Publicado em 06/08/2025 - 11:09 / Clipado em 07/08/2025 - 11:09
CREA-RJ inspeciona duplicação da Serra das Araras e aponta impacto bilionário na infraestrutura nacional
Com investimento de R$ 1,5 bilhão, duplicação da Serra das Araras tem 16 km, usa 265 máquinas, gera 5 mil empregos e prevê corte de viagem pela metade no sentido Rio.
Publicado por Alan Corrêa
A visita técnica de uma comitiva do CREA-RJ, liderada pelo presidente Miguel Fernández, a uma das obras mais ambiciosas do país revelou o grau de complexidade e a importância estratégica da duplicação da Serra das Araras. A intervenção abrange um trecho de 16 quilômetros da Via Dutra, entre os kms 225 e 233, cortando as cidades de Paracambi e Piraí, e representa um investimento de R$ 1,5 bilhão, sob responsabilidade da EGTC Infra, ligada à Somah Investimentos.
Pontos Principais:
- Duplicação da Serra das Araras avança com 38% das obras concluídas.
- Investimento de R$ 1,5 bilhão cobre 16 km da Via Dutra, entre Paracambi e Piraí.
- Projeto prevê 24 viadutos, rampas de escape, pontos de ônibus e feira de frutas.
- Obra reduzirá tempo de viagem em até 50% e beneficiará mais de 20 milhões de pessoas.
- Mais de 5 mil empregos diretos e indiretos serão gerados até a conclusão.
- EGTC usa treliçadeiras, 265 máquinas pesadas e 30 milhões de kg de aço no canteiro.
Com previsão de entrega entre 2028 (subida) e 2029 (descida), o projeto visa modernizar o principal eixo rodoviário entre Rio de Janeiro e São Paulo. A nova pista contará com quatro faixas por sentido, duas rampas de escape, 24 viadutos, três passarelas, acostamentos, uma via marginal, oito novos pontos de ônibus e uma feira de frutas para pequenos comerciantes locais a 370 metros de altitude.
Durante a inspeção, que durou cinco horas e percorreu quatro quilômetros de canteiros, a delegação visitou estruturas como a usina de britagem, a oficina mecânica e a fábrica de pré-moldados. A movimentação impressiona: são 265 máquinas pesadas, como caminhões e guindastes com mais de cem toneladas, operando em 34 canteiros, com atividades em dois turnos.
O CREA-RJ destacou o papel da engenharia na reconstrução da confiança no setor, após os desdobramentos da Lava Jato. A EGTC emprega hoje cerca de 2.500 pessoas, das quais 500 são engenheiros, técnicos ou auxiliares. A presença da construtora no projeto foi apontada como símbolo da reorganização da engenharia nacional no estado.
A duplicação tem o potencial de dobrar a velocidade média de 40 km/h para 80 km/h, especialmente no sentido Rio de Janeiro, reduzindo em até 50% o tempo de descida e 25% na subida. Estima-se que a obra beneficie mais de 20 milhões de pessoas e contribua diretamente para o escoamento de cargas — que representam mais da metade do PIB brasileiro — na Via Dutra, por onde circulam 390 mil veículos ao mês.
Em termos de segurança, a obra vem sendo acompanhada por práticas elogiadas pela Comissão de Análise e Prevenção de Acidentes (CAPA) do CREA. A delegação participou de briefing obrigatório e usou equipamentos de proteção individual. Apesar do cuidado, a EGTC relatou cinco acidentes graves em um ano, sendo um com morte, e mantém estrutura de atendimento emergencial no canteiro.
O engenheiro Fábio Villari, da EGTC, destacou o uso de tecnologia e inovação na execução do projeto, como o uso de treliçadeiras para sustentação das vigas dos viadutos. Já Eduardo Meira, também engenheiro da empresa, afirmou que 38% da obra já estão concluídos, com escavações, concretagem e desmontes de rochas em andamento, exigindo interdições pontuais.
Fonte: Crea-RJ.
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