Publicado em 25/04/2025 - 12:01 / Clipado em 25/04/2025 - 12:01

Imóveis antigos: audiência é marcada por ausências da Prefeitura

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Dos nove convidados da gestão de Paes, apenas o subprefeito do Centro apareceu por lá
 

Depois de ser remarcada a pedido do prefeito Eduardo Paes, a audiência pública sobre imóveis antigos da cidade frustrou o presidente da Comissão de Assuntos Urbanos, Pedro Duarte (Novo). O debate foi proposto pelo novista assim que um desmoronamento no Centro causou uma morte ainda no mês de março.

Com a polêmica, Paes pediu ao vereador um tempo para equacionar a questão. Hoje, contudo, só compareceu um representante do Executivo, dos nove convidados, entre eles os oito subprefeitos de regiões do Rio e o secretário de Desenvolvimento Urbano, Gustavo Guerrante – todos chamados a comparecer desde o dia 15 de março.

Com apenas o subprefeito do Centro, Alberto Szafran, e Laura Biase, presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, presentes, o encontro acabou chamando atenção de membros da estridente representação do Partido Liberal, que criticaram duramente a ausência dos representantes do Executivo.

“É recorrente a Prefeitura não dar a atenção necessária a temas importantes, como a Secretaria de Ordem Pública não vir em nenhum dos eventos sobre a Guarda Municipal”, lembrou Rafael Satiê.

Rogério Amorim ainda queixou da defasagem no valor do IPTU cobrado na área do Centro, mas antes da presença do subprefeito da região, que chegou no meio da sessão, o que provocou a reabertura da mesa de debates. Amorim disse que houve “desinteresse” dos servidores, que, segundo ele, estavam em um outro encontro sobre eventos no horário da audiência.

“Paes está preocupado com a campanha de governador ou ela acha que o abandono da cidade não é importante?”, questionou Amorim.

Entre os dados apresentados pela Prefeitura, Laura informou que o Instituto tem meta de vistoriar 6 mil imóveis no Porto Maravilha, Centro antigo, Cruz Vermelha e Saúde. Atualmente, já foram vistoriados em torno de 700 imóveis na região, algumas com auxílio da Seop.

Mesmo chegando após de encerrar a fala dos intregrantes da mesa, Szafran não aceitou críticas mas reconheceu que o tema é urgente. O subprefeito negou a informação de que a Prefeitura teria 30% dos 750 imóveis abandonados e revelou que maioria dos imóveis da região são imunes de IPTU por pertencerem à Santa Casa de Misericórdia, grupo católico que possue também um hospital de mesmo nome na Rua Santa Luzia.

A postura de Szafran desagradou um dos empresários ligados à Santa Casa, que chegou após a saída do subprefeito. “Está claro que o problema do abandono não é o IPTU”, rebateu Claudio Castro, homônimo do governador e mordono da Santa Casa.

A boa nova veio do superintendente executivo de Habitação da Caixa Econômica Federal, Claudio Martins. O representante do banco federal relatou que o município possui uma linha de financiamento para retrofit (uma espécie de repaginação de interiores, mas com preservação da fachada histórica) para reformar imóveis subutilizados há mais de dois meses.

“A Caixa se alista nessa jornada ao estabelecer uma linha de crédito específica para apoio às obras de Retrofit, voltada a todos os que queiram recuperar imóveis subutilizados para ampliação da oferta habitacional”, explica Martins.

A reunião ainda contou com representantes do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea-RJ) e demais entidades como SOS Patrimônio, que colaboram com pesquisa e vistoria a imóveis tombados.

 

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