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Site Diário do Rio/RJ

Publicado em 03/02/2025 - 13:12 / Clipado em 04/02/2025 - 13:12

Defesa de Floresta de Jacarepaguá ganha adesões


O temor dos moradores de Freguesia, Anil, Rio das Pedras é de que esse remanescente de Mata Atlântica perca, pouco a pouco, sua exuberância e vire condomínios de casas.


Por Emanuel Alencar

 

Jornalista e mestre em Engenharia Ambiental. É autor dos livros “Baía de Guanabara – Descaso e Resistência” (2016) e “Histórias do mangue da Guanabara” (2024). Faz parte da ONG Grupo Ação Ecológica (GAE) e do conselho consultivo do Bosque da Barra.

A cada minuto mais gente chegava ao pequeno largo no fim da Estrada do Quitite, na Freguesia de Jacarepaguá. O domingo (2) seria mais um domingo de calor intenso e pouco movimento nas trilhas verdejantes daquele cantinho na Zona Oeste. Porém, mais de cem pessoas acordaram cedo pra defender a proteção de uma área verde de 1.700 hectares colada ao Parque Nacional da Tijuca. As trilhas, com acesso ao lado do Condomínio Pedras Douradas, ficaram lotadas de crianças, jovens, adultos e idosos. Nas matas e nos pocinhos e pequenas quedas d’água prístinas, deixaram para trás apenas boas recordações e a esperança de que o projeto avance na Prefeitura.

A área, que abrigou fazendas de café, é cortada pelos rios Quitite e Papagaio. Sofre com tentativas e invasão e grilagem de terras. O temor dos moradores de Freguesia, Anil, Rio das Pedras é de que esse remanescente de Mata Atlântica perca, pouco a pouco, sua exuberância e vire condomínios de casas. A ameaça é real: Jacarepaguá sofre com a escalada dos loteamentos irregulares em áreas verdes, muitas promovidas por grupos paramilitares, há tempos. A proposta de transformação da área em uma unidade de conservação está sendo analisada na Secretaria Municipal de Ambiente e Clima da capital desde abril de 2024.

“Além do aspecto recreativo – a região é belíssima sua proteção garante mais segurança aos frequentadores – a manutenção dessa floresta representa uma garantia contra mais enchentes e no enfrentamento ao calor”, diz Sidney Teixeira, tesoureiro da Associação de Moradores da Freguesia (Amaf), que lidera o movimento. “Boa parte dessa floresta foi replantada no passado. Não podemos perder isso”.

A própria Prefeitura reconhece a importância da região: o programa Refloresta Rio já recuperou cinco hectares no Quitite/Pedra do Urubu. Há algumas possibilidades de proteção em jogo. A área pode virar uma Área de Proteção Ambiental (APA) ou, um Refúgio de Vida Silvestre (Revis) ou um Parque, essas com restrições mais significativas. A depender do arranjo, é possível combinar diferentes tipos de proteção à vertente do Maciço da Tijuca drenante à Lagoa da Tijuca. Além da constante ameaça da especulação imobiliária, a Cachoeira do Quitite sofre com o descarte irregular de lixo – a falta de um regramento potencializa os maus cuidados.

“Essa é uma luta não apenas nossa, da associação, mas da cidade toda”, resume Sidney.

A Associação de Moradores e Amigos da Freguesia mantém canal aberto com a população por meio das redes: @amaf_freguesia, e no e-mail: amaf@amafreguesia.org

 

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