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Portal O Globo - Rio de Janeiro/RJ

Publicado em 12/06/2025 - 14:58 / Clipado em 13/06/2025 - 14:58

CREA-RJ constrói as bases do futuro do Rio em megaevento


CREA AQUI comemora 91 anos da entidade, reunindo em diversas atividades engenheiros, agrônomos, estudantes, empresários e líderes governamentais
TOPO

 

Por CREA-RJ

 

Construir e plantar: palavras da rotina de profissionais que integram o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (CREA-RJ) podem se referir a projetos e ações que estão plantando as bases e construindo o futuro do estado. Esses temas nortearam o CREA AQUI, evento que marcou os 91 anos da entidade e reuniu mais de quatro mil engenheiros, agrônomos, profissionais de geociências, estudantes, empreendedores e lideranças dos governos estadual e municipal do Rio. Realizado no último dia 5, na Marina da Glória, o CREA AQUI teve dois painéis de debates que destacaram as ações em curso para o desenvolvimento da capital e das cidades do interior.

Na abertura, inovação e tecnologia marcaram o discurso do presidente do CREA-RJ, Miguel Fernández, que apresentou as funcionalidades do novo aplicativo desenvolvido para os profissionais do Conselho e convidou os presentes a fazer um tour virtual pelo novo conceito de atendimento ao público na sede. Haverá espaço de coworking e salas para palestras e workshops.

“Com o CREA AQUI e as inovações que trouxemos, queremos provar que o CREA não só está presente na mitigação de desastres, mas também contribui para renovar a autoestima dos profissionais. Juntos, vamos retomar o protagonismo das Engenharias”, disse Fernández.

Além dos estandes de entidades como Sebrae-RJ, Cedae, Light, Águas do Rio e Instituto Pereira Passos, o espaço de convenções reuniu empreendedores fluminenses que comercializavam produtos agrícolas e industriais — como queijos de Santa Maria Madalena e cachaças de Rio das Flores.

Em um estúdio no local, o jornalista Rodrigo Motta fez entrevistas ao vivo no podcast CREA AQUI. O encontro teve ainda palestras, lançamento de livros e cerimônia da premiação anual de 26 profissionais, em diversas categorias.

 

Estado mais forte com ajuda da engenharia e da agronomia

O secretário estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Flávio Ferreira, convidado do primeiro painel, disse que a pequena extensão territorial do estado causa a falsa impressão de que não existe agronomia no Rio. “Percebo isso quando viajo pelo país, mas o Rio vem registrando avanços gigantescos na produção agrícola”, afirmou, citando o café do Noroeste e a uva de Areal, na Região Serrana.

Os desafios enfrentados pela Cedae após a concessão dos serviços de distribuição de água, que obrigaram a companhia a rever o número de colaboradores e os formatos de operação, foram destacados pelo presidente da empresa, Aguinaldo Ballon. Segundo ele, os planos futuros preveem investimentos de R$ 5 bilhões até 2029 para atender à meta de universalização do saneamento básico (Lei 14.026/2020): levar água potável a 99% da população e coletar e tratar o esgoto de 90%, até 2033.

A importância do CREARJ na realização e na conclusão de 150 obras na capital e no interior foi exaltada pelo secretário estadual de Infraestrutura e Obras, engenheiro Uruan Cintra de Andrade, que citou o novo Museu da Imagem e do Som (MIS), em Copacabana, que deverá estar concluído até dezembro.

Andrade destacou ainda as obras de pavimentação e escoamento em municípios fluminenses, reforçando a importância dos profissionais de engenharia nos projetos. “Infraestrutura não é apenas construir para mitigar problemas e desastres, é também dar dignidade e mobilidade às pessoas”, afirmou. O painel foi mediado por Clóvis Monteiro, da Rádio Tupi.

 

Uma cidade em permanente mudança e inovação urbana

A capital fluminense foi foco do segundo painel do evento, com o tema “Cidades que pensam o futuro: a Engenharia na transformação urbana”. A Prefeitura do Rio tem atualmente R$ 1 bilhão em obras contratadas, segundo o secretário de Infraestrutura do município, o engenheiro Wanderson Santos. Ele destacou ainda as obras no sistema BRT, cruciais para atender à demanda diária de passageiros, que passou de 130 mil no início da operação para 1,6 milhão atualmente. “A engenharia pública é fundamental para o desenvolvimento do país”, declarou.

A oportunidade de o Rio de Janeiro se tornar um polo mundial de inteligência artificial pautou a fala do presidente do Instituto Pereira Passos (IPP), Elias Jabbour, informando que essa é uma cobrança diária do prefeito Eduardo Paes. Ele enalteceu a importância dos engenheiros no crescimento do país ocorrido entre 1930 e 1980 e defendeu que o CREA seja chamado a opinar em alguns temas nacionais, a exemplo da OAB, que representa os advogados. Por fim, projetou o futuro do Instituto Pereira Passos: tornar-se um centro de dados, mapas e planos para o crescimento do Rio — o que exigirá que triplique de tamanho nos próximos anos.

O presidente da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb), Jorge Luiz de Souza Arraes, apresentou os avanços obtidos pela empresa pública e as parcerias com entidades privadas para evoluir na reciclagem e na recuperação (separação e valorização) do lixo na cidade. “Nossa meta na recuperação de resíduos recolhidos é saltar de 2,4% do total atingido em 2024 para 10% até 2028”, disse.

E representando Rafael Thompson, presidente da Companhia Municipal de Energia e Iluminação (Rioluz), Paulo Cézar dos Santos, diretor de Operações e Fiscalização da empresa, destacou a contribuição de engenheiros na transformação da iluminação pública da cidade, que alcançou a marca de 516 mil pontos de luz (97% do parque elétrico da capital) com utilização de lâmpadas de LED, o que impactou a eficiência energética e o consumo de energia. O painel foi mediado por Francisco Barbosa, da Rádio Tupi.

 

O trabalho invisível da fiscalização é essencial para salvar vidas

A fiscalização pode parecer um trabalho invisível, mas salva vidas. O alerta sobre sua importância veio após o show de Taylor Swift, que culminou na morte de uma jovem, no estádio do Engenhão, em 2023. O episódio fortaleceu no presidente Miguel Fernández a importância de profissionais habilitados atuarem em obras, serviços e eventos, criando a Equipe de Trabalho de Grandes Eventos.

A medida foi um sucesso e tornou-se essencial. Em apenas 17 meses, os 55 agentes de fiscalização do CREA-RJ atuaram em 579 eventos, incluindo os shows de Madonna e Lady Gaga, em Copacabana, o Rock in Rio e os desfiles das escolas de samba no Sambódromo. Desde janeiro do ano passado, já são 41.267 ações de fiscalização, que resultaram em 3.743 autos de infração — atestando o trabalho contínuo para garantir segurança e conformidade nas obras e nos serviços de engenharia.

O evento CREA AQUI, realizado no dia 5 de junho, foi criado para, entre outros motivos, dar visibilidade ao trabalho de fiscalização, mostrando à sociedade a atuação do CREA-RJ. A função principal da entidade é fiscalizar o exercício profissional para coibir ilegalidades e garantir a segurança de obras e serviços. Ao identificar os profissionais e as empresas responsáveis, o CREA permite que as autoridades rastreiem falhas e estabeleçam responsabilidades.

No Rock in Rio, por exemplo, a Superintendência Técnica do CREA-RJ inovou ao usar selos com QR Code para informar os nomes dos responsáveis técnicos, uma medida que aumentou a transparência e foi bem recebida pela imprensa.

O CREA-RJ age ainda em diversas frentes. Após acidentes com elevadores, em julho de 2024, por exemplo, foi criado um grupo de trabalho para fiscalizar a instalação e a manutenção dos equipamentos, buscando reverter decisões judiciais que permitem a atuação de empresas sem a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).

Fernández destaca ainda a importância de comunicar o papel da fiscalização, que muitas vezes só ganha visibilidade em caso de tragédias. “A fiscalização, muitas vezes, quando funciona de forma efetiva, faz um trabalho invisível. Por isso, é fundamental comunicar e mostrar sua relevância. A fiscalização presente salva vidas, evita que tragédias e acidentes aconteçam, e é essa nossa principal função. Um trabalho que a gente fez questão de mostrar no CREA AQUI”, reforça Fernández.

 

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