
Publicado em 12/08/2025 - 16:03 / Clipado em 12/08/2025 - 16:03
Obras emergenciais do Iphan no Palacete da Praça da República são paliativas; imóvel vai ser devolvido à UFRJ
Em 2012, o prédio foi cedido ao próprio ao órgão, que prometeu instalar ali o Centro Nacional de Arqueologia. O projeto nunca saiu do papel e o jeito foi devolvê-lo
Por Victor Serra
Depois de anos no centro de um imbróglio envolvendo promessas de restauro, abandono e um interminável jogo de empurra entre órgãos públicos, o Palacete da Praça da República, número 22, finalmente deu início às obras. Mas, apesar da placa do Governo Federal na fachada, o que está em andamento é um serviço emergencial para manter o prédio de pé até que ele seja devolvido à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Investigações conduzidas pelo MPF alertaram, há pelo menos dois anos, para o risco de incêndio e desabamento, além de indícios de invasões.
Os trabalhos, iniciados no fim de julho, devem seguir até novembro e incluem escoramento de uma parede do segundo pavimento, troca da tela de proteção da fachada, manutenção pontual da concertina, limpeza interna, retirada de entulhos e vegetação, instalação de tampa na cisterna, colocação de escada provisória, vedação do vão de entrada com porta temporária e fechamento de aberturas no térreo, segundo informações enviadas em nota oficial ao DIÁRIO DO RIO.
O histórico do imóvel explica o clima de urgência. Abandonado há quase 15 anos, o prédio foi alvo, em 2024, de determinação da Justiça Federal para que o Iphan realizasse obras emergenciais, após ação do Ministério Público Federal alertar para o risco de desabamento e incêndio. Apesar de não ser tombado pela União ou pelo Estado, o palacete tem proteção municipal por integrar o Corredor Cultural.
O prédio já teve dias mais movimentados. Depois de pertencer à União, passou para a UFRJ em 1978, abrigando o Instituto de Eletrotécnica e a Escola de Comunicação. Em 2012, foi cedido ao próprio Iphan, que prometeu instalar ali o Centro Nacional de Arqueologia. O projeto nunca saiu do papel e o jeito foi devolvê-lo.
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