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Portal O Globo - Rio de Janeiro/RJ

Publicado em 29/08/2024 - 15:15 / Clipado em 29/08/2024 - 15:15

Indústria automotiva busca jovens inovadores para transformar o setor


Demanda por profissionais de engenharia elétrica e mecatrônica, computação e áreas relacionadas à sustentabilidade e energias renováveis está em alta


Por Jacilio Saraiva — São Paulo

 

Com o objetivo de garantir mão de obra para a produção de modelos com novas tecnologias, como de veículos elétricos, a indústria automotiva investe em programas para jovens aprendizes, estagiários e trainees. As iniciativas miram, principalmente, estudantes de cursos de Engenharia e Computação, enquanto ações afirmativas para seleção de pessoas negras ganham tração.

Segundo Isis Borge, diretora executiva da Talenses, de recrutamento, a demanda por jovens profissionais pelas montadoras está em alta.

— Isso se deve à transformação tecnológica que o setor atravessa, com a introdução de veículos elétricos e autônomos — diz. — As marcas estão em busca de talentos com habilidades digitais e capacidade de inovação para impulsionar os avanços da indústria.

Ela diz que o setor busca currículos para departamentos como os de Engenharia, Vendas, Marketing e Finanças.

— Os jovens que despertam interesse nas montadoras têm formação em Engenharia elétrica e Mecatrônica, Computação e áreas relacionadas à sustentabilidade e energias renováveis — aponta. — Competências em programação e tecnologias emergentes, como inteligência artificial, são altamente valorizadas.

 

'Primeiro emprego'

A headhunter, que atua com recrutamento no setor há mais de dez anos e trabalhou na Ford e na General Motors (GM), diz que a faixa salarial para cargos de entrada pode variar entre R$ 3 mil e R$ 13 mil, dependendo da função e formação do candidato. As linhas de produção são porta de entrada para a maioria, diz ela.

É o caso de Luiza Eduarda Leôncio, 21 anos, operadora especialista na Volkswagen do Brasil, em São Bernardo do Campo (SP).

— É o meu primeiro emprego — conta a universitária, que frequenta duas graduações: Ciência e tecnologia e Engenharia de instrumentação, automação e robótica. — Em 2022, fui efetivada na linha de produção e participei de um processo seletivo para o cargo que ocupo hoje.

Histórias assim devem se multiplicar na empresa de 12,5 mil funcionários, diz Evelyn Berti, head de Gestão de talentos, Cultura e Diversidade da Volkswagen do Brasil:

— Temos uma parceria de 50 anos com o Senai na formação de jovens. Nas últimas décadas, formamos mais de 7 mil profissionais.

 

Ações afirmativas

Em breve, continua a executiva, serão abertas inscrições para estágios voltados a estudantes de formação técnica e nível superior. E deve haver um programa de trainee afirmativo, para pessoas pretas e pardas, com foco em aumentar o número de lideranças negras na Volkswagen nos próximos anos, adianta a executiva.

Segundo Tiago Mavichian, CEO e fundador da Companhia de Estágios, de seleção de aprendizes, estagiários e trainees, as fabricantes de veículos têm foco cada vez maior em estudantes de tecnologia.

— Procuram talentos que se entusiasmam com ferramentas de análise de dados e criação de aplicativos — destaca o especialista, conduzindo seleções para estágios na Nissan e na Volvo. — São, em média, 40 posições ao mês, ou cerca de 480 vagas ao ano.

Na Stellantis, de marcas como Fiat, a ideia é que os estagiários reforcem conhecimentos em Design, Engenharia e Finanças. Em julho, a montadora soltou o terceiro edital de estágios de 2024, com 200 posições em quatro Estados (MG, SP, RJ e PE) e no Distrito Federal. Um mês antes, criou um programa de talentos para pessoas negras na área de Finanças, com universitários.

(Especial para O GLOBO)

 

https://oglobo.globo.com/mundo/g20-no-brasil/noticia/2024/08/29/industria-automotiva-busca-jovens-inovadores-para-transformar-o-setor.ghtml

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