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Publicado em 07/03/2025 - 13:07 / Clipado em 10/03/2025 - 13:07

Síndico diz que mandou funcionários de condomínio reformarem pilar de balanço que despencou e matou criança


Redação    
 

O síndico do condomínio onde uma criança morreu após ser atingida pelo pilar de um balanço (leia aqui) afirmou à polícia que funcionários do prédio fizeram uma reforma na estrutura em dezembro de 2024. Luciano Bonfim de Azevedo prestou depoimento na 42ª DP (Recreio) na tarde desta quinta-feira (6).

Segundo o delegado Alan Luxardo, ele contou que a estrutura de concreto recebeu um revestimento de madeira novo, a pedido dele, e que o trabalho foi feito pelos funcionários.

Luciano é síndico profissional e não mora no prédio.

“Todos serão chamados para prestar depoimento”, disse o delegado.

O caso está sendo investigado como homicídio culposo — quando não há intenção de matar.

“Que houve algum erro, houve. O que tem que ser analisado é se houve um erro no projeto, se é que havia projeto, na execução do projeto ou na manutenção. E se a gente achar um erro em qualquer uma das fases, todos serão responsabilizados criminalmente”, falou Luxardo.

A defesa do condomínio disse que Luciano assumiu a administração em 2024.

Segundo o delegado, a investigação está focada em verificar quando foi construída a estrutura que segurava o balanço que causou a morte de Maria Luísa Oldembergas, de 7 anos.

Moradores alegam que o projeto do espaço Kids foi feito sem consultar os condôminos. A defesa do condomínio, por sua vez, afirma que não houve nenhuma construção, apenas uma reforma em uma estrutura que já estava lá desde 2009.

Segundo Alan Luxardo, a delegacia vai fazer uma linha do tempo para saber se a estrutura sofreu alterações e reformas e desde quando ela está naquele local.

“Será preciso fazer um retrospecto para verificar essa informação de quando aquilo foi construído, para depois analisar o tipo de reformas que sofreu ao longo do tempo”, afirmou.

O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (Crea-RJ), o engenheiro civil Miguel Fernández, afirmou que a fiscalização do Conselho constatou que não há nenhum registro de engenheiro responsável pela obra de reforma do Espaço Relax, do condomínio Puerto Madero, no Recreio, onde uma pilastra caiu, matando a menina Maria Luísa Oldembergas.

Ele determinou a abertura de auto de infração do condomínio que será notificado e o síndico poderá responder por exercício ilegal da profissão, já que, segundo o presidente, houve uma obra de engenharia sem um engenheiro responsável.

“Nós fomos a campo verificar e confirmar que não houve engenheiro responsável técnico pela obra de reforma naquele ambiente. Então, esse foi o nosso trabalho hoje de vistoria, uma ação de fiscalização. Não foi uma perícia, isso é importante ser ressaltado. A perícia cabe à Polícia Civil, que está fazendo a investigação para chegar a uma avaliação de culpa, de quem é a culpa. O Crea faz uma ação de fiscalização sobre os profissionais”, afirma o presidente do Crea.

Na manhã de quinta-feira (6), fiscais fizeram a vistoria do local onde caiu a pilastra que matou a menina. Eles foram recebidos por um subsíndico e um engenheiro amigo do síndico, que não estava no local. Durante 40 minutos, os fiscais fotografaram o local, mas não puderam se aproximar do pilar destruído porque a área está interditada.

Os fiscais examinaram a planta do condomínio, mas não foi localizado o projeto do Espaço Relax, onde há uma cobertura de madeira (gazebo), além de duas redes sustentadas por quatro pilaretes. Um deles caiu, resultando na morte da menina.

A obra do condomínio foi entregue em 2009 com o Espaço Relax previsto na planta. O local foi submetido a uma reforma recente, mas o Crea constatou que não houve registro da atuação de um profissional de engenharia.

Miguel Fernández reforçou que tanto os síndicos como os moradores devem aumentar sua consciência sobre a necessidade de segurança das obras e reformas em suas casas e condomínios.

“Você síndico, você cidadão, que vai fazer uma obra onde você não contrata um engenheiro, assume uma responsabilidade que não deveria ser sua. E, principalmente, um risco que você muitas vezes não sabe nem avaliar adequadamente ao qual você está se colocando.”
 

O acidente

Maria Luísa Oldembergas brincava no balanço do condomínio Puerto Madero quando uma das pilastras caiu sobre ela. Um funcionário relatou que, após ouvir um barulho muito alto, encontrou a criança embaixo da pilastra e com graves ferimentos na cabeça e no braço.

Ao chegarem no local, os bombeiros encontraram a criança consciente, porém, durante o atendimento, ela sofreu uma parada cardíaca e não resistiu aos ferimentos.

A 42ª DP (Recreio) investiga o caso. O delegado responsável pelo caso, Alan Luxardo, afirmou que aguarda um laudo pericial para verificar se a pilastra caiu devido a um erro de projeto, execução ou manutenção.

“Qualquer um que tenha errado vai ser indiciado e responsabilizado pelo crime de homicídio culposo. Com base nisso, vai ser analisado o laudo pericial junto com prova testemunhal para poder atribuir a responsabilidade de quem errou em sua conduta”.

Testemunhas relataram que as obras no parque utilizado pelas crianças foram feitas há pouco tempo, sem consulta a engenheiros e bombeiros.

“Não foi aprovada em assembleia essa obra. E aí, o síndico levantou dois dormentes de madeira maciça e colocou ganchos e uma rede pras pessoas se balançarem, na área de brinquedo, na área kids. Uma criança deitou na rede pra se balançar, pra brincar, e como os dormentes não estavam muito fixados, não estavam bem presos, o dormente caiu em cima da cabecinha dela”, disse um morador.

 

Fonte: G1 e Extra

 

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