Publicado em 17/11/2025 - 10:42 / Clipado em 17/11/2025 - 10:42
Túneis do Rio acumulam falhas de segurança e ignoram normas básicas há décadas
Uma inspeção realizada por engenheiros do Crea-RJ entre os dias seguintes ao incêndio no Túnel Rebouças identificou que oito túneis do Rio de Janeiro descumprem normas mínimas de segurança da ABNT, revelando que, apesar da circulação intensa e da idade centenária de algumas estruturas, faltam ventilação adequada, áreas de recuo, equipamentos de emergência e manutenção regular.
A vistoria percorreu túneis da Zona Sul, Vila Isabel, Gamboa, Laranjeiras e Linha Amarela, e apontou problemas recorrentes, como infiltrações, ausência de ventiladores, fios expostos e inexistência de hidrantes ou telefones de socorro. O levantamento do Crea mostra ainda que, em 20 anos, apenas metade dos túneis da cidade teve registros técnicos, reforçando a falta de acompanhamento especializado. Para os engenheiros, o cenário exige obras de modernização e rotinas de manutenção, especialmente em estruturas antigas, como o Túnel João Ricardo, de 1919, considerado o mais crítico.
A prefeitura reconhece falhas, promete edital emergencial para o João Ricardo e afirma que os registros técnicos são feitos por contrato, e não por túnel, entendimento contestado pelo Crea. O Corpo de Bombeiros também apontou irregularidades em 22 das 25 estruturas vistoriadas. Entre as propostas para reduzir riscos, especialistas defendem ventilação mecanizada, sensores inteligentes e modelos virtuais para prever problemas. Enquanto isso, as galerias seguem essenciais para o trânsito da cidade, mas longe do padrão de segurança esperado por uma população que depende delas diariamente.
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