Publicado em 08/03/2025 - 11:52 / Clipado em 10/03/2025 - 11:52
Laudo de autovistoria de prédio onde menina foi atingida por pilastra de balanço já indicava problema
A Polícia Civil vai intimar para prestar depoimento o responsável pela empresa e o engenheiro que assinou o laudo de autovistoria do prédio. O documento indica que havia o apodrecimento das madeiras no local.
Por Natalia Furtado — Rio de Janeiro
O laudo de autovistoria do prédio onde a menina Maria Luísa, de sete anos, morreu após ser atingida por uma pilastra do balanço, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio, já orientava sobre a substituição de pilares no espaço onde ocorreu o acidente.
O documento, que é do ano passado, indica que nesse local havia o apodrecimento das madeiras e que essa fragilização poderia gerar acidentes. A informação é da TV Globo.
A orientação técnica descrita no laudo era a recomposição ou a substituição das pilastras. No documento, há fotos, mas o balanço não aparece. O responsável pela empresa e o engenheiro que assinou o laudo serão intimados para depor.
A autovistoria é obrigatória no estado do Rio de Janeiro desde março de 2013. A lei foi criada um ano após o desabamento do Edifício Liberdade e de outros dois prédios na Avenida Treze de Maio, no Centro, que resultou na morte de 22 pessoas.
Pela lei estadual, a autovistoria deve ser feita a cada 10 anos para condomínios novos e a cada 5 anos para prédios com mais de 25 anos. O município do Rio também possui uma lei semelhante, que determina a autovistoria com intervalo máximo de cinco anos.
Na última terça-feira (04), Maria Luísa Oldemberg, de 7 anos, brincava com outras crianças em balanço do condomínio quando uma das pilastras de concreto caiu sobre ela. A menina chegou a ser socorrida por bombeiros, mas sofreu uma parada cardíaca e morreu no local.
Nessa sexta-feira (07), quatro funcionários responsáveis pela manutenção do prédio foram ouvidos pela polícia. Eles confirmaram que realizaram uma reforma no Espaço Kids do prédio três meses antes do acidente.
Na quinta-feira (06), em depoimento, o síndico Luciano Bonfim de Azevedo informou que o balanço passou pela reforma em dezembro do ano passado, mas não houve interferências estruturais, apenas no revestimento da madeira que envolve o pilar de concreto.
Em vistoria no prédio, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio constatou que a reforma foi feita sem um engenheiro responsável
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