preferiu não se identificar, eram perceptíveis os danos à estrutura do edifício. O receio, agora, é de que outras moradias possam estar ameaçadas:
— Alguns moradores do prédio e uma vizinha que estacionava o carro ali disseram que viam rachaduras lá.
Uma vizinha que preferiu não se identificar disse que um filho dela guardava o carro no estacionamento do prédio e pagava R$ 120 por mês para a proprietária do imóvel. Segundo ela, havia aproximadamente 10 vagas para carros no estacionamento e 6 veículos estão sob os escombros. A prefeitura ainda não informou se existia licença ou alvará para esta atividade comercial no local.
De acordo com a Prefeitura de Nilópolis, os moradores que perderam suas casas receberão aluguel social de R$ 400 caso não tenham para onde ir.
'Não tenho uma peça de roupa'
Nirceia Souza, ferida no desabamento, disse que era a única proprietária de um dos apartamentos, o do terceiro andar, que ela havia comprado 15 anos atrás, vivendo nele desde então. Os outros dois eram da proprietária do prédio e estavam alugados. Desde o desabamento, ela está vivendo na casa de uma amiga com roupas emprestadas. Ela disse que a prefeitura ainda não entrou em contato com ela para oferecer qualquer tipo de assistência e que também não teve contato com a proprietária do prédio, já que seu celular ficou nos escombros.
— Quando eles tirarem um pouco de entulho quero ver se acho um documento, qualquer coisa. Eu saí só com a camisola e sem chinelo. Esse vestido aqui é da minha sobrinha. Não tenho nada. Nem eu, nem meu marido. Não tenho uma peça de roupa — declarou.
O secretário de obras de Nilópolis, Flávio Vergueiro, disse que uma perícia independente será feita.
— A princípio, estamos aguardando a perícia da Polícia Civil para entender se a perícia deles é pela morte ou se é estrutural, para que a gente possa verificar o tipo de pilar, de ferro que foi usado na estrutura e também quando limpar os entulhos, a gente poder observar a fundação, se ela sofreu algum abalo, qual foi a causa.
A prefeitura garantiu que vai limpar todo o entulho do terreno.
https://extra.globo.com/noticias/rio/policia-defesa-civil-fazem-vistoria-em-imoveis-em-rua-de-nilopolis-onde-predio-desabou-25250441.html
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